As relações perigosas

As relações perigosas Choderlos de Laclos




Resenhas - As Relações Perigosas


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Leila de Carvalho e Gonçalves 15/07/2018

Jogos De Sedução
Composta de 175 cartas, "As Relações Perigosas" é a obra prima de Choderlos de Laclos, um escritor francês, cujo prestigio transcendeu ao mundo das letras. Foi também um bem sucedido militar que, nomeado general por Napoleão Bonaparte, participou de inúmeras campanhas do imperador. Aliás, foi o tédio e a solidão da vida de caserna que acabaram por aproximá-lo da literatura.

Através desse livro, o autor apresenta um retrato deuma decadente aristocracia no final do século XVIII. Revela o jogo de sedução mantido por dois nobres para sua diversão, tentando fugir do fastio dos últimos anos do reinado de Luís XVI. Todo esse contrassenso é revelado com crueza através da depravação do Visconde de Valmont e da Marquesa de Merteuil.

É impossível permanecer alheio as intrigas da dupla, hábeis manipuladores, cujo único intuito era causar desgraça de quem por azar contrariasse seus interesses. Esse relato soa tão verídico, a ponto de ser apontado como calunioso pela nobreza, uma mácula a reverência ou bajulação como era tratada, insuspeita de que seus dias estavam contados à beira da Revolução Francesa.

O romance é um tratado sobre o maquiavelismo e a devassidão moral. De fácil leitura, as cartas se sucedem, cercadas de paixão e suspense, num ritmo tenso que atinge seu clímax, quando seus protagonistas ousam se enfrentar e aí, toda a sociedade estremece e o mundo da literatura também...

Não deixe de assistir o filme dirigido por Stephen Frears. Vencedor de três Oscars em 1989, tem John Malcovich, Michelle Pfeiffer e Glenn Close nos papéis principais.
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Sanoli 26/05/2018

http://surteipostei.blogspot.com.br/2018/05/as-relacoes-perigosas.html
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Júlio 28/10/2017

Relações Perigosas é um romance epistolar que narra as intrigas arquitetadas pelo Visconde de Valmont e a Marquesa de Merteuil na sociedade parisiense do século XVIII. Ao leitor desavisado o livro pode passar a imagem de ser apenas um punhado de relatos de conquistas e paixões, mas após a leitura de poucas cartas somos introduzidos ao núcleo complexo de personagens criados por de Laclos que compõe todo o charme do livro.

Por ser um romance epistolar é fundamental para escapar da banalidade que cada carta realmente passe a idéia de que o personagem é vivente, que possui sua voz própria, ou melhor, seu vocabulário próprio e de Laclos consegue esse efeito com maestria. Não só núcleo principal formado por Valmont, Merteuil, Cécile, Danceny e a Presidenta de Tourvel tem uma aura própria, mas personagens secundários como Azolan, padre Anselme e a Sra de Volanges são desenhados sem serem descritos, somente se utilizando de seu vocábulo e reações, mesmo personagens que não escrevem suas próprias cartas acabam adquirindo vida, Emily, Sophie e Prevan, todos coesos, livres e articulados, mesmo sem escrevem uma só palavra.

Não só de Laclos criou seus personagens e deu-lhes reações e motivações, como também um palco amplo para atuarem. Valmont e Merteuil roubam a cena, o que não é uma surpresa. Vou apelar para um lugar comum, mas eles de fato tratam a sociedade como um enorme jogo de xadrez, onde o objetivo não é alcançar a graça e reconhecimento por seus pares, mas sim obter prazeres e corromper aqueles ao seu redor, e nesse jogo nem Capablanca teria chance. Sem adentrar em spoilers, é a forma em que cada um desses personagens manipulam suas peças que traz interesse à obra. São em seu cerne vilões, porém de Laclos de forma alguma os torna caricatos, trazendo humanidade quando menos se espera, e realmente aqui esse "menos se espera" merece ênfase, pois são nesses momentos de dúvida, incerteza e humildade que Valmont e Merteuil transcendem as páginas do livro. Mertueil talvez seja uma das personagens femininas mais interessantes na literatura até a chegada de Emma Bovary.

