Rinha de galos

Rinha de galos María Fernanda Ampuero




Resenhas - Rinha de Galos


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André Vedder 30/06/2021

Visceral e Obscuro
Muito bom livro. Contos muito bem escritos e todos permeados com o lado mais obscuro do ser humano, ou melhor, inumano.
Natália Carolina 30/06/2021minha estante
Não conheço esse, mas tenho a impressão que tenha semelhanças com o livro "Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos" da autora Ana Paula Maia.
Ela também tem um livro de contos, mas ainda não li.


André Vedder 30/06/2021minha estante
Oi Natália, a escrita entre elas tem semelhanças...mas no caso aqui a autora equatoriana é mais visceral, e seus contos são pesados, com temas como estupro, incesto...etc.


Natália Carolina 01/07/2021minha estante
Entendi. Então já leu a Maia também?


André Vedder 01/07/2021minha estante
Sim Natália. Já li todos da Maia e adoro a escrita dela!




Valéria Cristina 01/12/2022

Meu Deus!
Para mim foi difícil terminar essa leitura. A escrita é brutal, muitas vezes escatológica, e repleta de gatilhos. Houve horas em que a pausei para poder digerir a escrita. Sim, esse livro exige digestão. E essa não é fácil. Demora um bocadinho para o efeito dela se desfazer.

Todas as situações explicitadas nas narrativas exploram os limites humanos, os limites instintivos, os limites fisiológicos, os limites viciosos e emocionais. Cada conto aborda um tipo de violação e expõe vítimas e consequências de forma crua, direta, literal. Ainda, dá visibilidade aos invisíveis, àqueles os quais vemos, mas não enxergamos.

A maioria das narrações retrata a violência contra a mulher, violência explorada no máximo de sua capacidade destrutiva. Tenho a impressão de que, com esse estilo, a autora pretendeu mesmo provocar, chocar e despertar-nos para a ocorrência de abusos, crimes sexuais, exploração, incesto, subjugação. Situações estas, muitas vezes (mas nem sempre) revestidas por uma capa de normalidade e presenciada por diversos atores absolutamente inertes.

Penso, ainda, que não se trata de retratar apenas a sociedade do Equador (país de origem de Ampuero), mas qualquer sociedade humana. Até porque as histórias não situadas em lugares específicos. Nenhum deles é nominado. Assim, as situações podem ter acontecido na casa de nosso vizinho do lado, no apartamento de algum familiar, amigo, ou colega de trabalho.

Trata-se de um livro que não traz diversão ou entretenimento, mas reflexão e náusea. Destaco os contos: Paixão e Luto.

María Fernanda Ampuero (Equador, 1976) escreve narrativa de ficção e de não-ficção. Possui trabalhos publicados em inglês, francês, chinês, dinamarquês, alemão, português e italiano. Seu último livro, Pelea de Gallos (Páginas de Espuma, Madrid, 2018), foi um dos dez livros do ano do The New York Times en Español e já foi traduzido para vários idiomas. É uma das escritoras latinoamericanas mais importantes dos últimos anos, de acordo com a revista Gatopardo. Pelea de Gallos recebeu o prêmio Joaquín Gallegos Lara 2018 como melhor livro de contos do ano. Em 2012, foi selecionada como uma das 100 latinas mais influentes da Espanha, país em que vive desde 2005.
Lilian 01/12/2022minha estante
Parabéns!!! ??????
A resenha está incrível, me deixou curiosa e ao mesmo tempo temerosa.


Valéria Cristina 01/12/2022minha estante
Muito obrigada!




Bruna 08/03/2023

Rinha de Galos
Perfeito!!!!! TODOS contos são maravilhosos! O livro poderia ter o triplo do tamanho.
São todos contos sobre abusos, muito pesado e bem escrito. Leria qualquer coisa dessa autora!
Biafort.Meireles 09/03/2023minha estante
Obrigada pela resenha, vou colocar o livro na minha lista de leituras futuras.




Jéssica Dutra 07/01/2022

Dá para resumir esse livro assim: onde tem homem tem paz?

Me disseram que era um livro de contos, mas na verdade é um livro de contos de terror.

Tem um conto que eu quase vomitei. Não recomendo.
Alê | @alexandrejjr 11/08/2022minha estante
Te lembra qual foi o conto, Jéssica?




