Resenhas - Ubik

Kardec 25/09/2022

Cada página deste livro é uma camada interpretativa
Ainda estou meio desconsertado pela leitura, mas adianto que vale muito o esforço. O livro tem uma trama que pode ser vista de forma singela e prática, e já é uma obra muito boa apenas com isso, porém, há inúmeras perspectivas quando começamos a pensar todos os símbolos existentes na obra, como, afinal o que dita a realidade, quem está realmente morto, a semelhança entre a internet e seus subprodutos hoje e os poderes de alguns personagens, ou mesmo o significado de toda a jornada. Sim, é muito confuso, e creio que essa seja a intenção do autor. Boa leitura.

Camila0831 24/09/2022

Sobre as mulheres em K. Dick:
1. Estou cansada das Pats de Dick. As "femme fatale," já que tão frequentes, poderiam vir em formas diferentes?
2. Gostaria que houvesse mais espaço para garotas como Wendy, acho que elas tem facetas interessantes para as realidades de K. Dick.
3. Ella foi uma grata surpresa para essas realidades. Gostaria de ver mais dela.
À parte as críticas, Joe é um personagem caótico ao estilo dos protagonistas do autor que está se tornando redundante. Mas ao menos, os temas da vida e da morte, do poder da vontade e das diferentes realidade em eterna espiral; um uroboro, claro; são fascinantes de ver realizados através desses personagens. Só é uma pena ter sido apresentada a uma equipe tão rica e com tanto potencial que será apagada sem chance de revide. Realmente uma pena.

baby targaryen 20/09/2022

Poucas palavras, muitos pensamentos
Quase enlouqueço com esse livro, esse é um dos dons do PKD. Não tenho muita coisa pra dizer desse livro, só que ele foi o meu favorito até agora, simplesmente impecável do início ao fim, e que fim!!!!! Me deixou mais doida que no começo.

Luluba 14/09/2022

Crises existenciais banhadas a lsd
Nunca usei drogas, mas imagino que o efeito produzido seja algo parecido com essa leitura.
Primeiro percebemos que caímos de paraquedas no meio do cenário futurista do autor, mas apesar de um pouco confuso ele é bastante interessante. Parecia que o livro se reduziria a explorar todo esse universo, mas ele serviu praticamente como plano de fundo apenas. Depois de um plot entramos em uma viajem muito louca em que não sabemos quem está vivo ou morto, o porquê das coisas acontecerem e principalmente (na minha opinião) qual o sentido de tudo isso. Mais de uma vez personagens se indagam se a realidade deles é concreta e se estão mortos ou não, mas mesmo assim continuam a empreitada. Eu me pergunto porque. Se nesse universo a reencarnação é um fato, não seria mais fácil apenas aceitar o fim de uma vida? Seria um modo de demonstrar como nosso instinto de sobrevivência é maior do que tudo? O quanto nossa mente é capaz de deformar a realidade para nós proteger?

Felipe 24/08/2022

Essa foi a minha primeira experiência com ficção cientifica clássica (pelo que eu me lembre) e foi incrível... A habilidade do autor de criar, desenvolver e manipular todo um universo alheio de forma tão fluida, sólida e ágil me deixou besta, nunca tinha visto alguém que fizesse tão bem isso em tão poucas páginas. Achei de uma elegância do cacete a economia do autor em descrever apenas o necessário, em desenvolver os personagens somente o necessário, ele é mínimo, não subestima a capacidade de interpretação dos leitores, curtir.

A história em si não é tão complexa se você tentar abstrair um pouco o psicodélico... O final teve uma série de plots twists, em qualquer outra situação acho que isso teria sido um incômodo, porém nesse caso ornou pra mim, muito provavelmente pq naquele momento um dos focos da narrativa era o ubik, o prolongamento da meia vida, cujo efeito é o mesmo de plosts twists sequenciais: prolongar narrativas.

Agora se você mergulhar no psicodélico vai achar uma infinidade de referências culturais, críticas sócias e etc o que enobrece o livro.

Enfim, achei foda esse autor, queria muito ler uma biografia dele ou algo do tipo, principalmente pra tentar entender um pouquinho como aquela criatura funciona. Baita experiência.

Wagner47 20/08/2022

Seguro se manipulado conforme instruções
Um bom livro sobre percepções entre realidade e loucura, envolvendo essa dualidade que poderia ser melhor destacada.

No futuro dos anos 90, as pessoas agora podem entrar em contato com seus entes queridos já falecidos (por um troquinho de pão, sqn), como também há seres telepatas e suas variações, além de outros seres capazes de inibir esse talento (que são os antitalentos). Tais seres são visados por empresas e contratados para realizarem seus serviços.
Após uma expedição trágica, Joe precisa dar tudo de si para descobrir o que de louco está acontecendo, mas sem antes dar uma surtada básica e, claro, ajudado por um funcional Ubik.

Confesso que me senti perdido em bons momentos no início do livro, com situações muito abruptas. Também achei cheio de conveniências para facilitar o andamento da história e também estou me contestando com decisões um tanto quanto duvidosas.