Valmont ainda tem resquícios do galante burlesco, se mostra menos complexo sentimentalmente quando colocado ao lado da Marquesa, essa sim o grande personagem do livro, com as cartas mais interessantes, complexas e humanas. Sejam atuando como equipe ou ao se digladiar, são nas relações entre esses dois personagens que a teia da trama é tecida. De nada valeria dois personagens tão bem conectados sem coadjuvantes que tivessem algo a oferecer e, claro, a perder. De certa forma o ímpeto da obra é o contraste entre Valmont e Daceny, Merteuil e Cécile, Valmont e Prévan, Merteuil e a Presidenta, etc.

Libertino e luxurioso, cruel e humano, o ponto fraco desse livro para mim foi sua conclusão, achei muito óbvia, muito segura. Certos episódios acabaram me lembrando muito as caricaturas que acompanham a idéia do romance exagerado e espalhafatoso. De forma alguma isso tornou a experiência menos interessante, mas ainda sim fica aquele sentimento de que o autor, que já foi tão ousado em suas idéias, poderia ter ousado um pouco mais, ido mais além nesse livro de episódios que chocaram a sociedade na época, e que ainda hoje nos mostra que o ser humano é um animal adestrável, até certo ponto.
Emanuell K. 18/11/2017minha estante
Adorei a resenha!!!


Júlio 20/11/2017minha estante
Opa, valeu cara




Conchego das Letras 08/02/2017

Resenha Completa
Pode um livro ser atual mesmo falando de condes, viscondes e muito mais da corte francesa numa época pré revolução? Pode ele ser atual, em um mundo de emails e mensagens instantâneas, mesmo sendo todo escrito através de cartas? Pode sim, se na verdade ele tratar da perversidade humana e a busca incessante por prazer e diversão, quanto melhor se vierem às custas da felicidade de alguns inocentes.


“As Relações Perigosas”, livro único de Choderlos de Laclos, ficou muito conhecido por expor a nobreza francesa de forma nada romântica. É inegável a habilidade do autor em mostrar os desejos e medos mais íntimos do ser humano, em uma trama bem costurada de romances e traições, intrigas e surpresas. Prova da qualidade dessas “associações temerárias” são as inúmeras e bem sucedidas adaptações para o cinema, teatro e TV.

Os personagens muito bem aprofundados ficam bem definidos por seu modo de escrita e também suas ações. Você nota os diferentes narradores. Neste livro a regra é: quanto pior melhor. Que me perdoem os puritanos mas as cartas das carolas presidenta de Tourvel, madame de Rosemonde, madame de Volanges e da inocente Cécile de Volanges são chatíssimas. Mas quando os pérfidos visconde de Valmont e condessa de Merteuil nos presenteiam com suas prosas melindrosas somos novamente fisgados para dentro da trama. Leia com muito cuidado, pois o veneno escorre das páginas.

"Quando tenho queixa de alguém, não zombo; faço melhor: vingo-me." Condessa de Merteuil

Outro motivo para o sucesso contemporâneo do livro é que ele narra um "bafão" nuclear que aconteceu com personas muito poderosas da época. E quem não gosta de um "babado", ainda mais envolvendo famosos? Seja pela fofoca, pela escrita primorosa, pelo tom erótico ou pela exposição complexa dos medos e desejos humanas, “Relações Perigosas” é uma obra que deve ser apreciada por todos os amantes dos livros.

site: http://www.conchegodasletras.com.br/2017/01/resenha-as-relacoes-perigosas-choderlos.html
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Marcola. 16/01/2017

Malignamente Delicioso
Pode um livro ser atual mesmo falando de condes, viscondes e muito mais da corte francesa numa época pré revolução? Pode ele ser atual, num mundo de emails e mensagens instantâneas, mesmo sendo todo escrito através de cartas? Pode sim, se na verdade ele tratar da perversidade humana e a busca incessante por prazer e diversão, quanto melhor se vierem às custas da felicidade de alguns inocentes.

