Washington Luís era dono de uma personalidade cativante. Cantor nas horas vagas, frequentava saraus, teatros, bailes de carnaval e só aparecia em público vestido elegantemente.
Quando chegou ao Palácio do Catete, em 1926, com amplo apoio popular e do parlamento, coroava mais de três décadas impecáveis de vida pública. Tinha tudo para se tornar um dos presidentes mais emblemáticos da história republicana, mas as coisas não saíram conforme o planejado.
A euforia do início do mandato foi gradualmente sufocada pelas vozes descontentes de operários, tenentistas e lideranças estaduais fartas da política do café com leite. A crise mundial de 1929 selou de vez o destino da República. Com a Revolução de 30, encabeçada por Getúlio Vargas, o 13º presidente foi deposto do cargo.
A época de Washington Luís é descrita quase sempre como a crônica de uma derrota. No entanto, a sombra que ele projeta na história nacional vai muito além do impacto da sua queda em 1930. O “paulista de Macaé” construiu uma obra política que permaneceu viva por muito mais tempo do que a chamada “República Velha” que ele ajudou a enterrar.
História do Brasil