Erick Macedo Pinto 23/09/2023
O ouro preto do Brasil é a riqueza da miscigenação daqui
Tags de recomendação: não-ficção; história; Brasil; África; política; escravidão; preto;
Seguindo o padrão da série, o título do livro resume a trajetória que terá enfoque ao longo das 500 páginas.
O livro começa falando sobre o processo de expansão de fronteiras exploradas, conhecidas do Brasil, que até então não ia muito longe da costa (mesmo padrão adotado pelos portugueses na África no processo de colonização e escravização). Aqui, a tarefa ficou a cargo dos famosos e outrora tão homenageados e romantizados em nossa historiografia, os bandeirantes. Através de expedições, chamadas de bandeiras, para o interior daquela terra então desconhecida para os europeus, acabaram descobrindo reservas de ouro e outras pedras preciosas nas regiões do que hoje são os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Tal descoberta deu novo gás na exploração das terras brasileiras, já que o comércio de açúcar, que já vinha rendendo muitas riquezas para a coroa portuguesa, ganhou forte concorrência de outras colônias europeias na América Central.
Assim, este segundo volume começa a discorrer sobre a vida nas principais cidades do Brasil na época. Principalmente na Bahia, Rio de Janeiro e Minas. É interessante ver o quanto São Paulo, na época, não tinha tanta relevância pra colônia e até era mal vista. E poucos capítulos, se comparados com o primeiro volume, são mais dedicados a destacar alguns aspectos na África no período retratado.
Alguns capítulos, como os que falam sobre as várias Áfricas existentes no Brasil, sobre o sagrado, as irmandades religiosas, as mulheres e fugitivos e rebeldes, são relatos especiais e trazem informações valiosas para entendermos bem a época e, através de uma linha clara, entendermos algumas questões e realidades de temos hoje no Brasil.
O autor melhora a narrativa nesse segundo volume. Ainda tem muitas referências, muitos números. Mas é repleto de histórias curiosas sobre alguns personagens e fatos que ocorreram na Europa, África ou América. Os termos estão usados com maior preocupação e dessa vez, ele coloca menos a opinião própria e foca mais em narrar os fatos.