“As Relações Perigosas”, livro único de Choderlos de Laclos, ficou muito conhecido por expor a nobreza francesa de forma nada romântica. Mas é inegável a habilidade do autor em mostrar os desejos e medos mais íntimos do ser humano, numa trama bem costurada de romances e traições, intrigas e surpresas. Prova da qualidade dessas “associações temerárias” são as inúmeras e bem sucedidas adaptações para o cinema, teatro e TV

Os personagens muito bem aprofundados ficam bem definidos por seu modo de escrita e também suas ações. Você nota os diferentes narradores. Neste livro a regra é: quanto pior melhor. Que me perdoem os puritanos mas as cartas das carolas presidenta de Tourvel, madame de Rosemonde, madame de Volanges e da inocente Cécile de Volanges são chatíssimas. Mas quando os pérfidos visconde de Valmont e condessa de Merteuil nos presenteiam com suas prosas melindrosas somos novamente fisgados para dentro da trama. Leia com muito cuidado pois o veneno escorre das páginas.

"Quando tenho queixa de alguém, não zombo; faço melhor: vingo-me." Condessa de Merteuil

Outro motivo para o sucesso contemporâneo do livro é que ele narra um bafão nuclear que aconteceu com personas muito poderosas da época. E quem não gosta de um babado, ainda mais envolvendo famosos? Seja pela fofoca, pela escrita primorosa, pelo tom erótico ou pela exposição complexa dos medos e desejos humanas, “Relações Perigosas” é uma obra que deve ser apreciada por todos os amantes dos livros.
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Adriana Scarpin 02/01/2017

Em primeiro lugar romances epistolares são deveras entediantes, à exceção da correspondência entre Merteuil e Valmont que injetava um tempero picante à narrativa. Em segundo lugar o moralismo exacerbado do final, especialmente no que diz respeito às mulheres envolvidas, não importa o comportamento reprovável das personagens masculinas, as mulheres acabam sendo as maiores culpadas e penalizadas, não que isso não reflita o tipo de culpabilização feminina na sociedade que ocorra até hoje, mas para variar esses autores deveriam ser menos clichês em seu machismo e dar algum alento catártico para as mulheres.
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Beta Oliveira 03/04/2016

Uma trama atemporal sobre como a disputa de ego e poder entre duas pessoas pode causar tanto tumulto e estrago. Sabe o que é pior? Muito pior? Que estes dois personagens, nascidos no livro e interpretados tantas vezes no teatro, TV e cinema, são tão reais. Não duvide, você pode estar perto de algum deles e nem perceber.

Leia o texto completo no Abril Imperdível do #LdM11.

site: http://livroaguacomacucar.blogspot.com.br/2016/04/cap-1160-as-relacoes-perigosas.html
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Eric 21/02/2016

As Relações Perigosas é um dos clássicos mais atemporais que tive a oportunidade de ler. Retratando a hipocrisia da aristocracia francesa do seculo XVIII, o romance de Choderlos De Laclos causou a maior polêmica dentro da sociedade, visto que o autor não se apoiou em idealizações para dar vida a uma classe de ricos sanguessugas que não tinham nada para a fazer, a não ser fofocar e destruir reputações.

Sinopse: " Durante alguns meses, um grupo peculiar da nobreza francesa troca cartas secretamente. No centro da intriga está o libertino visconde de Valmont, que tenta conquistar a presidenta de Tourvel, e a dissimulada marquesa de Merteuil, suposta confidente da jovem Cécile, a quem ela tenta convencer a se entregar a outro homem antes de se casar."

O romance é epistolar, ou seja, é narrado através de cartas que são trocadas entre O Visconde e a Marquesa e entre as vitimas desses dois vigaristas. Sendo Assim, o leitor tem contato com a historia narrada em diferentes pontos de vistas, os quais possibilitam uma construção mais rica e minuciosa das situações vivenciadas e das concepções psicologica das personagens.

