Outra volta do parafuso

Outra volta do parafuso Henry James




Resenhas - Outra Volta do Parafuso


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Maria4556 31/03/2021

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Bom, mas poderia ser melhor. A história é bem construída e até me prendeu em alguns momentos....mas nada extraordinário.
Alê | @alexandrejjr 31/03/2021minha estante
Tem um filme brasileiro baseado nesse livro, sabia? Mas não achei muito bom... ?




Palola 14/08/2010

Delírios Literários
Estou retomando meu velho ritmo de leitura, hoje terminei o "A outra volta do parafuso", de Harry James, devo confessar que nunca fui de ler esses "clássicos", por causa dessa lacuna, resolvi ler o maior número possível de títulos da coleção da Abril.
Estava toda animada, "O falecido Mattia Pascal" é um livro gostoso de se ler, uma história interessante, propõe um questionamento interno filosófico, o que fazer com a liberdade total? Como agir diante de uma nova que se apresenta repentinamente?
Em seguida, fui castigada, fiquei sabendo por uma pessoa especialista no assunto que essa tradução é ruim mesmo... mesmo assim me arrisquei e escolhi, como sempre um livro aleatoriamente, apenas por simpatizar com o título. A Outra Volta do Parafuso, nome estranho, mas sugestivo, pode ser qualquer coisa.
Descobri, finalmente que é uma história de fantasmas... eu gosto desse tipo de leitura... mas é tão minucioso, tão detalhista que não dá para se assustar, dá isso sim, para suspeitar de coisas piores.
Em poucas palavras, duas crianças ficam órfãs, seu tutor, um tio, solteirão e rico, acolhe as crianças em sua casa no campo, contrata um monte de criados e pede para não ser incomodado,
Ele contrata uma preceptora que não fica muito tempo no cargo, o menino vai para uma escola, mas na época das férias, com a volta do menino, precisa de uma nova responsável pela educação das crianças, ao chegar na casa ela percebe que as coisas não são assim tão simples, começa a ter visões estranhíssimas, as crianças tem um comportamento mais estranho ainda, sempre cordatas comportam-se como zumbis.
O livro foi escrito em um tempo em que a etiqueta era tudo, aquela questão do "Orgulho e Preconceito", ele olhou assim, ela suspirou assado, e todo mundo entendeu que ele havia pedido a mão em casamento e ela não poderia aceitar já que a classe social dele era maior que a dela, o vice-versa, nada foi dito, tudo foi entendido. Da mesma maneira que ao escrever Dom Casmurro, Machado de Assis, achou que estava claro que Capitu havia traído Bentinho, e assim foi entendido durante muitos anos, ai vem o século XX e põe tudo sob uma outra ótica, a psicanálise lança luzes novas e diz que Bentinho era doente da cabeça, tanto reviraram o caso que o Millôr deu uma interpretação completamente diversa, para ele, o terceiro na relação era a própria Capitu, o caso era entre o Bentinho e o Escobar, e ainda mostra, página por página onde há traços da relação dos dois!
Pois é, voltando às voltas dadas, são tantas voltas no tal do parafuso que a certo momento passei a acreditar numa história que não foi escrita totalmente, segundo minha interpretação pelo menos o menino foi molestado sexualmente, quando o abuso foi descoberto, o tio expulsou o empregado da casa e mandou o menino para a escola, no meio de outros meninos, ele começou a reproduzir os mesmos comportamentos com os colegas, por isso foi expulso da escola.
Como cheguei a essa conclusão?
O silêncio do menino e de sua irmã, além é claro da explicação dada à preceptora, ele foi só queria ser carinhoso com os colegas, por isso foi expulso!
Para mim, as visões que a preceptora viu eram apenas alucinações, o isolamento fez com que a moça ficasse histérica, a verdade dos fatos era forte demais para a filha de um humilde pároco do interior.
Provavelmente o menino também abusou da irmã, afinal ela tem uns delírios e fala coisas, que fazem com que a governanta leve a menina para longe dali, fica a preceptora que resolve tudo em dois minutos!
Ai como é dura a vida de uma pobre leitora como eu, às vezes é punida pelo excesso de palavras, às vezes é a falta que castiga, acho que estou precisando de tônico Xavier (isso é uma coisa muito antiga)!
Agora comecei o Brás Cubas, bem brasileiro, do Machadão que eu já estou acostumada, e é da tal da coleção!
Jeffer 16/05/2011minha estante
gostei, palola, das suas divagações. terminei o livro hj e se ñ fosse procurar outros comentários sobre ele teria uma impressão péssima do james e do livro. agora q vi q ñ estou sozinho nessa, vou baixar o(s) filme(s) adaptados da obra pra ver se o livro merece pelo menos 3 estrelas no skoob. abraços


