Rota 66

Rota 66 Caco Barcellos




Resenhas - Rota 66


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guibre 31/07/2014

Precioso trabalho de investigação, Rota 66 é um livro cujo conteúdo fica impregnado na memória. Composto basicamente por relatos de assassinatos praticados pela Polícia Militar paulista e por análises dessas condutas criminosas, demonstra a existência de um sistema talhado para perpetuar a violência de policiais e garantir-lhes a impunidade. O simulacro de apuração através de Inquéritos Policiais Militares e o processo nas Auditorias Militares são exemplos dos mecanismos que mantiveram muitos assassinos fardados no exercício da profissão e isentos de qualquer responsabilidade.
O livro induz reflexões sobre o modelo de segurança pública a ser adotado pelo Estado, inclusive no que se refere ao esbanjamento de recursos públicos em operações policiais cinematográficas. Por outro lado, explica a influência nefasta exercida pelos agentes da repressão política na formação dos policiais militares.
Para além da coragem de tentar esclarecer a violência de policiais, em mais de um ponto de texto há críticas sobre a conduta da imprensa, especialmente aquela que se mostra cúmplice do banho de sangue produzido por aqueles que em tese deveriam proteger a sociedade.
Apesar de algumas imprecisões, trata-se de uma denúncia muito bem fundamentada sobre os abusos perpetrados por alguns policiais. Por outro lado, fornece evidências da existência de uma política de extermínio, aparentemente sancionada ou simplesmente ordenada pelos superiores hierárquicos dos policiais, que produz tragédias que atingem, na absoluta maioria dos casos, pessoas pobres e suas famílias.
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Jane Ávila 27/06/2014

Como falar desse livro se rasgar uma seda?
Adoreiiiiiiiiii...
O meu estilo preferido,ação,fatos reais e com uma leitura que lhe joga dentro da trama.
Uma leitura dinámica,vc começa e sem perceber já chegou ao final.
Adoro os livro de Caco Barcellos
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Arca Literária 10/06/2014

