José Agrippino de Paula e Silva (São Paulo, São Paulo, 1937 - Embu, São Paulo, 2007). Romancista, cineasta e dramaturgo. Em 1955, ingressa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), junto com o cenógrafo Flávio Império (1935-1985), transferindo-se em seguida para a Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Na nova faculdade envolve-se com o teatro e encena, em 1959, uma adaptação do romance Crime e Castigo, do escritor russo Fiodor Dostoievski (1821-1881), na qual trabalha como ator, diretor e cenógrafo. Retorna a São Paulo, em 1965, onde publica seu primeiro romance, Lugar Público. No mesmo ano, por intermédio do artista plástico José Roberto Aguilar (1941), conhece a bailarina Maria Esther Stockler (s.d.-2006), sua companheira por toda a vida. Em 1967, publica sua obra mais importante, o romance PanAmérica. Escreve e dirige em parceria com Maria Esther diversos espetáculos teatrais, entre os quais se destaca Rito do Amor Selvagem, de 1969. No mesmo ano, dirige o filme Hitler III Mundo. Pressionados pela ditadura militar, Agrippino e Maria Esther fogem do Brasil, em 1971, e passam a década de 1970 viajando pelo mundo e produzindo pequenos documentários, com uma câmera super-8. Nessa época, o escritor dedica-se ao romance Terracéu, sobre o qual há pouquíssimas informações. De volta ao país, em 1980, Agrippino é diagnosticado como esquizofrênico e passa a viver isoladamente no município de Embu, na Grande São Paulo. Até sua morte, escreve compulsivamente, em 173 cadernos numerados, outro romance, também inédito, chamado Os Favorecidos de Madame Estereofônica.