Luan 18/08/2022
Fórmulas, desde que bem feitas, dão certo
Devoradores de estrelas é mais um livro de Andy Weir que mantém uma fórmula parecida e trata de temas semelhantes. Então, quem optar por lê-lo já tem ideia do que esperar – e isso não é, necessariamente, uma coisa ruim, embora o leitor às vezes queria uma novidade. Mas de fato, manter um estilo e não trazer inovação não é algo que prejudicou minha experiência com o livro.
Em Devoradores de estrelas, cientistas descobrem que uma anomalia no universo está atingido o sol e pode afetar todo o mundo, causando milhares de mortes. Um grupo de profissionais se une para tentar correr contra o tempo e entender o que está acontecendo. Uma destas pessoas é o professor de ensino fundamental Ryland Grace, formado em biologia. Nessa corrida, uma missão ao espaço é formada, onde vai se passar a maior parte do livro.
De forma bem resumida, esta é a premissa da obra. Mas, melhor do que a história, é a forma como o autor optou por conta-la. Logo nas primeiras páginas, o protagonista – Ryland Grace – acorda de um sono profundo sem saber onde está. E essa descoberta lenta é que vai prendendo o leitor a querer continuar com a leitura, até que aos poucos as coisas vão se revelando, ao mesmo tempo para o protagonista como para o leitor.
É verdade que o autor não traz inovações. Ele tem uma fórmula bem definida e a utiliza bastante. Mas o mais legal disso é que Andy faz isso muito bem feito. Eu não li Artemis, o outro livro dele, mas acredito que siga esse mesmo formato. Apesar de manter essa “caixinha”, o autor pelo menos tem domínio do assunto – e mesmo que o leitor não entenda 90% da física presente ali, ele consegue mergulhar na história.
Eu acho Devoradores de estrelas uma história mais audaciosa do que Perdido em Marte, mas o livro de estreia ainda é melhor na minha opinião. Enquanto em Perdido em Marte eu consegui sentir mais verossimilhança - se é que isso é possível -, em Devoradores eu vi um pouco mais de um Andy “viajando” na história que criou.
Ainda assim, e apesar dos vááários clichês literários que ele coloca, não dá pra negar que é um bom livro e um bom entretenimento. Ele escreve bem e tem bons diálogos, constrói bons personagens e sabe como poucos fazer uma história - que teria tudo pra isso - não cair na monotonia. Mas, sem dúvida, o destaque é o bom humor. Eu não costumo rir durante leituras – no máximo, um sorriso -, mas aqui eu consegui umas boas gargalhadas. Ele manda muito bem neste aspecto.