Cidades Mortas

Cidades Mortas Monteiro Lobato




Resenhas - Cidades mortas


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j.myaki 15/02/2024

Boa surpresa
"Cidades Mortas" é outro dos títulos que estavam parados há tempos na estante. Comprei antes de saber das controvérsias que envolviam o autor e não posso negar que muitas vezes as páginas revelam um certo conservadorismo, mas no geral são contos "inofensivos" - isso no bom sentido.

Pelo título temos a impressão de que será um livro pesado, lamentando pelas condições em que as cidades se encontram no período da publicação. Fui positivamente surpreendida, no entanto, com contos cheios de vida e de identidade - muitas vezes nos sentimos como que visitando os lugares retratados e ouvindo ao fundo as conversas narradas.

Em alguns momentos, até dá para pensar que as histórias são sobre pessoas que conhecemos, e se passam em lugares que já visitamos. E percebemos que mesmo as passagens mais irônicas foram escritas por alguém que realmente gostava do contexto que retratou. Fiquei feliz de sentir isso durante a leitura, e por essa sensação ignorei algumas coisas que me incomodaram, como a dificuldade com a linguagem e a repetição de algumas situações.

Apesar de cansativo algumas vezes, recomendo ler pelo menos alguns dos contos. Acho que o melhor é ir lendo aos pouquinhos (tenho que aprender essa arte)... mas, mesmo não tendo feito isso, foi uma experiência bastante divertida. Gostei, acima de tudo, de finalmente conhecer o trabalho de Monteiro Lobato - e entender porque estudei ele no ensino médio.
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cobengrita 03/01/2024

Li por causa da escola, tem algumas pontuações do autor muito interessantes, alguns contos são mais legais que outros, mas gostei de ler alguma obra clássica, da pra ter uma visão legal sobre a sociedade da época, principalmente sobre a parte dela que o Monteiro Lobato se propõe a descrever.
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Daniel.Ribeiro 09/10/2023

Uma terra quase esquecida
No início do século, havia uma mudança de pensamento surgindo no Brasil. Os moldes da sociedade moderna apareciam em alguns contextos, mas, no meio do país, o seu interior era esquecido. Alguns autores tentaram permanecer sobre os fatos e as denuncias que ocorriam no Brasil 'caipira'. Monteiro Lobato que nasceu no interior paulista, com seu propósito de dar vista ao homem do campo, e mostrar a funcionalidade do país em sua essência, ousa mostrar que as cidades que ali foram fundadas nas expedições estavam esquecidas.
Daí o título deste livro de contos, Cidades Mortas. Traz relatos sobre as habitações construídas para o povo trabalhador que buscava sustento no interior do país, mas , teve que sobreviver as custas do seu sustento, com a chegada da modernidade.
Uma leitura interessante e curiosa.
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Gustavo Palma 20/07/2023

O livro é interessante por trazer um retrato sobre a vida nas "cidades mortas" do interior de São Paulo no começo do século XX, em especial as do Vale do Paraíba, que na época entrava em declínio econômico pelo esgotamento do solo e pela ascensão do Oeste Paulista como centro de produção de café. Alguns contos trazem acontecimentos cômicos, como "A vida em Oblivion" (uma cidade que só tem três livros, e todos os letrados dividiam a posse deles), "Pito do reverendo" (o reverendo da cidade que tenta parecer culto para um visitante da capital), "Por que Lopes se casou" (a relação do amor romântico com a poesia) e "O espião alemão" (a participação da pequena cidade de Itaoca na Primeira Guerra Mundial) - esse é o conto de maior destaque, na minha opinião.
O retrato que Monteiro Lobato faz da vida social, em suas sociabilidades e experiências, também merece um destaque, como "Júri na roça" (sobre um julgamento no tribunal municipal, algo raro), "O fígado indiscreto" e "Toque outra" (sobre os eventos sociais nas casas das elites), "Pedro Pichorra" (sobre as lendas folclóricas e o medo na zona rural) e "Noite de São João" (sobre tudo o que poderia acontecer em uma quermesse junina). São trabalhados também o reacionarismo e a teimosia ("Café! Café!") e a hipocrisia ("A Cruz de Ouro") dos grandes fazendeiros, a dificuldade da vida dos poetas ("Por que Lopes se casou" e "O romance do chupim"), a pacatez dos empregos ("Júri na roça", "O luzeiro agrícola" e "Um homem de consciência").
Em relação aos pontos negativos do livro, o que mais me incomodou foi o machismo explícito e o racismo velado que permeiam alguns contos, como em "O romance do chupim". Isso não é nada inesperado, considerando o contexto de Monteiro Lobato, filho de um grande latifundiário produtor de café da região de Taubaté. Apesar do pequeno incômodo que me causou, não é algo que prejudicou tanto a leitura do livro, justamente porque eu já esperava esse tipo de coisa.
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Pedróviz 05/01/2023

