Hildeberto 25/05/2015"A Propriedade é um Roubo e Outros Escritos Anarquistas" não é propriamente um livro escrito por Proudhon. Na verdade, trata-se de uma pequena coletânea de enxertos de sua obra que tencionam proporcionar o leitor uma leitura panorâmica de seu pensamento.
Por isso mesmo, é uma obra que carece de profundidade. Como avaliar a teoria do escritor se não é possível ler tudo o que ele disse sobre aquilo? Tendo isto em mente, não deixa de ser interessante poder ter um primeiro contato com essas ideia.
São ideias perigosas. Afrontam diretamente a lógica política usual e podem gerar incompreensões devido a preconceitos de leituras. O erro já começa em tentar classificar o autor como "socialista utópico", "anarquista", "pequeno burguês". Esses rótulos muitas vezes mais complicam do que ajudam a compreensão sobre o que o autor estar escrevendo.
Qual seria essa ideia? Na minha opinião, trata-se apenas de uma constatação: o ser humano é livre - para pensar, amar, fazer, produzir. Neste estágio de liberdade, condicionantes históricos tentam cercear essa liberdade a todo momento. Talvez em um momento de menor desenvolvimento, a crianção de determinadas instituições fossem necessárias. Mas com o progresso técnico, a difusão do conhecimento, esse aspecto cairia cada vez mais no anacronismo. Acima de nós, apenas o sol; entre nós, apenas aquilo que mutualmente decidirmos. Portanto, o que ele defende é a emancipação humana dos anacronismos que nos prende; a volta a nós mesmo, a sublimação da condição humana.
Obviamente, tal teoria seria atacada e mal compreendida. Para mim, são conclusões que quanto mais aprendo sobre a vida, mais concordo. É uma forma de pensamento impressionante, que seduz mesmos as pessoas que nunca leram nada do autor.