Rota 66
A história da polícia que mata, foi lançado em 1992, e reúne vários anos de trabalho e pesquisa jornalística. O livro não é baseado em uma única história. E sim, em várias. O “Rota” do título vem do pelotão de elite da Polícia Militar de São Paulo, a Rota: Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar. O grupo, criado durante a Ditadura Militar, tem a função de combater o crime e de ser exemplo para a PM. Rota 66 é um livro já consagrado pelo público e pela crítica, onde o autor desmonta a intricada rede que forma o esquadrão da morte oficial montado em São Paulo.
Resultado de uma investigação meticulosa e audaciosa, a obra foi escrita por Caco Barcelos, que é correspondente internacional da Rede Globo e considerado um dos jornalistas de maior prestígio dentro da emissora, pela audiência conseguida por suas reportagens. Durante as décadas de 1970 e 1980, Caco investiga assassinatos e abusos cometidos pela polícia. Trabalhando como repórter freelancer, passou madrugadas seguindo viaturas, indo a velórios e acreditem, dias e dias no IML conferindo documentação dos criminosos que a Rota matava, sendo que ninguém mais da imprensa dava importância a esses assuntos.
O livro trata do assassinato de um grupo de jovens de classe média de São Paulo por uma ação de uma unidade da Rota. É a partir deste ponto que o fato se torna o elo entre tantos outros assassinatos sem explicação realizados pela polícia militar.
A história se resume em três partes. Na primeira Barcellos conta o caso da Rota 66 que matou três jovens de classe alta em São Paulo, na década de 80. A imprensa deu grande destaque ao caso na época. Os policiais que mataram esses garotos acharam que eles eram ladrões e que haviam roubado o fusca no qual estavam. Os policiais militares foram ao tribunal, porém julgados inocentes.
Ao longo do livro, ainda há o relato de várias pessoas mortas pelos mesmos policiais. Barcellos vai intercalando a história do caso Rota 66 com a sua história, mostrando o que ele viveu na juventude e comparando a sua vida com a de outros que passaram pelo mesmo apuro. Fugindo de polícia sem motivo. A segunda parte é dividida em sete capítulos. Em quase todos há o mesmo fim. A polícia que persegue o “bandido”, mata e depois o leva ao hospital para “prestar ajuda”, com o propósito de evitar a investigação na cena do crime. Na terceira parte, também dividida em sete capítulos, percebemos que os policiais matam qualquer um. Um exemplo é o assassinato de Pixote, morto debaixo de uma cama, encolhido no canto.
O autor do livro tinha o seu próprio banco de dados, criado com a ajuda de um amigo. Todas as mortes causadas pelos policiais nos supostos tiroteios eram catalogadas. No inicio um sistema de catalogação bem precário, constituído por observações a hospitais, e a idas ao "IML". Esse foi o resultado de um banco de dados que o jornalista conseguiu organizar durante anos de pesquisas feitas nos jornais que publicavam as notícias das mortes em tiroteios, no necrotério e entrevistas. O Jornal Notícias Populares que noticiava os supostos tiroteios e apoiava a ação dos PMs, foi uma das fontes de pesquisa do autor.
A Rota era composta por um exército de matadores, que não prendiam. Espancavam e matavam os suspeitos em supostos tiroteios, sendo que, na maioria das vezes as vítimas estavam desarmadas e sem nenhuma chance de se defender. Após executarem as vítimas, ao invés de levarem os corpos para o (IML) Instituto Médico Legal, os corpos eram levados para o hospital, os PMs tinha o intuito de fingir prestar socorro aos cadáveres. O local do crime era alterado para dificultar o trabalho da perícia. Algo revoltante são os fatos dos inquéritos serem redigidos á partir da declaração dos PMs matadores, sem levar em conta os relatos das testemunhas. A população de baixa renda era o alvo principal dos matadores da PM.
O livro já no primeiro parágrafo prende o leitor de tal maneira que o faz viajar e aprofundar-se em cada palavra lida na cruel história da polícia, dos bandidos e dos inocentes. Ao começar escrever o livro, Caco barcellos tinha o objetivo de denunciar os matadores oficiais contra os civis envolvidos em crimes na cidade, mas o balanço final da investigação, em junho de 92, acabou surpreendendo a si mesmo. O autor conseguiu traçar um perfil criterioso das vítimas e dos assassinos, assim ele descobriu que os criminosos não representavam a maioria entre as pessoas mortas pelos policiais militares de São Paulo. O jornalista identificou pelo menos, quatro mil e duzentas das 12 mil vítimas da PM entre 1970 e 1992. Os números são espantosos, podendo ser comparados aos de uma guerra. Desse total, 65% eram pessoas inocentes. Gente que nunca havia praticado um crime.
Publicado em 1992, o livro Rota 66 já foi editado 37 vezes, sendo a última em 2002. Não tem como descrever a sensação experimentada ao terminar de ler a obra. É como se faltassem páginas. Como se todo aquele revoltante esquadrão da morte ainda estivesse ativo. E, de fato está. Tenho a impressão que faltam mais pessoas como Caco Barcellos para mostrar as histórias das atuais vítimas. E saber que essas atrocidades ainda continuam a acontecer bem debaixo de nossos narizes, me deixa revoltada, e cada vez mais apaixonada pelo jornalismo investigativo.

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Resenha de Lidy Lira, resenhista do Arca Literária


site: www.arcaliteraria.com.br
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Renata Miranda 17/05/2014

Os dois lados da moeda
O livro relata com muita clareza o que acontece na realidade, o que não é permitido passar nos jornais, mas é muito importante que saibamos que há o outro lado da moeda, que é o policial, prezando pela sua vida, que em situações de risco, não tem outra opção a não ser atirar. Guerra é guerra, então voce escolhe, é matar ou morrer.
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Jéssica Simões 02/04/2014

Caco é um exímio jornalista! E isso fica claro no livro através de sua coragem e perspicácia nas investigações e, sobretudo, na preocupação em não tangenciar informações. Um livro de tirar o fôlego! De fazer pensar, repensar e questionar. Recomendo!
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Walisson 17/08/2016

Infelizmente um livro atual
A brutalidade da Rota registrada eu diria a sangue frio, Caco Barcelos dedicou anos de estudo e pesquisa para desmascarar a polícia e seu esquadrão de extermínio, números assustadores sobre a crueldade da Rota são revelados neste livro e ainda histórias tragicas das vítimas desse temido grupo que só podiam fazer uma coisa: chorar.
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@icaronunes 04/02/2014

Denuncia contundente
Livro maravilhoso. Denuncia do começo ao fim. Coisas curiosas, tensa e violência o tempo todo.

ROTA e PM são exposto ao publica de uma forma que todos já sabem (violento e fora da lei) mas não parecem perceber quão profundo é o problema.

Mostra o racismo do sistema penal e execuções sumarias. Tudo acobertado pelo comando da policia, políticos e sociedade.
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Djonatha 09/02/2013

Jornalista Caco Barcellos descreve as injustiças que apurou em casos de assassinatos pela Polícia do Brasil
Inicialmente, o livro “Rota 66” alterna entre os casos de violência e crimes por parte dos policiais e a história de vida do jornalista e autor do livro, Caco Barcellos.

