Cidades afundam em dias normais

Cidades afundam em dias normais Aline Valek




Resenhas - Cidades afundam em dias normais


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Anny 26/01/2023

Eu sou apaixonada demais pela literatura brasileira, a forma que você consegue se conectar com as histórias é uma sensação única.
A autora tem uma escrita fluída, fácil de ler e rápida de devorar. É melancólico e poético, eu que também saí da minha cidade natal me vi diversas vezes em vários trechos nos momentos que volto pra minha terrinha. As metáforas utilizadas pela Aline deixaram o livro mais encantador ainda, e realmente, a reconstrução de uma memória às vezes faz com que ele ganhe a mesma consistência que um sonho.
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Thabata 09/11/2020

Belo e triste
Acompanho a Aline Valek há um tempi através de suas newsletters e seu jeito de escrever sempre me cativou.
Comprei este livro que veio autografado, e que no começo tive dificuldade de entender e encaixar com a leitura. Mas depois tudo fluiu e li sem parar. É uma história linda, triste que me deixou feliz de conhecê-la mas também melancólica com os acontecimentos.
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Luiz 23/11/2021

Ser adulto é continuar sem saber o que isso significa e fingir muito bem.
"Se acostumar é não conseguir mais diferenciar as tragédias dos dias normais."
Fiquei um tempo pensando em como escrever essa resenha porque Alto do Oeste representa, basicamente, o que foi a minha adolescência aqui no centro-oeste. Tirando toda a problemática de que um lago artificial engoliu a cidade (e é impossível não imaginar o Lago Paranoá nesse caso pois este também é artificial), eu consigo me imaginar tranquilamente como alto-oestino. Todo o problema na escola pública onde faltam professores, segurança, verba. Todas as festas, as visitas na casa dos amigos após a aula que ocorreu pela manhã. Os namoros complicados, o abandono, a seca e a chuva forte. O famoso "véi", "de rocha", "boto fé". Tudo isso me lembra a adolescência.
"Memórias pertencem ao futuro. É para lá que estou olhando quando faço esse trabalho todo, Facundo. Só se conta histórias para a frente."
Como se não bastasse, a história fala sobre a vida de quem teve sua origem apagada, sobre se encontrar no mundo, sobre fugir de quem você não quer ser. E pode parecer que a autora se perde em meio a tantos assuntos. Mas não é esse o caso. Aline Valek trata tudo isso com maestria e um toque de humor. Toda a estrutura é bem desenvolvida e vai deixando o leitor com uma curiosidade imensa. É difícil parar a leitura.
O gostinho é amargo e forte, como o café. E não deixa de ser bom.
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Ramon.Amorim 04/09/2022

"Nenhum lugar é para sempre"
Quando alguém publica um romance baseado sobretudo em reminiscências da adolescência, corre um risco enorme de produzir uma literatura piegas, sem provocar nenhum efeito relevante em quem o ler. Não é o caso desse livro da autora Aline Valek. Sua protagonista, a fotógrafa Kênia, retorna à cidade onde viveu as primeiras experiências puras da vida, quando a magia ainda não está desbotada pelo realismo que, a partir de uma certa fase da existência, atropela à sua frente tudo o que há de sublime. A pequena cidade no centro-oeste ficara submersa por anos, agora alguns dos seus antigos moradores estão retornando e o lugar virou atrativo turístico. Kênia chega com um amigo argentino para juntos produzirem um documentário.

O ponto crucial desse retorno à cidade é o momento em que Kênia reencontra sua antiga professora de história, Érica Xavante, que deixa com a ex-aluna uma redação escrita por Tainara, de quem Kênia foi, por algum tempo, melhor amiga. A partir de então, somos tragados mais fortemente pelas recordações e é como resultado delas que, de certo modo, vamos também nos tornando parte desse jogo que, além de nostálgico, revela um aspecto universal, o elo que nos une em semelhantes memórias afetivas.

Nada ou quase nada está faltando nesses registros. Os tipos de personalidade que você encontra no colégio de Tainara e Kênia são universais; não é difícil que cada leitor vá percebendo em si, com diferenças meramente incrementais, os mesmos desejos, esperanças, aflições, coragens, tristezas e decepções que as meninas encontram na cidadezinha. E digo incrementais porque é muito provável que o sentimento que encontramos no livro nos afete de modo semelhante, a despeito de nossas experiências serem marcadas por cenas diferentes. Importa aqui a formação das emoções, numa fase em que construímos nossas forças e reconhecemos - ou ao menos sentimos - nossas fraquezas.

