A Leitora Compulsiva 05/11/2023
Seres humanos e seu constante delírio de um "criador"
AVALIAÇÃO: ?????
Decididamente, a leitura desse livro veio a partir do feed de leitura da Carla Flores. Simplesmente vi um trecho que ela tinha publicado e me chamou a atenção, então começamos a discutir nos comentários da publicação dela sobre como a religião afeta de forma negativa nosso mundo atual.
Obrigada Carla; estou feliz em estar seguindo você e vendo suas leituras ? que são excepcionais.
Sigam ela aqui no Skoob, caso se interessarem:
https://www.skoob.com.br/share/user/Carla.Floores
Agradeço, em segundo lugar e da mesma forma, a minha amiga Joan lá do Grupo de Leitores; elas simplesmente topou ler o livro comigo, terminou até mesmo antes e compartilhou ótimos debates comigo no grupo.
Obrigada pela sua presença reconfortante durante a leitura, amiga; espero podermos ler mais coisas juntas!
Visitem o perfil dela também, se quiserem:
https://www.skoob.com.br/share/user/Gabi6
Mas voltando a 'Deus, Um Delírio', posso dizer que o livro propõe um debate interessante sobre a existência ou não de Deus e as consequências disso. O que não faltam são livros que debatem o tema: desde religiosos defendendo a existência e cientistas questionando tudo com pesquisas.
Mas você não vai achar um livro tão bem-humorado ? e seriamente acadêmico ? para falar do tema como o livro do Richard Dawkins.
O DIFERENCIAL DO LIVRO
Logo que iniciei a leitura, senti que estava no lugar certo. O Richard me fez sentir em casa ao propor o debate como se estivéssemos na sala de estar da casa dele, tomando um café. Por mais que ele use uma linguagem científica complexa e teorias matemáticas, ele facilita essa linguagem para que leigos entendam o que ele está dizendo.
E ele já abre o livro dizendo como a religião odeia ser discutida. Você pode falar mal de uma série, de livro que não gostou, ou um filme péssimo. Mas de Deus? Jamais. Deus não pode ser questionado porque se você fizer isso, as religiões classificam como ataque e falta de respeito. Richard, então, abre a discussão questionando esse respeito exagerado:
"Estamos acostumados a não questionar ideias religiosas, mas é muito interessante como Richard causa furor quando o faz! Todo mundo fica absolutamente louco, porque não se pode falar dessas coisas."
"A religião tem determinadas ideias em seu cerne que denominamos sagradas, santas, algo assim. O que isso significa é: "Essa é uma ideia ou uma noção sobre a qual você não pode falar mal; simplesmente não pode. Por que não? Porque não, e pronto!"."
Assim como Richard, acredito que isso é a mais pura idiotice. Absolutamente tudo deve ser discutido ? essa é a missão da ciência. Pedir para um cientista NÃO falar sobre determinado assunto me parece mais uma pontada de insegurança ? como se religiosos tivessem medo dos cientistas conseguirem provar que Deus não existe.
[Ao meu ver, se você conseguiu acreditar MESMO que uma mulher completamente virgem engravidou sem ter tido relações sexuais, consegue acreditar igualmente nas palavras de um cientista tentando te alertar que isso talvez possa não ser verdade. A diferença é que o cientista tem como te provar que mulheres não engravidam sem relação; já a bíblia, não tem qualquer evidência para provar o contrário.]
Após iniciar com essa discussão muito necessária, Richard passa a questionar o extremismo das religiões e suas guerras.
Se Deus(es) existe(m) ? e não estamos falando apenas do cristianismo aqui, vamos incluir mitologia grega e islã também ? o que mais os contradiz é o próprio povo que os segue. Cristãos que atacam diretamente pessoas homossexuais e induzem constantemente um sentimento de culpa em seus seguidores; padres que estupraram crianças devido ao pacto celibatário forçado, que a religião os obriga a seguir; muçulmanos que decepam pessoas que NÃO acreditam em Maomé; e muitos países do Oriente Médio que levantam nossa sobrancelha quando observamos sua fúria diária nos jornais ? bombas explodindo cidades, armamentos, ferimento dos direitos humanos das mulheres e crianças.
?Decapitem aqueles que insultam o islã". Felizmente, nossos líderes políticos estavam a postos para nos lembrar que o islã é uma religião de paz e compaixão.?
Richard ironiza toda a questão, trazendo à luz que: se essas religiões não existissem, teríamos um mundo globalmente livre de tantos preconceitos e guerras religiosas. Poderíamos continuar tendo guerras, é claro ? ganância é motivo suficiente para um país explodir outro. Mas guerras de cunho religioso? Cruzadas? Santa Inquisição? Definitivamente não teríamos.
Richard nos deixa claro que o principal objetivo ao ter elaborado esse livro, foi transformar pessoas religiosas em pessoas ateias. Presunçoso, talvez. Mas não é muito mais presunçoso o doutrinamento e lavagem cerebral feitos diariamente a crianças para seguirem a religião dos pais, mesmo sem ter idade suficiente para entender o que sequer é uma religião?
A igreja não consegue ser mais presunçosa ao arrancar dinheiro dos fiéis aos montes, sob o pretexto de ser mandamento bíblico?
Ao considerar Richard agressivo em sua defesa do ateísmo, considerem que duas torres gêmeas foram destruídas em 11 de setembro com pessoas dentro ? por motivos puramente religiosos. O Talibã faz mulheres serem proibidas de frequentar a escola/universidade ou sair de casa sem um homem ao lado; muçulmanos decepam pessoas por não acreditarem na religião deles; e animais são cruelmente sacrificados em rituais religiosos que não fazem o menor sentido, baseados em um livro antigo que estimula a fazê-lo em nome de Deus.
Felizmente, o Richard não precisou matar, decepar ou torturar alguém para defender o ateísmo ou construir esse livro; já a religião, sim.
E só para finalizar essa resenha, deixo as últimas palavras do Richard que também encerram o próprio livro:
?Genuinamente não sei a resposta, mas fico muito feliz de estar vivo numa época em que a humanidade tenta superar os limites do entendimento. Melhor ainda, talvez acabemos descobrindo que os limites não existem.?