O primeiro e mais impactante caso parte justamente da equipe que dá nome ao livro, a Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar n° 66, que perseguiu um grupo de jovens com uma patrulha forte de policiais e viaturas pelas ruas de São Paulo, pois pensavam que o carro em que os jovens estavam, um fusca azul Volks, era roubado. Ao fim da perseguição, os policiais assassinaram os jovens rendidos, inocentes e desesperados a sangue frio, com brutalidade e animalidade.

Entretanto, os policiais, já acostumados a agir desse modo com pessoas de classe baixa e de bairros periféricos, não esperavam que os adolescentes do fusca azul fossem filhos de burgueses, classe alta da sociedade.

A imprensa nacional se focou no caso Rota 66 e acabaram por revelar várias contradições por parte dos policiais nos depoimentos em que eles próprios se diziam vítimas e que os adolescentes foram responsáveis pela própria morte.

O autor descreve os acontecimentos com certa ironia, principalmente quando mostra os absurdos depoimentos dos policiais e o que eles eram capazes de fazer para alterar as cenas do crime, manipular a perícia e até de comprar falsas testemunhas, tudo obviamente com muito cinismo.

A história de Caco Barcellos cruza com a desse relato quando ele decide juntar informações a respeito de todos os casos de assassinato em que a Polícia estava envolvida, descobrindo e descrevendo vários deles, sempre evidenciando o desespero e a inocência das vítimas, pessoas pobres, e o abuso de poder aliado à falta de caráter dos assassinos, os policiais.
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Vi 02/02/2013

Rota 66 - Caco Barcellos
O melhor livro de jornalismo investigativo que já li.
Obra que faz denúncia social, escancara a atuação irregular da Rota de São Paulo.
O autor, prestigiado jornalista brasileiro, desvenda as motivações, os métodos e os propósitos da polícia militar, bem como a postura incentivadora do próprio Estado e o perfil dos assassinos e vítimas.
Foram cinco anos de pesquisa, inclusive nos arquivos do IML.
Com o lançamento, Caco Barcellos fora ameaçado de morte, mas conquistou o prêmio Jabuti de 1993.
Recomendo a todos!
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Arsenio Meira 27/08/2012

Caco Barcellos, além de ter uma baita coragem, é um dos maiores jornalistas da sua geração.
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Manfredo 19/08/2012

Muito bom.

Livro de coragem.


Leia tb Abusado.
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Victor Felipe 16/08/2012

O livro é surpreendente, com um raciocínio interessantíssimo.
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Anderson.Pissinate 06/08/2012

Se a pena de morte fosse boa a Rota já tinha transformado São Paulo em um paraíso.
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Kethlyn 17/09/2012

O livro é uma verdadeira janela que ao se abrir nos faz enxergar um mundo desconhecido afora. Inocentes mortos, famílias destruídas, assassinos ganhando "Estrelas", distintivos 'merecidos aos policiais que mais matam "bandidos" - que nem sempre são bandidos. Essa é uma pequena parte de um mundo escondido em becos. Becos, esses, que são palcos de inúmeros assassinatos. Becos figurados, algumas vezes acontece pra quem quer ver - mas ninguém quer. Rota 66 trata da história de uma polícia que mata - porém mata inocentes. Essa não é maioria, mas ainda é uma fração que nem deveria existir. Há um grande número de mortos na cidade de São Paulo, todos os dias. E muitos, pela imprudência de quem deveria estar a posto para nos defender.

"Rota 66 - A Historia da Policia que Mata é uma obra do jornalista brasileiro Caco Barcellos. O livro trata do assassinato de um grupo de jovens de classe média de São Paulo por uma suposta ação equivocada de uma unidade das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). A partir deste ponto o fato se torna o elo entre tantos outros assassinatos que não tiveram explicação realizados pelas autoridades competentes.
Uma pequena história que desencadeia casos onde a policia atira antes de perguntar.
Em sua busca pelos casos semelhantes ao do Rota 66, o repórter narra sua investigação em lugares pouco agradáveis para maioria das pessoas. Entre pilhas de jornais e documentos em um escritório até madrugadas inteiras dentro de uma espécie de almoxarifado de um necrotério. A narrativa também ressalta anotações e um árduo trabalho de pesquisa em jornais locais, documentos e entrevistas acompanhados dos comentários do jornalista."
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