Há muita beleza e profundidade evocadas nas páginas desse livro. No meu caso, esse romance reavivou memórias sobre lugares e pessoas de uma forma generosa e delicada e sua leitura não poderia ser mais recompensadora do que isso.
Maju 04/09/2022minha estante
Finalmente encontrei outra pessoa que leu!


Ramon.Amorim 04/09/2022minha estante
hahaha




Giany.Alves 03/04/2022

Um bom livro, conta a estória de uma pequena cidade que foi inundada pelo aumento do volume do lago que a cercava, e depois de 16 anos, uma grande seca faz com que a cidade reaparece e antigos moradores retornem buscando habitar novamente a cidade e criando expectativas sobre uma nova vida.
A estória é contada e revivida por uma ex-moradora do local que retorna para a cidade com um colega jornalista e resolvem fazer um documentário. Kênia é fotógrafa e ao encontrar antigos colegas e uma professora relembra o tempo passado e os sentimentos que envolveram a sua vida e a partida da cidade que foi inundada pelo lago.
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ianaag 29/03/2021

Nostálgico
Já quero começar recomendando esse livro. Aline Valek soube desenvolver tudo dentro do necessário, sem pecar pelo excesso ou pela falta. A história me prendeu do inicio ao fim e por muitas vezes me senti em Alto do Oeste; cidade pequena, onde todo mundo se conhece, alguns sonham em sair dali, outros vivem bem com as limitações, faltar aula pra tomar banho de rio, a praça, o ginásio, a história de cada personagem... quase tudo familiar. Gostei demais!!!
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Elizabeth 26/07/2022

Três estrelas
"sabia que ser adulto era
continuar sem saber, e apenas fingir muito bem que estava no controle da
situação num mundo em que ninguém, ninguém mesmo, sabia o que estava
fazendo."

A leitura foi boa parte do livro bem arrastada pra mim. Até a metade do livro não sabia direito o foco da história, se era a cidade, a Tainara, a Kênia ou alguma metáfora, etc.

Depois da metade do livro comecei a gostar um pouco mais, porém terminei a leitura sem saber se gostei ou não. Enfim, o livro tem várias frases boas, mas às vezes são meio clichês. Realmente terminei a leitura confusa sobre o que gostei ou não kk mas a premissa da história em si é bem interessante, talvez tenha me frustrado pelo fato da autora não ter explorado mais o livro como uma ficção científica por exemplo ou algo do tipo e ter ido por outro caminho.
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Licia Maria 01/03/2021

Literatura sem heróis
O livro é uma coletânea de pessoas normais, dilemas reais e dores de um cotidiano tão ordinário (no sentido mais puro da palavra) que encanta.
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camiscaarvalho 03/11/2023

Dei 3 estrelas e meia pensando que esse livro merecia mais. A premissa da história é muito interessante, a ambientação e os personagens tem muita brasilidade e a escrita da autora é fluida, constituído de capítulos curtos e frases marcantes. Porém a história fica um pouco arrastada quando não se aprofunda em alguns personagens, bastante descrição e reflexões, poucos diálogos, além de não ter um foco específico e o final de Tainara (personagem pela qual desenvolvemos mais empatia) ter ficado em aberto. Mas entendo perfeitamente quem avaliou melhor, realmente a história tem muitos pontos positivos.
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Edkarl 18/07/2022

Uma cidade e suas pessoas reais
Surpreendida e, mais uma vez, maravilhada com as possibilidades literarias tão próximas, tão únicas. Aline Valek não é jornalista, mas, assim como Daniela Arbex me fez ter uma visão humana e encantadora de uma história real, e assim como Itamar Vieira Júnior me fez reviver memorias que se repetem a cada geração do norte e nordeste, e relembrar que nada disso aqui é conquista, essa terra é fruto de roubo. Sobre as varias histórias contadas da perspectiva de quem viveu, arrisco dizer que esses personagens são quase como lendas, folclore regional, tão real que eu me vi nessa história uma duzia de vezes, em todas as descricoes da cidade eu vi "minha cidade" itaporanga, e seu povo, meu povo, vi a casa da minha avó, vi o colegio que estudei, vi uma certa professora, vi a religião, a violência surgindo e crescendo com o avanço das drogas entre os jovens, me vi indo embora, buscando outros rumos, mas tive a certeza que as memorias ficam, que a cidade permanence, e tudo que deixamos lá, como que submersa, pronta para ser "descoberta" novamente.
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Karla Borba 20/02/2022

