spoiler visualizarBiia 05/05/2022
Observei que, o amadurecimento dos personagens e a evolução da missão que tinham, não desenrolou com fluidez nas primeiras páginas. Apesar deste detalhe, o livro é deveras de simples e vertiginosa leitura.
Confesso que me fez refletir sobre loucura (o que é ser louco? como definimos quem é normal? quais são os critérios utilizados pela sociedade para julgar e encaminhar pessoas à hospícios?) e como era o tratamento à pessoas com problemas psicológicos nos séculos anteriores. Por se tratar de um assunto tão necessário, acho que o autor deveria ter escrito algumas reflexões juntamente com mais referências sobre o assunto, dando um ar de seriedade ao livro.
Entendo que o seu intuito era realmente passar a ideia de informalidade, por conta da maioria do livro ser constituído de diálogos entre amigos, todavia, é baseado na obra de Machado de Assis, "O alienista", o que eleva, obviamente, nossas expectativas.
Um aspecto que o autor retratou muito bem, foi o "desequilíbrio de uma obstinação" o que resultou em uma reação em cadeia, que nos mostrou o quanto a loucura é relativa. Alguns dos casos retratados foram: Idelfonso em busca de fama, quase desmoronou um prédio. Lúcia, por amor ao pai, se vestia de roupas vetustas e acordava de madrugada para levar suprimentos à Jorge.
Esse livro me fez ponderar e considerar alguns aspectos sobre loucura, me impulsionou a ter mais conhecimento sobre insanidade e me fez almejar a leitura de "O alienista", refletindo que por trás da "loucura" de cada indivíduo há grandes histórias.