A Lâmpada da Memória

A Lâmpada da Memória John Ruskin


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A Lâmpada da Memória





Quase exatamente contemporâneo da Rainha Vitória, John Ruskin (1819-1900), o principal teórico da preservação na Inglaterra do século XIX, foi um dos maiores e mais perspicazes críticos das profundas transformações por que passava então o país.



Excêntrico, reacionário, intransigente inimigo da industrialização, Ruskin foi de fato um dos maiores expoentes da crítica romântica, de cunho socialista, à sociedade capitalista industrial e suas evidentes mazelas – miséria generalizada, injustiça social, inchaço urbano, destruição da natureza, entre outras. Sua contribuição foi essencial para as reformas sociais, urbanísticas e de proteção ao meio ambiente, pouco a pouco conquistadas.



Não menos importante do que a dimensão política do pensamento de John Ruskin é sua reflexão sobre o papel da arquitetura, e sua preservação, para a sociedade moderna; aspecto por vezes obscurecido pela aversão contemporânea ao exacerbado romantismo oitocentista, do qual constitui um dos pilares. A despeito de tal preconceito, seu pensamento aponta para várias questões ainda extremamente pertinentes para o debate arquitetônico atual. A presente tradução do Capítulo VI – "A Lâmpada da Memória" – de sua obra As Sete Lâmpadas da Arquitetura visa, precisamente, contribuir para o aprofundamento de tal debate.



Em seu prefácio à edição de 1880 de As Sete Lâmpadas da Arqui­tetura, Ruskin afirmou nunca ter tido a intenção de republicar a obra, uma vez que os edifícios nela descritos tinham sido "demolidos, ou raspados [scraped] e remendados", descaracterizando-se "de uma forma mais trágica do que a ruína mais extrema". O termo que designa o procedimento de raspar as pinturas antigas das paredes dos edifícios (scraping), de forma a conferir-lhes unidade e clareza espacial e aparência de recém-construídos, deu origem a uma linha preservacionista tipicamente inglesa, conhecida como Anti-scrape Movement, ou Movimento Anti-restauração – que, alicerçado na "Lâmpada da Memória", coloca-se contra a restauração, advogando, em contrapartida, o cuidado e a manutenção constantes dos monumentos, e constitui uma das bases do debate atual sobre preservação.

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Maioral da restauração
on 18/7/23


Fiquei fã do John Ruskin, não exatamente por causa de sua teoria, mas por causa de todo contexto histórico de sua época. Esse livro, na verdade, tem uma introdução sobre a vida do Ruskin, em que podemos perceber como ele era dramático e radical. Ele apoia a ?morte? do monumento histórico. É importante entender todo o contexto social em que ele estava inserido. Eu não concordo totalmente com seu pensamento comparado a outros teóricos da restauração, principalmente, em relação ao Aforism... leia mais

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23/03/2010 02:22:56

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