Cidades Mortas
Cidades Mortas é um livro de crônicas e contos que abordam predominantemente a decadência e abandono do meio rural no início do século XX após a passagem arrasadora do que o autor denominou de "Átila Café". Isso é bem descrito na primeira crônica, que dá título ao livro.
A vida em Oblivion é uma crônica sobre uma cidadezinha esquecida, de onde se afastaram as redes telegráfica e ferroviária, elos de contato com a civilização. A população compartilha os três únicos livros da cidade. A elite tem acesso a jornais e a esses mesmos livros.
Os perturbadores do silêncio é uma crônica a respeito de uma cena bastante comezinha, mas um grande evento na cidadezinha esquecida: um funcionário da prefeitura providenciando a eliminação de um formigueiro de saúvas.
Vidinha ociosa é uma sequência de pequenos textos que retratam costumes e cultura da época e dos quais o maior e melhor, para mim, intitula-se O Jesuíno.
Cavalinhos é um conto sobre desencanto: as coisas não mudam, somos nós que mudamos.
Noite de São João é um conto divertido. Vejam o que o Júlio disse para a inocente Candoca, que adorou o versejo: "? O amor, dona Candoca, é como o balão: quanto mais rápido sobe, mais rápido desaparece."
O pito do reverendo é impagável. Bem coisa que poderia acontecer pelo interiorzão daquela época.
Pedro Pichorra conta a história de como os Pichorras ganharam esse nome. Já deu para perceber que este livro não dá para parar de ler...
Cabelos compridos é a história da Das Dores. Tadinha da Das Dores ahahah.
O "Resto de Onça" é um conto dentro de um conto. Magnífico.
Por que Lopes se casou foge ao tema rural, e é daquelas piadas batidas sobre casamento. Coisas do gênero não constroem.
Júri na roça descreve a festejada quebra da modorrenta rotina na cidadezinha em função do julgamento de Pedro Intanha por desacato ao Major Vaz. O discurso do promotor descrito por Lobato é de rachar. Ótimo.
Gens ennuyeux é uma sátira impiedosa à Ciência empertigada e orgulhosa e aos seus devotos.
O fígado indiscreto relata o que pode fazer a um noivado a combinação de timidez excessiva, aversão a bife de fígado e uma sogra generosa no servir.
O plágio é a história de um homem que comete o pecado do plágio.
O romance do chupim descreve a relação de um homem delicado e uma mulher alfa.
O luzeiro agrícola é uma crítica mordaz à ineficiência do serviço público.
A "Cruz de Ouro" é uma crítica à hipocrisia reinante na sociedade masculina daquela época, que em público condenava aquilo em que se refestelava na calada da noite.
De como quebrei a cabeça à mulher do Melo é a descrição de um caso extremo de generosidade e insistência no servir o prato de um convidado e da reação a essa generosidade.
Em O espião alemão,  conta-se o que aconteceu em Itaoca quando um espião alemão foi descoberto, preso e encaminhado às autoridades.
Café! Café! é um conto que enfatiza o mal da obstinação.
Toque outra é um pequeno momento de salão mostrando o papel eminentemente "de fundo" da música.
Um homem de consciência trata de João Teodoro, um sujeito que se achava o cúmulo da insignificância.
Anta que berra é um conto sobre um homem que não mentia, mas que tinha a memória falha.
O avô do Crispim é conto com a seguinte moral: não emprestar para conservar os amigos e as patacas.

Este é um livro que vale o tempo gasto na sua leitura. Ótimo livro.
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Betânia 13/11/2022

Cidades mortas
É um livro com vários contos sobre especificidades do interior do Brasil, com narrativas sobre o marasmo e a decadência das cidades apresentadas. De fácil leitura, alguns contos mais legais que outros, mas em geral um livro agradável. Primeira obra que leio de Monteiro Lobato e acho que ele podia ter deixado algumas críticas só em pensamento.
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keilo 13/11/2022

Cidades mortas
não consegui nem começar esse livro, leitura bem complexa, pra mim as duas primeiras páginas foram o mais puro tédio, talvez só não fosse um bom dia pra ler esse livro
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gabrieldefreitasle 24/10/2022

uma selfie do sertão
Cidades Mortas é um livro de contos aparentemente sem contexto e ligações entre um e outro. Mas é o rural e, principalmente, o urbano sertanejo velho, pútrido, abandonado, morto... ou crescendo desenfreadamente. Capital!

Itabuna é simplesmente uma aventura sem empolgação um milhão de coisas acontecem sem nada acontecer. Sempre com seus três livros. Todos dormem acordados

E Oblivion é pacato. Com sua roda do carrinho da câmara girando e girando, rangendo e rangendo. Isso. Não tem nada mais.

