Fernnanda.Stumbo 22/03/2024Escolhido de Março para o #Desafio2024JEE com o tema: um livro escrito por uma mulher.
Meu escolhido foi Posso Pedir Perdão, só não Posso Deixar de Pecar de Fernanda Young.
Meu primeiro contato com a autora e nada do que eu esperava! Assisti diversos programas com Young, entrevistando e entrevistada e a admiro demais! Ao ladinho de Rita Lee, Pitty, Astrid e Fernanda Torres, considero mulheres fortes, de pensamentos a frente de suas gerações, defensoras de seus ideais, autênticas e mães incríveis!
Mas sobre o livro em si, preciso ser sincera, não é um que eu recomendaria a amigos... A leitura flui rapidamente, linguagem simples e clara, mas a história não tem muito sentido, houve momentos que eu me questionava se ainda era sobre os mesmos personagens.
Considerei que a autora tinha apenas 17 anos ao escrevê-lo, o que podemos notar características da juventude, da mesma forma que também podemos notar características típicas dela ali, principalmente nos assuntos sexuais.
A obra nos narra a tentativa de liberdade de uma moça em relação a sua família tradicional e religiosa de uma cidade pequena. Dada em casamento bem jovem, com a expectativa de um casamento santo, enquanto pretendia outros caminhos para si, mesmo que ainda considerado tabu ou desrespeitoso.
Inicia de forma interessante mas no decorrer vai perdendo o sentido e faltando informações, entra personagens que não entendemos de onde vieram e acaba "sem pé, nem cabeça".
Com certeza, darei chances a outros livros da autora, pois acredito que sua imaturidade etária possa ter afetado o êxito deste, mas de qualquer forma, seu talento não passa despercebido.
Apreciei bastante um trecho que acaba por justificar o título escolhido, e encerro a resenha com ele:
"Perdão. Não me custa pedir perdão, não me custa dar possibilidades (...) Posso pedir perdão, só não posso deixar de pecar. Tudo o que eu gosto me parece sempre um pré-pecado. Por que teremos sempre que nos punir pelo que gostamos? Por que devo ser considerada uma alma ruim pela balbúrdia do prazer? O prazer será sempre motivação egoísta? E a palavra, será que sempre me mostrará a verdade do que escuto? Será sempre pregada como palavra de cura e de salvação? (...)
A grande surpresa será quando todos em geral perceberem que quem julga o juízo final não é Deus nem Satã, mas o desejo, o sexo personificado em homem-mulher, só que em um só corpo, algo andrógeno, indefinidamente belo e sedutor."
- Texto postado originalmente em meu Instagram (@festumbo).