"Quando tenho queixa de alguém, não zombo; faço melhor: vingo-me"

As Relações Perigosas é caracterizada pelo adentramento profundo na psicologia humana. A índole manipulativa é muito presente durante a obra, podendo ser notada pela persuasiva escrita de Valmont e Merteuil, engendrando uma leitura bela e sensual que consagra o livro como uma obra prima da Literatura Clássica.

Choderlos De Laclos denúncia a imoralidade aristocrática da França com o sexo sendo a principal forma de humilhação diante da sociedade. Os maquiavélicos protagonista sempre estão usando a sua sensualidade para corromper os princípios de suas vitimas, tudo em prol para satisfazer seus diversos tipos de prazeres.Dessa forma, o adultério, o hedonismo, a libertinagem, a imoralidade, sadismos, entre outras corrupções morais, são temas essenciais que o leitor encontrará no romance.

"Aí foi, principalmente, que verifiquei que o amor, que tanto nos afirma ser a causa do prazer, é quando muito um pretexto"

A atemporalidade é um dos fatores que fazem a obra ser espetacular, a Sra. de Volagens ( mãe da Cecile) é a personagem que retrata com maestria, aquelas senhoras que ficam na janela de suas casas conversando com as vizinhas, falando mal da vida alheia. Fofoqueira de mão cheia, ela não poupa julgamentos pejorativos ao Valmont, constrói a índole das pessoas a partir do que ouve da boca dos outros. A Condessa de Merteuil é aquela mulher sádica, que só se contenta com a destruição moral do próximo, retrata pessoas que querem alcançar o sucesso através da degradação alheia. Valmont é o tipico cafajeste, que quer seduzir e transar, adotando as mulheres mais resistentes como desafio sexual, que no final, quando consegue o prêmio, não coagita em deixar de lado e ir a procura de novas libertinagens. Enfim, são muitos os exemplos de atemporalidade no livro.

As Relações Perigosas é um clássico estupendo, que retrata com criticidade a hipocrisia humana e suas consequências na sociedade. É uma obra prima do realismo, que atua com uma fascínio inerente entre leitor e personagens. Recomendo bastante a leitura.
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Tamires 02/02/2016

As Relações Perigosas
Como muitas pessoas Brasil afora, conheci o romance epistolar de Choderlos de Laclos através da minissérie da Rede Globo, depois da repercussão da cena em que Cecília é estuprada por Augusto (no livro, Cécile e visconde de Valmont). Fiquei curiosa a respeito do livro e o consegui de presente do maridão! Acabei não assistindo a série completa, embora tenha gostado do pouco que vi.

As relações perigosas, adaptada como Ligações perigosas, é uma trama que fala de sedução e poder. Uma parcela da aristocracia francesa que investe todo o seu tempo em manipular e destruir reputações de pessoas consideradas mais fracas. Dentre eles, destacam-se a marquesa de Merteuil e o visconde de Valmont, que não pouparão esforços para conseguir se divertir e provar o seu poder em relação a outros três personagens: a Presidenta de Tourvel e os jovens Danceny e Cécile.

O libertino visconde de Valmont ao mesmo tempo em que tenta conquistar a presidenta de Tourvel, uma mulher casada e devota, seduz a jovem e inexperiente Cécile a pedido de sua amiga e antiga amante, a marquesa de Merteuil. Já a marquesa de Merteuil, que se faz de confidente de Cécile, orienta a jovem a não resistir ao sedutor Valmont, mas sua real intenção é que Cécile se perca antes de um casamento arranjado com um antigo desafeto seu. Neste meio tempo, o cavalheiro Danceny e Cécile, apaixonados, tentam viver um romance, apesar de todos os empecilhos e manipulações. Parece complicado, mas é apenas um retrato da nobreza da frança do ano de 1782.

A narrativa é feita em 175 cartas, divididas em quatro partes bem estruturadas. Embora muitos romances epistolares tenham um ritmo arrastado, em As relações perigosas a trama é bastante envolvente e Laclos muitas vezes expõe a mesma situação do ponto de vista de todos ou quase todos os personagens, de forma que apenas o leitor sabe o que realmente está acontecendo. As maquinações da marquesa de Merteuil e os conteúdos de duplo sentido de Valmont, além das referências literárias de ambos são o que há de melhor na história.