Nara 26/09/2022

Rinha de Galos - María Fernanda Ampuero.

Um dos melhores livros de contos que li esse ano. Dolorosa e desconfortável, mas maravilhosa.

Assinei o clube de literatura latinoamericana Tortilla porque eu queria muito esse livro.

É uma coletânea com 13 contos que retratam diversas violências contra mulheres em variadas faixas-etárias e classes sociais.

As narrativas são de um horror sustentado por ambientações e situações que permeiam a nossa realidade, o que torna tudo mais perturbador.

São contos cuja violência atravessa relações familiares, de raça e classe. Assédio sexual, incesto, violência psicológica, misogenia, racismo. São algumas das violências retratadas.

O card de apresentação da obra tem uma entrevista com a autora. E quando perguntada de onde veio a ideia de escrever um livro baseado em histórias sobre violência, amei a resposta:

"Publiquei o Rinha com 42 anos. Eram uma junção de textos arquivados durante muitos anos. Apesar de escrever desde os 8/10 anos, a razão desse longo silêncio é que eu achava que não tinha o que é necessário para ser uma escritora de ficção(...)Por que eles são violentos? Acho que escrevo como escrevo porque estou furiosa, porque a violência contra os mais fracos, principalmente meninos, meninas e mulheres, me enche de raiva e não sei como lutar para tornar visível toda essa violência. Escrevo para gritar, acho. Escrevo gritando."

A impressão é essa mesmo! Leilão é o conto que abre a coletânea e tem o potencial de um miniconto apenas com a primeira página.

Monstros é o título perfeito para definir duas situações de abuso vividas pela personagem: a menina Narcisa. É uma adolescente que foi criada por um casal classe média alta como "empregada parte da família". Ela cuida das gêmeas do casal e, as avisa: "deve-se ter mais medo dos vivos que dos mortos" e na calada da noite, o leitor guiado pelo olhar das pequenas, também descobre o porquê.

Eu amei todos! O nível de conhecimento que a autora tem do próprio país é absurdo. Ela transita entre realidades muito diversas e c/ uma riqueza de detalhes.

Ali e Cloro são contos com protagonistas de classe média alta cujas vidas orbitam em torno da loucura, uma loucura fruto de um vazio existencial muito grande.

A narradora de Ali é a empregada doméstica e que a julga como uma pessoa excêntrica, até na generosidade. "Quer dizer, ela não nos dava comida passada ou roupa velha. Era o mesmo que ela comia ou vestia." - quem é filho de empregada doméstica já ouviu esse tipo de condição visto como algo "bom". A Ali passa a ter problemas de saúde mental e vai deteriorando e a empregada vai trazendo o comparativo de como tudo ficou pior depois que ela adoeceu. Maravilhoso. Eu queria ser uma mosca pra ver um playboy que sempre teve empregada lendo esses contos rs.
gbc898 02/07/2023minha estante
Serve eu? Rs




Debora 08/03/2021

3 ou 4 contos muito bons. Os demais, mornos
A escritora, equatoriana, usa um terror meio urbano meio místico para falar sobre uma violência social que é típica da América Latina. Neste cenário, as mulheres são as que mais sofrem, abandonadas, violentadas, exploradas.
Os contos são muito pesados, mas eu gostei da escrita, no geral. Nada te é entregue de mãos beijadas, tudo fica nas entrelinhas.
Meus contos preferidos são:
1 - Leilão
2- Luto
3-Coro
E o pior, disparado, é Cloro. Mas tem muitos contos mornos também, que, se não chegam a ser ruins, também não ficam na memória.
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Bruno 15/03/2021

É violento mas profundo, cada conto é como uma porrada e reverbera junto a uma sensação de estranhamento. Certamente um dos grandes livros de contos que já li.
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Carla Verçoza 21/03/2021

Gostei bastante do livro. Ampuero traz alguns contos excepcionais, outros nem tanto. Pretendo escrever um pouco mais sobre os contos que mais gostei.
O conto que dá título ao livro é espetacular.
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Su 03/04/2021

Rinha de galos - María Fernanda Ampuero
"Era você diante dele.
E você diante dele era uma mulher extraordinária. A melhor das mulheres."
Paixão
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Norberto 18/04/2021

A autora traz o que há de pior nos cenários (reais) de violência principalmente contra a mulher de uma maneira às vezes sutil, outras (a maioria) com dureza, normalmente com um texto cheio de força. Como em todos os livros de contos, nem todos são bons, mas vários ganharam minha atenção, começando pelo maravilhoso Leilão e, perto do final, a tríade Luto, Ali e Coro.
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Toni 02/05/2021

Leitura 19 de 2021

Rinha de galos [2018]
María Fernanda Ampuero (Ecuador, 1976-)
Trad. Silvia Massimini Felix
Moinhos, 2021, 112 p.

