Emilly.Azevedo 18/05/2024
Tão curto, mas abre espaço para tanta reflexão e análise?
Essa obra retrata muito sobre como sucumbir aos nossos desejo mais primitivos, levar uma vida de pura devassidão, ser extremamente hedonista leva a pessoa a se tornar sádica e consequentemente autodestrutiva, pois o que é convencional para ela não desperta mais interesse e ela começa a buscar por estímulos cada vez mais fortes, para saciar suas vontades, e, por conseguinte, passa a nutrir desejo por coisas que seriam consideradas doentias pela sociedade, e que eventualmente irão levar ela a sua ruína. Hyde é o exemplo perfeito disso, acredito eu que Hyde, o monstro, não é um ser a parte, o completo oposto de Henry Jekyll, o médico, e sim a personificação dos seus desejos mais sombrios e obscuros, a parte mais primitiva do seu ser, tanto que a aparência de Hyde descrita no livro se assemelha muito a de um macaco, que é nosso ancestral em comum, evolutivamente falando. E algo extremamente interessante é que quando mais Jekyll tenta evitar que Hyde tome controle, mais poder ele tem sobre si, e suas aparições vão se tornando mais e mais frequentes, ao ponto dele não precisar tomar mais aquela mistura citada no início do livro para se tornar Hyde, porque o monstro é alguém que sempre esteve ali dentro dele. E quanto mais ele tenta domar a fera mais controle sobre si ela tem, partindo do ponto de vista que quanto mais vivemos em função dos nossos desejos, ao contrário de nos tornarmos livres, nos tornamos escravos desse estilo de lida.