“Preciso possuir essa mulher, para evitar o ridículo de apaixonar-me por ela: pois até onde não nos leva um desejo contrariado? Ó delicioso gozo! Imploro-lhe para a minha felicidade e, sobretudo, para o meu sossego. Que sorte a nossa as mulheres se defenderem tão mal! Ou não passaríamos, junto delas, de tímidos escravos”. (p.45 – Valmont sobre a presidenta de Tourvel)

Ainda que os personagens falem muito de amor, acredito que apenas a presidenta de Tourvel possa ter realmente se apaixonado. Embora Valmont tenha demonstrado que poderia estar apaixonado por ela, seus valores não permitiriam que ele mudasse tanto por amor a alguém. Valmont e Merteuil, sobretudo a marquesa, eram pessoas que desprezavam a fraqueza provinda do amor. Para eles, o amor era tal qual uma guerra, qualquer passo em falso poderia fazê-los cair. As Relações Perigosas é uma boa leitura, embora eu não tenha simpatizado com nenhum personagem em especial. Recomendo!

site: http://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-as-relacoes-perigosas/
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Coruja 26/01/2016

"Sejamos sinceros: em nossos arranjos, tão frios quanto fáceis, o que chamamos de felicidade não passa de mero prazer."
Para abrir meu Desafio Corujesco desse ano, decidi ler As Relações Perigosas, clássico francês que causou furor à época em que foi publicado e que alguns críticos reputam ser parte da razão de ter eclodido a Revolução Francesa – o retrato de uma aristocracia indolente e perversa que se compraz em jogos de poder sem se importar sobre em quem estão pisando teria inflamado muitos descontentes com o regime.

O livro chegou a ser julgado e condenado em tribunal, com direito a queima em praça pública. Mesmo assim, foi um sucesso, com cópias compradas secretamente até por Maria Antonieta.

Ao terminar o livro, perguntei-me com meus botões porque há quem prefira ler coisas como 50 Tons de Cinza quando livros como esse existem para serem lidos.

A partida jogada entre a Marquesa de Merteuil e o Visconde de Valmont é sórdida em todos os seus detalhes e ao sermos convidados a compartilhar de suas cartas, penetramos uma intimidade carregada de erotismo. Não há nada particularmente explícito, mas a intensidade do jogo e a forma como a rede vai se fechando em torno dos personagens nos deixa de garganta seca, nos abanando com abandono em nossas poltronas.

É surreal a forma como de Laclos consegue nos seduzir, enredar em sua trama. Primeiro porque ele deixa a entender que tudo aquilo é uma história real – e não neguemos que toda sociedade gosta de um bom escândalo. Segundo, porque nos tornamos de certa forma seus cúmplices ao ultrapassar o sigilo de uma correspondência privada – e os correspondentes de todas essas cartas acreditam que estão seguros, e é isso que lhes permite trocar tantas confidências com tanta candura.

É interessante refletir sobre isso nos dias de hoje, quando nossa privacidade vive constantemente em jogo nas comunicações eletrônicas. Fotos íntimas, e-mails, mensagens de texto... nada disso desaparece uma vez que coloquemos na rede. E, muitas vezes, o que acreditamos ser privado está a apenas alguns cliques de cair em público.

As Relações Perigosas não é um livro romântico e toda a história caminha claramente para uma tragédia desde o começo. É intensamente passional, mas, ao menos na superfície imediata, não é a paixão que move os protagonistas – especialmente os mestres de marionetes que orquestram toda a ação – mas o tédio e o gozo da caçada.

Este é um livro sobre sexo – um livro BEM ESCRITO sobre sexo, vamos deixar claro. Mas é também sobre como as pessoas influenciam e são influenciadas pelas aparências e como isso é julgado pela sociedade. Em outras palavras, embora já tenham se passado mais de 200 anos de sua publicação, é uma história que continua bastante atual.

