Marcela 28/03/2021
Iniciando do ponto exato onde o primeiro volume da duologia parou, encontramos, em um primeiro momento, uma Safira tendo que se acostumar com a nova condição: de pária da alcateia, agora é nada menos que uma protegida da deusa, o que por si só já é o bastante para tanto chamar a atenção dos demais quanto para ser respeitada (ou temida) pelos demais.
Mais uma vez, tantas coisas acontecem ao longo da história que fica até difícil de resumir (afinal, se o primeiro já foi enorme, esse ainda conseguiu superar pois são mais de 1600 páginas), mas citando alguns dos pontos principais, sem spoiler:
? Safira mais confiante de si mesma, encarando seus traumas para superá-los
? A relação entre Safira e Howl cada vez mais íntima e profunda, o que é lindo de se acompanhar e traz um quentinho no coração por ver tanto amor e cumplicidade envolvidos
? As tiradas sarcásticas da Dalila trazendo um ar de diversão e marcando bem a inusitada amizade desenvolvida entre as bruxas e os licantropos
? Mais tradições da alcateia sendo mostradas
? Representatividade LGBT que, embora pontuais, agregam discursos sobre aceitação, respeito e oportunidades iguais
? Mais uma vez, a força feminina sendo exaltada por meio de personagens empoderadas e incríveis
? Howl assumindo definitivamente o manto de co-protagonista ao ganhar metade da narrativa sob o seu ponto de vista, que nos traz uma dimensão mais profunda tanto de seus sentimentos por Safira, quanto de como a relação desgastada com o pai e o peso das responsabilidades enquanto capitão da guarda e futuro alfa o afetam, além de mostrar mais do amor e amizade pela irmã
? Alguns capítulos pontualmente narrados também por outros personagens além do casal protagonista, ampliando a sensação de conhecimento sobre os demais (e abrindo margem para os spin-offs que a autora já começou a elaborar)
? Os desdobramentos das ações do lobo traidor e algumas surpresas pelo caminho
? O conflito final entre as raças rivais e respostas (ou confirmações, caso você já tivesse suas suspeitas desde o começo) sobre as questões que tinham ficado em aberto no livro anterior
A sequência de Safira de Prata possui os mesmos elementos que me fisgaram no livro anterior: uma trama cheia de detalhes bem pensados, personagens adoravelmente imperfeitos e reais, uma mitologia fantástica, uma boa dose de drama + ação + ficção, e uma escrita impecável que faz com que a narrativa seja fluida, apesar de ser um calhamaço. Sorri, chorei, me apaixonei e quase arranquei os cabelos ao decorrer do livro. Para mim, apesar da história ser completamente encantadora (tanto que a duologia sem dúvidas ganhou um lugar fixo no hall das minhas fantasias favoritas), Diamante Dourado só não levou as 5 estrelas completas por conta do final, que não deixou tudo TÃO fechadinho como eu esperava... mas talvez tenha sido intencional, já que a Laura ainda pretende ampliar o universo através dos spin-offs. Sei que estou ansiosa desde já para continuar lendo sobre esses lobinhos tão queridos e essas bruxas tão badass.