Tati 09/11/2012minha estante
AH Palola... sua resenha tem spoiler! =(
Agora não terá mais graça pra eu ler...


Nikki S. 08/10/2014minha estante
Paola, qual a edição que você leu?


Ana Luiza Lanari 01/11/2016minha estante
Marca o spoiler aí!!!!


Patricia 22/10/2017minha estante
Cadê o aviso de spoiler ?




Evy 26/08/2010

Tudo bem, é considerado um clássico e Jorge Luis Borges, a quem admiro demais, pode até dizer que Henry James era mestre em criar "situações deliberadamente ambíguas e complexas, capazes de indefinidas e quase infinitas leituras", mas achei-o cansativo e monótono. Raras exceções quando algum momento da trama prendeu minha atenção e pensei que a narrativa estava enfim avançando, mas logo voltava a morosidade normal. Não é uma história de todo péssima e até me fez lembrar ─ e bastante ─ do livro 'A menina que não sabia ler', afinal neste também a história gira em torno de duas crianças, sua preceptora, um casarão no meio do nada e um tio tutor que jamais aparece. Aliás, os nomes das crianças são até parecidos: Miles e Flora em 'Outra Volta do Parafuso' e Giles e Florence em 'A Menina que não sabia ler'. Mesmo assim, a leitura foi apenas razoável e o final não correspondeu às expectativas em minha humilde opnião de leitora.
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E. Dantas 30/07/2010

chataaaaaço!!!
Não dúvido que Henry James tenha seus méritos para se tornar clássico, mas esse livro é realmente irritante.
A estória não desenrola e ficamos atravancados na mente de uma narradora confusa e idiota. O lado bom da trama ( o terror, as aparições e fantasmas ) surge muito esporádicamente e em intervalos de 20 páginas que mais parecem 50.000...enfim...chataço.
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Rodrigo 01/03/2020

Forte
Que leitura formidável. Um livro relativamente pequeno, mas com tamanha narrativa que me deixou preso do início ao fim.
Formidável!
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Cida Zientarski 07/04/2022

Outra volta do parafuso, de Henry James
Muitos mistérios rondam o mundo real e o mundo fictício. Dizem que a ficção é um retrato mais criativo da realidade. Cada um crê no que quer e no que não quer.

A narradora de A outra volta do parafuso é uma jovem que é contratada para trabalhar como governanta numa casa afastada nos arredores de Londres, ficando responsável pela educação de dois irmãos órfãos, o menino Miles e a garota Flora. Logo de cara, dois fatos estranhos chamam a sua atenção: o tio das crianças, que é o responsável legal por elas e mora em outra propriedade, deixa claro que não deve ser incomodado em hipótese alguma, aconteça o que acontecer; e Miles é expulso da escola, sendo que nem ele e nem a instituição explicam o motivo.

Apesar disso, as crianças são adoráveis e a governanta fica fascinada por elas. Porém, a paz é quebrada quando a jovem começa a enxergar os fantasmas de Peter Quint e da srta. Jessel, dois ex-funcionários da casa que morreram de forma misteriosa. Com o passar dos dias, a governanta começa a acreditar que os espectros exercem uma influência negativa sobre Miles e Flora, e que voltaram do mundo dos mortos para levarem as crianças à perdição. Ela, então, fica obcecada em protegê-los e salvá-los da ameaça sobrenatural.