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2016/01/desafio-corujesco-2016-um-livro-escrito.html
Claudio.Costa 26/01/2016minha estante
Gostei da resenha!


Marcia 17/01/2021minha estante
Li a edição traduzida por Carlos Drummond de Andrade, o que aumentou meu prazer na leitura.




dani.gislon 02/01/2016

Amor ou guerra?
As relações perigosas de Laclos é um livro encantador em todos os aspectos. Uma obra epistolar, onde tudo o que nos é dado a saber está descrito em cartas que os personagens trocam entre si. Os protagonistas são a marquesa de Mertuil e o visconde de Valmont, ambos aristocratas, cúmplices e amantes. Considerando que o escritor era um soldado de guerra, acredito que o que ele constrói de fato no livro são frentes de "guerra". E o objetivo de nossos protagonistas é igual o de um país que ataca outro: invadir e dominar, varrendo o terreno das terras ocupadas. A marquesa tem interesse em cumprir uma vngança, enquanto o visconde, em cumprir seu mais novo desafio: conquistar a presidente de Tourvel, casada, virtuosa e devota.
Justifico aqui o título da resenha. Pois se eu pudesse dar ao livro um novo título, seria justamente este: amor ou guerra? Em diversos momentos do livro, há entre os personagens essa opção de escolha e o final... bem, o final justifica o resultado dessas escolhas.
O livro é SUBLIME! Os personagens maravilhosos! Principalmente o nosso casal principal, ambos sedutores, inteligentes, irônicos, divertidos, sarcásticos, e muito envolventes.
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Valério 14/09/2015

Vilania superexposta
Chordelos de Laclos pode ser avaliado sob vários prismas. Mas certamente uma de suas principais características é a coragem.
Como escrever um livro desses, com personagens tão cruéis e depravados, com intrigas destruidoras (não apenas de casamentos, mas de vidas, de ilusões, de reputações e de sociedades), com ideias tão mirabolantes, envolvendo sexo, homossexualismo, pederastia, pedofilia em uma obra publicada em 1782?
Tenha-se em vista que do livro já saíram várias versões para o cinema. Uma das últimas, com o título "Segundas intenções", mesmo sendo lançado por volta do ano 2.000, causou frisson, deixou espectadores boquiabertos e mal acreditando na perfídia incessante que tomava a tela e a história.
Contudo, a melhor versão é a protagonizada por John Malkovich (no papel do Visconde de Valmont, a metade masculina dos vilões sedutores), Glenn Close (Marquesa de Mertuil, a metade feminina da mesma dupla), Michelle Pfeiffer (Presidenta de Tourvel, uma das incontáveis vítimas), Uma Thurman (outra vítima da crueldade ilimitada da dupla) e Keanu Reeves (ainda uma pobre vítima).

Valmont e a Marquesa de Merteuil tem como objetivo de vida apenas gozá-la e se divertir pervertendo e destruindo vidas e casamentos. Para isso, usam sua astúcia assombrosa nos planos mais mirabolantes para conquistar e desvirtuar parceiros sexuais.

Todo o livro é contado por missivas trocadas entre os personagens, e a história se desenrola com os próprios a contando.
Esse estilo narrativo é interessante. Mas nem todos gostam por achá-lo um pouco menos prático.
Contudo, acrescentando à brincadeira o toque de realidade, o autor cria ainda dois personagens: O redator e o que seria o organizador das cartas, como se a história fosse verdadeira, coletada através das cartas, que foram apenas organizadas e reproduzidas.

Como não se indignar com a frieza e nenhuma consideração dos heróis/vilões?
Como não se deliciar com as análises das relações humanas descritas e tão em voga ainda hoje? (quanto mais leio livros escritos há séculos, mas vejo que a humanidade pouco ou nada mudou a esse respeito)
Como não ficar constrangido com os acontecimentos?
E, pior, haverei de confessar: Como não torcer para que as vítimas sucumbam aos encantos dos predadores?