Como tão agora obstruídas por outras ao seu redor.?
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Léo 18/08/2021

Conexão com o interior
Ler cidades mortas me fez sentir um orgulho imenso de morar em um desses locais onde o tropeirismo foi forte, a paz, o ciclo do café, toda a riqueza arquitetônica são belíssimas. Apesar da ironia ao modo de vida dos habitantes dessa região retratada no livro, existe muito afeto pelo local.
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Prof. Edivaldo 12/09/2020

Outros contos
Bem, esse livro de contos não é tão bom quanto foi o "Negrinha e outros contos". Alguns contos são muito longos e é preciso estar bastante atento para entendê-los, dado em parte pelo vocabulário rebuscado de Monteiro Lobato.
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Marcos Santos 09/04/2020

Contos cidades mortas
Contos imperdiveis de Monteiro Lobato, um escritor visionário que via além do seu tempo, mostra como decadência do café no Vale do Paraíba, mudou a dinâmica da cidade, recomendo.
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Biblioteca Álvaro Guerra 12/04/2019

Cidades Mortas é um livro de contos escrito por Monteiro Lobato e publicado em 1919. Através dos contos, é retratada a decadência do Vale do Paraíba, em decorrência da abolição da escravatura.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788525046253
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Wagner 04/11/2018

A BELEZA DAS COISAS...

(...) O encanto de tudo aquilo, porém, estava morto, tanto é certo que a beleza das coisas não reside nelas senão na gente. (...)

LOBATO, Monteiro. Cidades Mortas. São Paulo: Brasiliense, 1961. pg 20.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 02/08/2018

Bom Entretenimento!
Monteiro Lobato é o nosso nome de maior destaque no panorama literário infantil. Entretanto, seu inquestionável e multifacetado talento vai muito além e esse livro é uma boa oportunidade para comprovar o fato.

Publicado em 1919, "Cidades mortas" reúne vinte e cinco trabalhos, alguns bem antigos, onde ele critica com seu humor ferino a apatia política, econômica e até mesmo, literária da época.

O conto que intitula o livro, aborda a decadência econômica do Vale do Paraíba, após a queda da produção cafeeira, que acabou se derigindo para oeste do estado. É nessa região que o autor recolheu o farto material de suas histórias, retratando com seu jeito direto, o cotidiano das pequenas cidades, saudosas com a prosperidade de outroral

Dessa seleção, os mais populares são "Pedro Pichorra", "Cabelos Compridos" e "O Espião Alemão", porém, meu preferido é "Um Homem de Consciência" que narra a vida de Pedro Teodoro, o homem mais pacato e modesto que já existiu.

Afora as obras citadas, também pertencem a série: "A vida em Oblivion", "Os Perturbadores do Silêncio", "Vidinha Ociosa", "Cavalinhos", "Noite de São João", "O Pito do Reverendo", "O Resto de Onça", "Por Que Lopes se Casou", "Juri na Roça", "Gens Ennyyeux", "O Fígado Indiscreto", "O Plágio", "O Romance do Chopim", "O Luzeiro Agrícola", "A Cruz de Ouro", "De Como Quebrei a Cabeça da Mulher do Melo", "Café! Café!", "Toque Outra", "Anta que Berra" e "O Avô de Crispim".

Possuo uma antiga edição, herança de avó, onde aparecem mais cinco contos: "Eva no Paraíso", "Um Homem Honesto", "O Rapto", "A Nuvem de Gafanhotos" e "Tragédia de um Capão de Pintos". Desconheço os motivos da supressão e por esse motivo, atribuo unicamente três estrelas à obra, ressaltando que o autor merece cinco e das mais luzidias. Por outro lado, merece destaque sua qualidade: comentada, adaptada à nova Reforma Ortográfica e com índice ativo.

Bom entretenimento!
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Cintia.Alves 07/02/2018

Cidades mortas
Leitura extremamente deliciosa! Confesso que não conhecia essa outra face de Lobato, a linguagem varia entre o rebuscado e o regional. No início a compreensão é um pouco difícil, mais nada que uma pequena insistência não resolva, o ritmo vem com o tempo. Me diverti muito com praticamente todos os contos (ri alto mesmo!) "O puto do reverendo", "o fígado indiscreto", "o espião alemão" "cabelos compridos" são alguns. Mais admito que o que mais me fez pensar e já reli algumas vezes foi o "era no paraíso", fiquei dias com ele na cabeça. Enfim, é uma obra fantastica, recomendo muito... Mais leia sem pressa, aprecie cada neologismo, cada regionalismo cada impressão dos personagens, mergulhe na época e no contexto histórico! Vale a pena cada pesquisa no dicionário. Apenas leia!
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