O ritmo lento do livro e a falta de explicações sobre a trama podem incomodar alguns leitores, mas eu recomendo muito a leitura de A outra volta do parafuso. Sabendo que a intenção de Henry James era realmente escrever uma obra aberta a várias interpretações e deixar a dúvida na cabeça das pessoas, fica mais fácil admirar esse clássico da literatura.

(Não deixe de ler também o ótimo posfácio de David Bromwich, no qual ele trata das questões mais dúbias do livro.)

site: http://jucirqueira.com/2015/10/outra-volta-do-parafuso-de-henry-james/
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DIRCE 27/07/2010

Já bebi dessa fonte
Logo na primeira página do livro A Outra Volta do Parafuso de Henry James , me senti convidada a penetrar em uma história instigante e enigmática, e a sensação que tive foi: JÁ BEBI DESSA FONTE. Isto porque, quando crianças, eu, meu irmão e minhas primas, passávamos nossas férias nos sítio da minha avó e, tal qual, na primeira página do livro, sentávamos a beira de um fogão de lenha e púnhamos a ouvir histórias aterrorizantes e quando, já deitada, a luz do lampião, ou as folhas de uma árvore, formavam sombras nas paredes, eu ficava petrificada certa de que ali estava um fantasma e, é disso que o livro trata: de história de fantasmas.
Mas o livro A Outra Volta do Parafuso não contém uma história de fantasma qualquer, já que ela é muito bem conduzida, melhor dizendo, muito bem orquestrada por Henry James do início ao fim, o que se constitui em um grande diferencial. Por meio de um manuscrito de uma preceptora, é nos dado conhecer um episódio por ela vivenciado quando, ainda jovem, teve sob seus cuidados uma menina ( Flora) e um menino ( Miles) que seriam vítimas de almas penadas.
Penso que existe certa ambiquidade até no título: A Outra Volta do Parafuso – o título escolhido seria porque ele poderia( como as voltas de uma parafuso) permitir as mais diversas interpretações?
A minha foi a de que a preceptora foi levada a ver , criar fantasmas, não pelo medo ( como no meu caso), mas pela necessidade de afastar a menina Flora e Mrs Grose de Bly para poder ficar a sós com o menino Miles, por quem parecia nutrir um amor muito mais que filial ou fraternal, porém, como eu disse, essa foi a minha interpretação, cada leitor fará a sua.
Para os amantes do gênero, recomendo.
DIRCE 30/07/2010minha estante
Corrgindo o título: "Outra Volta do Parafuso" ( sem o artigo a)




Raquel Oliveira 17/04/2021

Melhor livro confuso que já li
Livro: Outra Volta do Parafuso
Autor: Henry James
Gênero: Suspense/ Horror/ Mistério
Editora: Clássicos Abril
Nota: 10/10
Resenha:
O livro conta uma história dentro de outra história.
Tudo começa com um grupo de colegas passando o natal juntos e em uma noite eles resolvem contar histórias de fantasmas perto da lareira no local onde estão hospedados. Um dos homens afirma ter uma história extremamente boa, algum tempo depois pede para que um mordomo pegasse o manuscrito do possível relato. Quando essa história, possivelmente real, chega as coisas começam a andar. O tal manuscrito contém as anotações de uma mulher que não sabemos o nome, filha de um senhor religioso e que foi contratada por um homem muito charmoso para trabalhar como governanta em uma mansão de campo chamada Bly. O objetivo é que ela cuide de seus dois sobrinhos órfãos, Flora e Miles.
A partir daí temos contato com outros personagens: A criada que lá trabalha, Mrs. Grose, é uma senhorinha muito querida e Flora, a garotinha, parece um anjo, e Miles, o garoto chega e se mostra uma criaturinha bela e adorável. Ele é tão educado que chega a ser estranho o fato de ter sido expulso.
As coisas no livro começam a ficar tensas quando a babá das crianças passa a ver quem não deveria nas propriedades, Miles começa a mudar e as aparições começam a ficar frequentes.
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Eu li o livro em dezembro, mas não sabia como fazer a resenha pelo fato dele ser muito confuso. A história possui muitas aberturas vagas e isso é bom e ruim ao mesmo tempo. O lado bom é que essas vagas informações aumentam o suspense do livro e fazem o leitor se interessar ainda mais para saber o que está acontecendo. O lado ruim é que quando o livro termina fica uma grande questão aberta e por não possuir uma continuação não temos um final oficial.
A leitura MUITA fluida e o modo como Henry trabalha sua visão de fantasma é muito boa, pois é algo mais estético do que aterrorizante, criando um ar mais de interpretação psicológica.
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Júlia 22/07/2011

