Percorri caminhos sinuosos e aspirei o rastro do seu perfume. Voltei, mas perdi você na luz frouxa da noite.
Meu sotaque eclesiástico escutou tons e sons da vila, porém os tímpanos guardaram apenas o timbre doce da sua voz.
A luz indecisa da madrugada me viu abraçando saudades ardentes que vieram ao meu peito. Peço perdão por apaixonar-me de repente.
Agora não sei amar mais ninguém.
Quero você como lírio puro, e que volte a ter o jeito de menina inocente.
Anseio perfumar sua alma.
Não quero que tropece nas ruas escuras da noite. Sonho levar manhãs aos seus crepúsculos e que acenda estrelas em minhas noites.
Assim como a lua, quero que o brilho da prata em seus olhos e a brisa matinal acariciando sua face.
Assim como o sol, quero trazer luz dourada para desenhar tâmaras em seus lindos lábios.
Ser uma palmeira para saborear a deliciosa sombra da sua presença.
Uma cordilheira para retê-la junto a mim.
Meus braços como dunas abraçando, e meu coração o oásis dos seus desertos.
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