Por fim, como pano central, temos Valmont e Madame Marteuil em uma não declarada disputa de egos. Tudo o que infligem, apesar de dizerem que se trata apenas de prazer, trata-se muito mais de orgulho, vaidade e disputa entre si.
A leitura não é muito fácil. Não apenas por se utilizar de missivas, como também pelo estilo mais rebuscado.
Muitas vezes, se o leitor não estiver atento, sequer perceberá os momentos mais tórridos, tendo em vista que, pela época, o autor apena insinua levemente.
Assim, muitos sequer percebem, por exemplo, o homossexualismo sutil (mas existente) no livro.
E não deixe de, depois, assistir à versão de 1988 citada (aliás, filme vencedor de 3 oscar)
Sy 14/09/2015minha estante
Uau!




GilbertoOrtegaJr 01/07/2015

As Ligações Perigosas – Choderlos de Laclos
A muitos anos atrás era muito mais fácil chocar a sociedade do que nos dias de hoje, eu acredito que talvez seja pelo fato de hoje tudo ser explorado e noticiado exaustivamente pela mídia, o que acaba fazendo com que pouquíssimas coisas sejam novidade. Mas na França do período aristocrático não era assim tão comum algumas coisas, e é claro daí que quando um autor lança um livro que nem é o caso do As Ligações Perigosas, que fala de dois seres humanos manipular outros, sem escrúpulos algum só para seu prazer, a educação de uma mulher para ser dissimulada e ter casos extraconjugais, torna-se rapidamente um livro polêmico e mau falado. Se por um lado é um livro mau falado por outro ele não é um livro rejeitado, desde seu lançamento em 1782 o livro costuma vender facilmente e atrair grandes números de leitores.

O livro é um compilação de 175 cartas de um grupo de pessoas que fazem parte da sociedade francesa da época, os personagens centrais são a Marquesa de Merteuil e o Visconde de Valmont, dois seres maquiavélicos, que veem nos outros apenas objetos para seus prazeres. O Visconde está tentando seduzir a Presidenta de Tourvel que é casada, enquanto a Marquesa, em uma espécie de pacto com ele, quer que ele use seus galanteios para seduzir e desvirtuar a jovem Cécile Volanges, está jovem por sua vez está prometida em casamento, contra as sua vontade, e se vê apaixonada pelo Cavaleiro Dancey, paixão pela qual a sua mãe não aprova de modo algum.

É nesta intrincada trama que o autor usará para mostrar a sociedade francesa da época tal qual ela é, seus vício hipocrisias, e segredos, mas como pano de fundo também se mostra a perda da inocência, as relações amorosas e sexuais e a infidelidade. O visconde e a Marquesa não se poupam de artifícios para que consigam manipular a todos a sua volta, sem em momento algum se importarem nem mesmo um com o outro.

No primeiro momento em que decidi ler este livro a sensação é como se ele me sugasse, é um livro bem construído, e muito bem escrito, que tanto pode servir como uma obra de arte que retrata os costumes da sociedade da época, como um livro para grande diversão do leitor, que foi o meu caso, nele vemos criaturas que só se movem em relação aos seus desejos, enquanto uns se movem a ele ( Marquesa e Visconde) outros se movem em repulsão a ele, como é o caso da Presidenta de Tourvel, quando se descobre apaixonada por Valmont.

Outro ponto que conta muito para o escritor é o fato de dele ter conseguido sustentar uma trama que tem como forma de escrita as cartas, e mesmo assim conseguir criar vozes distintas e que soa convincente, para vários personagens. Mas para mim o grande mérito desta obra é conseguir fazer com que o leitor fique preso a uma história, sem com isso deixar de ser bem construída e elaborada de forma extremante elegante.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2015/07/01/as-ligacoes-perigosas-choderlos-de-laclos/
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Neto 14/03/2015

Várias versões
Existem várias versões dessa história em filmes e teatros... Amei o livre, por mais que a leitura dele é bem puxada não tive problemas adorei a forma como as cartas são escritas e se percebe como cada uma é diferente de cada personagem. Só n entendo q nas versões que vi "segundas intenções", "as relações perigosas" e "Valmont" são bem diferentes entre si e no final, que não seguem fielmente o livro.
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