Esse livro me foi indicado por uma amiga. Comecei a lê-lo, e logo no primeiro capitulo ele conseguiu prender minha atenção. Com linguagem rebuscada e clássica, conta a história de uma jovem que, em seu primeiro emprego, é contratada como preceptora de duas crianças pelo tio rico e galanteador destas. Este impõe uma condição: que a preceptora jamais deve incomodá-lo. Tudo parecia ir bem - as crianças eram encantadoras e inteligentes, além de graciosas - até surgirem suas figuras suspeitas e misteriosas na velha mansão...

Trata-se de um suspense muito bem escrito. Não chega a aterrorizar, na verdade em nenhum momento senti medo, mas sua narração prende e cria uma ansiedade desenfreada de descobrir o que acontecerá em seguida.

Agora vamos aos defeitos: achei-o, em vários trechos, muito repetitivo e cansativo, o que aumentava mais ainda minha ansiedade. O final foi surpreendente, no entanto um pouco frustrante. Fiquei com aquela sensação de que faltava algo mais, mas talvez essa fosse exatamente a intenção do autor, entao não classificarei isso como ponto negativo. Num todo, a obra é ótima, de leitura rápida por ser pequena, e que valerá a pena.


Anica 30/07/2011

A outra volta do parafuso (Henry James)
Novela escrita por Henry James e publicada pela primeira vez em 1898, A outra volta do parafusoé sem sombra de dúvidas uma das grandes histórias de fantasmas já escritas. Primeiro porque cumpre muito bem a função de assustar – há momentos do livro que são de tirar o fôlego e não decepcionarão em nada os amantes do horror. Mas também por causa da precisão do estilo e, mais ainda, da qualidade literária da obra de Henry James.

O livro começa com um encontro entre conhecidos em uma noite de Natal. Um deles promete que contará uma história assustadora, assim que tiver em mãos um manuscrito que lhe foi confiado décadas atrás. Quando passa a ler o manuscrito, ficamos sabendo que é o relato de uma governanta que aceitou o trabalho de cuidar de duas crianças (Miles e Flora) em uma casa no interior da Inglaterra, com a condição de que não procurasse jamais o tio e guardião das crianças para relatar problemas. Mas mal ela chega na casa, e logo eles começam a aparecer – o garoto, Miles, é expulso da escola e a governanta passa a ver fantasmas de antigos empregados da mansão, e acredita que eles desejam corromper as crianças.

Toda a ação é desenvolvida de modo a chegar ao grande clímax da novela, que se encerra de forma um tanto dúbia para o leitor, que tem como informação apenas o que a governanta relata. E esse é um dos maiores trunfos de A outra volta do parafuso: por causa da forma que é narrado, o texto deixa a dúvida aberta e não há certeza alguma se existem de fato os fantasmas que a governanta alega ver ou se eles são apenas fruto da imaginação da moça.

Dois livros em um

Por causa desse tom ambíguo o livro (até um tanto pequeno, já que trata-se de uma novela – um texto menor que romance e maior que conto) acaba valendo por dois. Porque a releitura se fará necessária a partir do momento que alguém levantar esta questão da dúvida sobre os fantasmas existirem mesmo ou não. Passando para termos mais modernos, lembrem da quantidade de pessoas que voltaram para o cinema para rever O Sexto Sentido porque precisavam confirmar o que tinham deixado escapar para compreender o final do filme. Com A outra volta do parafuso o processo é semelhante. O leitor deseja reler a história nem que seja para buscar uma falha na prosa de James que dê uma resposta definitiva sobre o assunto.

