Quatro mulheres da mesma família, com faces-fases em encruzilhamento, compõem uma gira, um xirê de águas.
Dasdô teme que o rio tome de volta o que lhe deu, a criança que recolheu das margens do Uyara, a sua filha, Ciça, o seu bem mais precioso.
Ziza ainda carrega, décadas após a ruptura, as marcas de seu tórrido amor com José Alexandre, acabando por viver em estado de suspensão, entre a paixão e o dever, o pesar e a família.
Yayá se resguardou o quanto pôde em suas preces e benzeduras, apoiando-se nos pilares da fé e do coletivo para prosseguir após a trágica morte do marido. Com a senilidade, espera que o seu legado possa ser passado adiante.
Ciça ainda lida com a sensação de abandono, pois desconhece seus genitores, sendo a sua manjedoura o Uyara, o rio para onde sempre retorna.
Acompanhar Dasdô, Ziza, Yayá e Ciça, entre tantas outras personagens enigmáticas desta obra, conduzirá a um passeio por um dos distritos do município de Ibiaçu, o Arraial dos Olhos d'Água, ambos ficcionalmente construídos, mas que poderiam se localizar num contexto interiorano de semi-árido baiano. As histórias dessas mulheres se assemelham às que existem ao nosso redor. Poderiam, inclusive, ser as nossas próprias narrativas.
Romance