Traz uma tensão bem instigante, fazendo leitor se perguntar o que está acontecendo (apesar de momentos óbvios, mas creio que propositais). A "maior competição de subir degraus" também foi bem angustiante.

As propagandas do Ubik são bem curiosas. De início não sabemos para que servem, mas mesmo assim soam divertidas.

O final também é muito interessante. Fez valer e muito a jornada.
Acredito que o livro poderia ser maior, mas também acho que ficaria cansativo se prolongasse algumas situações. Então essa rapidez de acontecimentos acaba por ser um dos trunfos do livro.

Alan.Felipe 18/08/2022

Ubik
Nunca achei que um livro fosse transmitir uma vibe tão alucinógena quanto esse.

A história aparentemente não tem uma introdução, já te joga no meio, o que deixa tudo bem mais agitado do começo ao fim. Final esse que é o ponto alto da trama e que é de explodir a cabeça.

Talvez eu só vá entender toda a viajem que foi esse livro quando eu fizer uma releitura algum dia. kkkk

Rubens.Ricardo 09/08/2022

Lsd total
Como bem dito por um leitor aqui do Skoob, meu erro foi ler este livro nas minhas plenas faculdades mentais, hahahahah a muito louco, creio que precisarei ler novamente em outro momento.

Fabio Di Pietro 19/07/2022

Viagem deliciosa
Um livro de 240 páginas que consegue trazer linguagem fluida, sem grandes explicações cientificas, mas traz um universo inteiro de uma outra realidade, seja a trama principal, seja a ambientação.
Daqueles livros que você cria uma teoria do que está acontecendo e na sequência percebe que não é nada disso.
Prepare-se para uma viagem criativa. Recomendo demais aos amantes de FC.

OCautum 28/06/2022

Fiquei que nem o Miguilim, procurando ?algum sinal do Dito morto ainda no Dito vivo, ou no Dito vivo mesmo no Dito morto.?

bardo 25/06/2022

É uma experiência curiosa reler esse livro tantos anos depois, após ter tido contato com outras obras do Dick. Lembro que na primeira leitura por mais que tenha achado bom algumas coisas tinham ficado bastante confusas, até porquê a tradução não era das melhores. Dito isso, nesse reencontro a experiência foi muito superior, mas ainda assim me parece que é um livro para ser relido de tempos em tempos conforme se conhece mais profundamente o autor. Algo que impressiona é a capacidade de Dick de lidar com conceitos extremamente complexos, difíceis até de imaginar , bem como as explicações que ele dá para tais conceitos. O autor tem uma originalidade e uma profundidade que outros autores dificilmente conseguem igualar quem dirá superar. Aqui especificamente Dick subverte o conceito de realidade dessa vez não por meio de substâncias psicotrópicas mas por algo bem mais sutil e imaginativo. Talvez alguns se incomodem com o final aberto, mas ele se adequa perfeitamente a proposta da obra.

TAnia220 20/06/2022

Achei confuso demais
A leitura é boa e fluida, e só por isso terminei a leitura. Esperava que teria um plot magnífico, o que eu achei que aconteceria quando a gente descobre que todos estão mortos e Runciter está vivo. Até empolguei nessa parte. Mas a trama vira um emaranhado de fatos sobrepostos que meio que não têm tanta relação (ou eu não fui capaz de pegar). Fiquei me perguntando pra quê tantos personagens, se a única função que eles têm é morrer. Parece que a única participação de todo mundo é esperar o tempo passar (ou retroceder). De toda forma, a ideia de Ubik trazida é bem legal, os anúncios, a relação com o consumismo, a crítica à sociedade...

Carolina Del Puppo 07/06/2022

Muita doideira
"SOU EU QUEM ESTÁ VIVO. TODOS VOCÊS ESTÃO MORTOS"
Só por essa frase o livro já me ganhou, apesar de eu n ter entendido muita coisa pq dessa vez achei bem difícil.

Willjf 28/05/2022

Ubik está entre as obras mais fortes do cânone de Philip K. Dick. É um livro no qual Deus pode estar falando através de jingles publicitários para um produto misterioso e onipresente, no qual há uma dimensão alternativa em que alguém consome consciências, na qual há um senso geral de paranóia e mal-estar que beira o horror existencial.

Ubik relata a história de um grupo de antipsíquicos (incluindo um capaz de reescrever o passado para destruir previsões precognitivas) que, depois de uma missão desastrosa, se encontram experimentando mudanças intensas na realidade à medida que seus membros começam a desaparecer. É possível que eles possam estar em animação suspensa, presos em um sonho coletivo ou presos na mente de um médium - mas nada disso explica a maneira como a realidade também se deforma para os outros personagens, ou a onipresença de "Ubik", um produto que retarda a deterioração dos personagens (mas apenas quando usado como indicado).

A esposa em coma de um personagem cita o Livro Tibetano dos Mortos e pode estar reencarnando à medida que seu corpo morre lentamente, entre vários outros eventos bizarros. Como um todo, é um trabalho intransigente, extremamente aberto à especulação e interpretação.