Lu 13/09/2012
Ágape? Amor. Amém!
Parece que estou um pouco lenta em minhas leituras, mas não sou de ler livros de forma rápida, porque gosto de saborear aos poucos... Meu último exemplar foi Ágape, do Padre Marcelo Rossi.
Luciana Avancini lendo Ágape?! Sim, por que não?
Eu sou Literatura de qualquer forma, de qualquer jeito, eu sou livro com capa dura e edição de bolso, sou livros mais lidos e promocionais, sou Nicholas Sparks, Paulo Coelho, sou a palavra escrita, a mensagem dada, a lição absorvida. E, neste livro em questão, sou oração, reflexão e aprendizado.
"Para mim, a oração é um impulso do coração, um simples olhar lançado aos céus."
Santa Terezinha do Menino Jesus
Primeiro, gostaria de dizer que o prefácio de Gabriel Chalita acrescenta outro valor à obra, chama-nos atenção para esse momento em que devemos parar e refletir sobre nossas atitudes e valores, descobrir o que é amor e felicidade de verdade, questionar se estamos cumprindo nossa missão...
"Falta estima pelo ser humano. Vivemos em uma sociedade em que o consumo coisifica a pessoa. Quanto mais se tem, mais se deseja, e quando não se tem, o desejo também faz questão de ficar. Falta um sonho de vida e sobram angústias pelas ausências desse sonho."
É também nessa parte que li lindas citações sobre Maria, que me fez pensar em minha mãe, que carrega todo esse significado em nossa família.
"Maria tem a missão de cuidar do que nos falta."
"Maria se faz presente para que nada falte à festa."
"Maria dizia com o silêncio."
"Maria é a mãe cuidadosa, zelosa, que se preocupa com os problemas dos seus filhos.(...) Falta vinho em um casamento, e Maria está ali para compreender a angústia e para solucionar o problema. (...) O vinho é apenas a metáfora do que 'falta'. Maria sabe o que nos falta. E intercede por nós."
"Outro detalhe singelo é a paciência de Maria."
"Maria esteve sempre presente. Sem alardes. Sem estardalhaços."
"Não guardou ódio, não falou desnecessariamente sobre a traição."
"Maria é a escolhida. (...) O amor sem limites. O amor que não exige retribuição."
Por que alguém deveria ler esse livro?
Pois proporciona paz interior, questionamentos, mudanças, resgate de valores, em um mundo que mudou muito, que valoriza o ter, enquanto o ser tem ficado esquecido; que trata as pessoas como máquinas, como simples objetos; que esquece que cada um traz consigo uma história; que as pessoas embora sejam duras e frias, têm sentimentos.
Há histórias repletas de significado, principalmente voltadas ao amor, como a que ocorreu na Alemanha, onde o exército havia cercado o castelo e as mulheres tiveram que sair levando todos os bens que pudessem carregar.
"As mulheres foram saindo, trazendo uma estranha carga. Não era ouro. Não eram joias. Não eram pedras preciosas nem vestes ornamentadas. Cada uma vinha curvada com o peso do marido na esperança de salvá-los."
Que declaração de amor mais bela!
Outra pequena história contada é quanto às ações de Madre Teresa de Calcutá. Quando diziam que não fariam a mesma coisa nem por um milhão de dólares. Ela responde:
"Eu também não. Só por amor."
Isso nos faz pensar em muitas coisas... Quantas pessoas dizem que não seriam professores nem por um milhão de dólares, que não iriam se sujeitar a passar por determinadas situações nem por um milhão de dólares, que não queriam lutar por determinado amor por nenhum milhão de dólares...
Somente o amor justifica cada ação.
Já diz Chalita, o convite que Padre Marcelo nos faz com este livro é exatamente este: que sejamos bons!
É simples assim, uma leitura fácil, histórias exemplares, explicações práticas e belas orações ao final de cada capítulo.
"(...) é preciso ir além. Além do que nossos olhos podem ver, além do que nossos sentidos podem captar."