Por outro lado é um pecado carregar esse tipo de dúvidas já na primeira leitura. Apesar da genialidade de James nos que se refere aos pontos de vista da narrativa, ainda assim A outra volta do parafuso é uma história de fantasmas. Mais do que isso, uma excelente história de fantasmas, tão boa que chegou a inspirar alguns sucessos recentes, como A menina que não sabia ler.

O conselho que posso dar é justamente esse, que se faça primeiramente uma leitura pelo prazer de ter uma ótima história de fantasmas em mãos. Aproveite, se assuste e imagine o rosto de Peter Quint na sua janela quando estiver sozinho em casa à noite por pelo menos uma semana. Mas depois retorne à Bly para investigar o relato da governanta, escolhendo então sua versão favorita para a novela, se os fantasmas existiam ou não.

Como eu estava fazendo uma terceira leitura (na ótima tradução de Paulo Henriques Britto), tomei um lado sem pudores e estava buscando elementos que comprovassem minha teoria de que não, os fantasmas não existiam e a governanta enlouquecera e/ou estava querendo torturar as crianças com essa história (o que por si só já seria arrepiante). É muito fácil duvidar da governanta, primeiro porque pouco sabemos dela (nem nome ela tem). Segundo porque ela é tão exagerada nas descrições das pessoas e acontecimentos, que não tem como não pensar que ela está escondendo algo muito ruim e deseja ganhar a simpatia do leitor (repare em como ela descreve os primeiros contatos com a sra. Grose, por exemplo).

Tudo parece tender perfeitamente para essa ideia de que ela é uma doida varrida, a não ser um pequeno detalhezinho perdido logo ali no primeiro encontro com o fantasma de Quint. A pergunta: como ela sabia que ele era ruivo? Ela não descrevera apenas um vulto, ela dá detalhes sobre ele, embora um tanto gerais, ainda assim detalhes. O leitor mais cético pensará que ela estava fazendo algo próximo ao cold reading com a Sra. Grose, esperando que ela lhe entregasse a identidade relacionando com alguém que vivera ali, calhou que a descrição batia com a de Quint, que morrera recentemente. Para amarar sua história, ela não é tão específica assim sobre a srta. Jessel, o outro fantasma.

Compreende então o que quero dizer sobre a amarração perfeita da narrativa? De como vale a pena reler o livro, depois de ter se divertido com o conto de fantasmas? É realmente um grande quebra-cabeças, um livro para quem gosta também do exercício de pensar, refletir sobre a leitura. Não acredito ser exagerado dizer que a dúvida que James levanta se aproxima muito de nosso “Capitu traiu ou não traiu?” da literatura nacional.

Sobre o título

Como André Conti conta no blog da Companhia, a escolha de como seria a tradução do título para o livro que saiu pela Penguin-Companhia foi bastante atribulada. O problema é que uma tradução literal não traz para o leitor brasileiro a real noção do que o título deseja passar. A volta do parafuso (the turn of the screw) em inglês tem o sentido de algo que falta para se completar a pressão sobre algo ou alguém. O título vem de um momento da conversa que antecede o relato da governanta, onde se diz:

(…)Se uma criança dá ao fenômeno outra volta do parafuso, o que me diriam de duas crianças…?

“Diríamos, é claro”, exclamou alguém, “que elas dão duas voltas!”

Esse trecho acaba justificando a escolha do uso de “a outra” complementando o original, porque não só passa muito bem a impressão de alguém apertando um parafuso (a pressão), mas também reflete bem o que se vê nesse diálogo da história. No final das contas uma ótima opção, confesso que até pouco tempo eu ainda gostava mais de Os Inocentes (que a versão adaptada para jovens da Scipione ganhou, seguindo o filme de 1961).

A outra volta do parafuso (ou: Concluindo)

É realmente impressionante tudo o que se pode tirar de um livro tão breve. A edição da Penguin-Companhia tem exatas 200 páginas, isso que, como nos outros títulos do selo, traz extras como um posfácio de David Bromwich (um ótimo guia para quem desejar fazer a segunda leitura, diga-se de passagem) e a cronologia de Henry James. E mesmo assim A outra volta do parafuso não se esgota, parece render muito para se falar, para se pensar.