O encontro de ontem — 2º do clube de literatura hispânica @tortillalivros — foi uma unanimidade: entre conversas emocionantes sobre literatura, representatividade, violência e vozes femininas, saímos todas e todos encantados após conhecer e ouvir a autora de “Rinha de Galos”, a equatoriana María Fernanda Ampuero. O livro, que logo mais estará disponível na Ed. Moinhos, apresenta 13 contos sulcados por diferentes recortes de uma crueldade inerentemente humana, 13 experiências que despertam ora asco ora assombro, tanto mais horríveis e asquerosas quanto mais nos aproximamos de suas páginas e percebemos ali o transbordamento de realidades próximas demais para nosso conforto.

Das 2 epígrafes que abrem o livro, “Tudo que apodrece forma uma família” (Fabián Casas) e “Sou um monstro ou isso é ser uma pessoa” (Clarice Lispector) já se percebe um traço comum na coletânea: a ênfase na esfera privada e a impossibilidade de definirmos com precisão o que representa ser humano. Nas palavras de Ampuero no encontro de ontem, “nosso lado animal não é tão terrível quanto nosso lado humano”. Por isso mesmo, os muitos bichos que povoam seus contos aparecem ali não necessariamente como símbolos, ainda que possam ser lidos como tais, mas como denúncia dos maus tratos aos animais e exposição da humanidade perdida de quem não enxerga a vida, mas apenas o próprio gozo (sádico, sexual, doentio).

O conto “Paixão” (justo hoje, coincidência?) é, para mim, junto a “Nam”, “Coro” e “Outra”, um dos pontos altos da coletânea. Além da violência física da esfera pública que invade e transforma os núcleos familiares (mas também poderíamos dizer que o privado alimenta o público), Ampuero apresenta a violência simbólica da religião (ou tradição, ou patriarcado, ou qualquer outro nome que queiram dar às ideias controladoras de corpos e mentes). Nesse conto ouvimos a voz daquela que sempre foi chamada Puta, uma “criatura das surras, filha da brutalidade”, cuja história tem mais a ensinar sobre ressurreição do que aquele que sobe aos céus sem olhar para trás. Leiam!
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Wandrovski 16/05/2024

Pra quem tem estômago.
Uma leitura intensa, impactante e desafiadora, apesar de seu número pequeno de páginas. Na obra em questão, a autora adota uma linguagem direta para transmitir ao leitor a sensação de desconforto diante da violência familiar. Com a presença marcante da figura feminina em todos os contos, somos confrontados com temas que vão desde o abandono até a pedofilia, gerando uma leitura perturbadora, porém cativante, que desperta a curiosidade sobre o que virá a seguir. A violência desempenha um papel central nestas histórias, mas nunca é tratada de forma superficial. Cada narrativa é justificada e reserva uma reflexão em seu desfecho. Os desafios de ser mulher em uma sociedade machista e sexista são explorados através de temas como tensão, terror, incesto, racismo e outras questões controversas, convidando-nos a repensar nosso papel no mundo.
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Taki 18/06/2021

A brutalidade de cada conto é enorme, e vou citar a epígrafe para reforçar o que vem nas próximas páginas do livro: "Tudo que apodrece forma uma família."
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@buenos_livros 29/06/2021

Rinha de Galos - Maria Fernanda Ampuero ??
?As pessoas não são capazes de ver a si mesmas e esse é o princípio de todos os horrores.?
-
. Rinha de Galos (2018)
. Maria Fernanda Ampuero ??
. Tradução: Silvia Massimini Félix
. Contos | 112p.
. @editoramoinhos
-
. Relatos de horror com personagens que demonstram o que há de pior no ser humano. São históricas pra macabras, ora asquerosas que incomodam o leitor com descrições bastante visuais. Não é uma leitura para qualquer um, mas são bem escritas e completas, cada conto entrega uma história inteira e amarrada.
. ??????
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