Sobre o Relativismo Pós-Moderno e a Fantasia Fascista da Esquerda Identitária

Sobre o Relativismo Pós-Moderno e a Fantasia Fascista da Esquerda Identitária Antonio Risério




Resenhas -


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Pedro do Contra 19/01/2022

O livro que todo socialista sincero deveria ler
Finalizada a leitura do excelente livro de Antonio Risério. Trata-se de ensaios críticos ao identitarismo esquerdopata de nossos dias, só que com um adendo: Risério é um socialista, amigo de Caetano Veloso e contumaz odiador do Bolsonaro.

Tudo isso coloca um tempero baiano à crítica contundente que o também baiano Antonio realiza. O centro da crítica está no abandono da esquerda pós-moderna, da clássica crítica social do socialismo histórico.

Risério escracha e pisoteia aqueles que ele denomina de "neonegros" e "neofeministas". Suas críticas, muito bem escritas, vão na alma do problema, expondo desnudo as vergonhas e ilogicidades da esquerda atabalhoada de nossos dias.

Vale muito a leitura, principalmente por não vir do novo estereótipo conservador militante de nossos tempos, mas sim de um sociólogo e antropólogo da esquerda pé-no-barro brasileira.
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Gabriel 25/03/2021

Um manifesto estilisticamente impecável
Iniciei a leitura do livro crendo se tratar de ensaios a respeito do tão conturbado e enfadonho tema das turbas identitárias. Contudo, para a minha grata surpresa, o antropólogo baiano, Antônio Risério, constrói uma narrativa que mais se assemelha a um manifesto virulento sem perder as pompas da elegância estilística.

É preciso reconhecer que a virulência é o meio mais adequado para estabelecer um embate com a militância fascistóide que se impregnou nos movimentos da nova esquerda, razão pela qual Risério adotou uma postura justificadamente inflexível.

No entanto, acima do caráter crítico deste manifesto, o que sobressai realmente é a defesa do Brasil em sua essência, numa leitura que se insere na tradição freyriana, rechaçando frontalmente o delírio da mentalidade [de colonizado] dos militantes identitários. Não estamos diante de uma realidade americana ou africana, mas diante do Brasil, socioculturalmente rico por seu caráter de miscigenação e de pluralismo sincrético — esses mesmos elementos que a militância identitária quer apagar, num rasgo de importação bovarista dos imperialistas americanos que eles tanto criticam.

Com serenidade e sofisticação, confessa Risério: "No meu doce exílio na Ilha de Itaparica, sob os signos de José de Anchieta e do meu amigo João Ubaldo Ribeiro, montei uma plataforma de lançamento de mísseis político-culturais. E não vou parar de lançá-los."

E que não pare mesmo. Mais do que o bom senso, quem agradece são os leitores que cultivam o deleite pelo estilo refinado da escrita mesmo diante de temas tão espinhosos.
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