spoiler visualizarvininho 22/08/2022
Não esperava gostar tanto!
Iniciando uma nova era de leituras mais curtas, já que não estou conseguindo arranjar tempo, resolvi dar uma chance para romances contemporâneos - e já posso afirmar não estar arrependido. The Charm Offensive narra a vida de dois protagonistas que vão se encontrar em um momento mais não-propício possível: os bastidores de um reality show! Charlie é o príncipe em busca de uma princesa para coroar, mas esconde uma motivação por trás dessa busca. Dev é um produtor apaixonado pelo programa e por histórias de amor. Ambos lidam com transtornos psiquiátricos e a história desenvolve, também, como eles se enxergam e como a sociedade enxerga esses transtornos.
Apesar de ambos protagonistas estarem quase na casa dos 30 anos, algumas vezes a escrita do livro coincide com uma escrita mais jovem, principalmente com algumas atitudes e diálogos - o não tão amado, por mim, ?young adult?. Com isso, senti que faltou um maior desenvolvimento para o que estava ao redor do casal, como não levar em conta a proporção e magnitude do programa e vilanizar apenas uma mulher, que possui um final digno de conto de fadas (talvez um aprofundamento sobre socialização que todos passamos por conta do patriarcado, faria uma grande diferença - mesmo sabendo que o livro é sobre o romance).
Além disso, fico um pouco incomodado quando estou lendo um livro e sou bombardeado por referências à cultura pop, mas ainda bem que isso não segue por toda obra e, antes de chegar na metade, é neutralizado. Ademais, achei competente a forma como as críticas contra o programa de TV foram tecidas ao longo da narrativa, apesar de achar interessante se houvesse maior destaque para a problemática do programa.
Charlie e Dev formam um casal perfeito e, sua junção, parece a minha personalidade como um todo. Não teve um personagem que eu me identifiquei mais, pois encontrei características minhas em ambos - como a confusão inicial de Charlie e a necessidade de Dev de agradar aos outros, mas nunca estar presente para si mesmo. Gostei muito de como os pontos de vista são alternados, já que garante uma completude para o entendimento da história. Além disso, gostei muito do descobrimento do Charlie e o seu entendimento da diferença entre ?querer ter e querer ser?, além da abordagem da depressão de Dev. Já Parisa e Jules não são muito desenvolvidas e servem mais como uma forma da história andar do que realmente pertencer a narrativa - contudo, eu amei a Parisa e seu jeito protetor e debochado.
?I didn?t think it was possible to find love on this show. And I was wrong.?