E é por isso que insisto que não só os apaixonados por histórias de fantasmas devem visitar esta mansão em Essex, mas também qualquer um que tenha paixão pelo trabalho de verdadeiros artesãos da literatura. Trabalho impecável de James, que mostra que não só o enredo pode ser bom, porque a brincadeira entre o que é escrito e o que se lê rende infinitas possibilidades.
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Francisco M. 23/01/2021

A outra volta em torno de si mesmo
Li este romance por recomendação de um youtuber... a primeira vista tive a impressão de ler algo como Arthur Conan Doyle, pois o estilo doyliriano da narrativa é comparável para tal.

mesmo assim James consegue construir uma narrativa cativante com surrealismo contundente através do discurso indireto, o que nos desafia a imaginar muita coisa ao decorrer da narrativa...

cheio de "sê" e "porquês" o autor nos traz um romance com desfecho inusitado e muitas vezes considerado "decepcionante" para alguns que não entrou não entrou no clima de uma história contada as voltas de uma lareira.
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Nessa 19/10/2020

Esperava algo
Parece bobagem mas esperava mais. Talvez um susto , uma tensão maior. Porém , a maneira como é escrita nos faz desejar saber mais é mais do que acontece. Para mim lá no meio ficou um pouco repetitivo. No geral é um bom livro de fantasmas, mesmo sentindo falta de algo mais .
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spoiler visualizar
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z..... 08/08/2020

Edição Rideel (Coleção Aventuras Grandiosas, 2009)
Li na adaptação em resumo da Rideel e pretendo conferir o texto integral também.

É uma obra incrível, não pela questão do surrealismo fantasmagórico em si, de suspense aterrador, mas pelo contexto que torna explícito a importância e diferenciação do amor dos pais na vida dos filhos.
Flora e Miles, crianças orfãs, vivem cercadas de luxo e comodidades, mas falta-lhes a presença e comunhão paternal, ainda que tenham preceptores rotineiramente. Essa ausência e indiferença as torna fragilizadas e suscetíveis à influência maléfica, que o autor direciona na aproximação de dois fantasmas creditados a falecidos empregados da casa que, convenhamos, foi concebida também para parecer e evocar algo sinistro. Convenhamos também, fantasma qual o quê... Demônios.
A chegada de uma nova preceptora, que se mostra mais interessada, coloca os espectros fantasmagóricos em choque com ela, aterrorizando e influenciando ainda mais negativamente as crianças.
Chega de spoiler, leia a obra e veja os desdobramentos finais...

Fiquei direcionado à essa percepção porque me fez lembrar do trabalho em um abrigo. Essa visão de criança desamparada, em situação de abandono, suscetível à influências diversas por conta da ausência dos pais, de fato ou por negligência, se fazia notar de muitas maneiras. Havia estrutura boa em apoio a elas, mas não substituía o amor dos pais. Este é como um escudo, através do qual Deus opera, e essa ausência era sentida. Tinham situações variadas que as levavam até ali, como maus tratos, abandono, influências de más companhias, precocidade para sexualidade ou sedução do crime. Em todas, uma suscetibilidade grande para ilusões e sentimentos negativos que se apresentavam.
Enfim, muitas histórias presenciei e o pensamento maior com a leitura foi a falta da mãe e pai nas vidas, escudo em amor que faz diferença, protege e guarda.

Leitura na quarentena em Macapá....
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Vini 27/05/2021

A outra volta do parafuso
Henry James realmente se destaca em sua escrita. Logo nas primeiras páginas, nos prende com a expectativa de conhecer uma história retratada de modo indireto, que se tornara um relato do passado. Confesso que senti calafrios em alguns momentos do livro, o que tornou a experiência da leitura ainda mais real. Trata-se de uma história com atmosfera mórbida retratando o sofrimento humano em meio à diversas incertezas quanto à veracidade do que está sendo narrado.
Gostei bastante da experiência dessa leitura e recomendo.
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