Lindo, poético, encantador, apaixonada por ele!
Olha quando eu vi a indicação deste livro eu sabia que ia gostar dele, mas não sabia que ia amar tanto!!
Aline Valek consegue transpor para as letras as fotografias que a sua personagem principal faz. Um romance que se passa no Brasil, mas não um Brasil qualquer. Um Brasil do cerrado, do interior, da terra, mas sem caricaturas ou recortes específicos que direcionem o nosso olhar com uma interpretação já dada sobre como vive a pessoa fora do eixo Rio-SP. O leitor tem a oportunidade de conhecer as diversas experiências que longe do caricato, são reais e nas quais a gente vai se identificando com um pedacinho de cada uma dessas vidas.
Essa cidade que ressurge das águas e traz com elas lembranças, desejos, traumas e esperanças nos proporciona uma forma de pensar a vida, os caminhos que ela toma, os caminhos que se escolhe, os que se deixa para traz. Mas acima de tudo nos faz refletir sobre o tempo. E o pensar sobre o tempo com esse livro é uma grande delícia e aprendizado.
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J^! 25/05/2022

A magia de ler seu tempo
Adoro clássicos. Mas é na leitura de livros nos tempos atuais que exercito minha imaginação mais viva.
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Kiri 25/11/2023

A escrita é tão gostosa quanto ao Águas Vivas Não Sabem de Si da mesma autora.
Não dá pra dizer muita coisa sem estragar a história... Só que acompanha uma jornalista voltando pra antiga cidade dela que tinha afundado.
É gostoso de ir acompanhando as lembranças de todos os moradores que ela vai coletando. É um livro muito mais pra vc sentir do que esperar algo do plot em si mas é uma delicinha também por isso
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Rudiely 23/04/2024

BR representando!
Leitura sensacional! O livro é sobre uma cidade aqui do meu bioma cerrado, que após um período de chuvas intensas foi submersa e desapareceu. 17 anos após, decorrente às secas enfrentadas pelo cerrado, Alto do Oeste começa a ressurgir.
O pessoal que residia nessa cidade começa a voltar para conferir a situação, e alguns veem o ressurgimento da cidade como uma chance para recomeçar.
A história pregressa de como chegaram até a inundação é contada de várias perspectivas, e como a cidade é integrada por pessoas, vemos a vida das pessoas vivendo na iminência de um desastre.
Kênia é uma fotógrafa que viveu ali até o fim de sua adolescência, trás com ela seu amigo jornalista argentino Facundo. Memórias são contadas através de um trabalho escolar feito por Tainara, onde a menina conta sua difícil vida de abandono e tristeza.
Tainara só está presente mostrando sua perspectiva através de escritos salvos por Érica, a professora veterana que insiste em não se aposentar. Érica também contribui com relatos e lembranças, como o padre do local, a menina popular da época de escola, o garoto rebelde que descobriu na arte sua profissão, entre outros.
O livro é super rapidinho, porém profundo. A escrita é poética e tem várias passagens que nos fazem refletir. E eu amei ler este belo livro, que é contato como um documentário realizado por Kênia e Facundo.

"Por isso, diante de uma foto, nada acontece; há apenas uma cena a se
observar. Fotografias são imagens incapazes de se mover. Quem as põe em movimento é quem observa."

"Restavam a ela apenas as memórias, que tinham a tendência de ficar distorcidas como uma paisagem vista por uma grande angular."

"Cada um tem uma versão diferente. Gente que diz que via, gente que diz que sabe. Mas ninguém sabe, não tem como. A verdade deixa de existir no momento em que algo acontece. Impossivel recuperar."

"Isso me assusta um pouco. Se acostumar é não conseguir mais diferenciar as tragédias dos dias normais."

"Submersas por muito tempo, as memórias ganham a mesma consistência dos sonhos.
A realidade se borra, a lógica do como e dos porques escorrega, as motivações se perdem. Ler a história que as fotografias contam, então, torma-se a tarefa de um bêbado tentando ler um papel amolecido e disforme que ficou tempo demais debaixo d'água."

"... porque era mesmo inútil debater possibilidades não acontecidas. Cada pessoa só podia ter a história que de fato teve, nunca outra."

"É a parte ruim de quase sempre estar sozinho. Passo tempo demais dentro da minha cabeça."
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