Xuxa

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Xuxa


Megamarketing do Sexo, da Raça e da Modernidade




Apesar de se tratar de uma observadora "outsider", externa à cultura brasileira, a autora traz reflexões interessantíssimas sobre a configuração da cultura midiática nacional, analisando, especificamente, a biografia da maior celebridade que a mídia verde-e-amarela já criou: "Xuxa", a eterna personagem de Maria da Graça Meneghel.

Como se não bastante os "insights" a respeito da adoração da figura da Xuxa, no Brasil, e sua função de conservação ideológica das presentes relações entre os sexos e as raças, a leitura da obra se Simpson é divertidíssima - especialmente para aqueles que, como eu, viveram nas "espetaculares" (em toda a acepção da palavra) décadas de 1980 e 1990. Sua acidez, seu senso de sarcasmo e sua brilhante capacidade de descrição, tanto de fotografias de época quanto da estrutura de operação dos programas apresentados pela "Rainha dos Baixinhos", garantirão não apenas reflexões profundas sobre nossa realidade e o poder da mídia na manutenção da ordem simbólica vigente, mas também boas risadas e uma certa (e contraditória) sensação de nostalgia.
Em alguns momentos, é certo, a autora parece "forçar" sua argumentação, permitindo, por parte do leitor, contestações sobre certas conclusões pontuais. Além disso, a obra causa um certo mal-estar ao transmitir a idéia de quer a figura de Xuxa nada foi além de uma grande construção simbólica: consciente e cuidadosamente forjada, nos seus mínimos detalhes, de modo a cumprir certas funções culturais de grande amplitude, Xuxa aparece como um ícone hiper-real, uma fantoche que serve a interesses ideológicos. Para Simpson, por exemplo, até mesmo a crítica constante sobre a problemática e paradoxal relação de Xuxa com os "baixinhos" - acusações de que ela seria ríspida com as crianças - seria fruto de uma estratégia dos "administradores" dessa figura simbólica, com fins de sexualizá-la (associando-a à figura de uma "moleca", uma "ninfeta" que, embora esteja no mesmo nível das crianças, é fortemente erotizada), afastando-a de qualquer identificação com uma "mãe protetora" assexuada e pueril.

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Xuxa, de menina-mulher a rainha do Brasil
on 23/1/23


Primeiro livro que leio em 2023, terminei hoje no dia 23 de Janeiro de 2023, que livro interessante. Nele a Amelia Simpson, uma professora de literatura brasileira na Universidade de Florida, USA.) Vai discorrer a respeito da trajetoria da Xuxa com foco nos anos 80 até o começo dos anos 90, com foco no sucesso do Xou da Xuxa e o "Xuxacentrismo" termo que ela argumenta que diz respeito a tudo que gira em torno dela no programa formando uma áurea de magnitude na apresentadora. Traz ... leia mais

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