La Oliphant 12/09/2021
Eu quero começar essa resenha dizendo que eu não sou uma grande leitora de contos, principalmente contos de séries de romance de época.
É um formato que geralmente não me prende e, a não ser que o conto seja muito relevante para os acontecimentos dos próximos livros (o que normalmente não é) ou tenha personagens que me intrigaram em algum momento, eu sempre deixo passar.
Um Par Perfeito, ao contrário de muitos outros contos de séries de época, me atraiu por dois motivos: personagens que se apaixonaram através de cartas e o fato de esse livro ter informações importantes e que impactam diretamente no segundo livro da série, O Duque solteiro.
Eu debati internamente se queria me aventurar nesse e-book, mas no final, a minha curiosidade em conhecer o irmão mais novo de Sheridan foi muito maior do que a minha birra com contos.
A ATRAÇÃO COMEÇOU ATRAVÉS DAS PALAVRAS
Eu sempre me entrego para romances que começam antes mesmo dos personagens se conhecerem e, depois de ler O Duque Solteiro, acredito que Heywood e Cass mereciam um livro nessa série e não apenas um conto. Afinal, se Joshua que não está nem perto de ser um duque ganhou um livro, porque ele não?
O fato é que o nosso romance começa quando Heywood se interessa pelas cartas que a irmã de seu melhor amigo envia para ele. Cartas essas que são cheias de comentários inteligentes, divertidos e com um tom de voz único de uma jovem muito inteligente e rebelde.
O único problema é que não é a irmã de Douglas que escreve as cartas, mas Cass, sua prima supostamente pobre. E o melhor? Cass também está interessada em Heywood por conta das cartas que Douglas enviava contando sobre o amigo.
Quando os dois finalmente se encontram pela primeira vez, é impossível negar que existe uma química muito forte entre eles. Cass não consegue esconder a sua personalidade rebelde de Heywood e, para o nosso major, isso apenas coloca mais lenha na fogueira.
A ESCRITA É MARAVILHOSA, MAS EU QUERIA MAIS
E talvez esse seja o motivo pelo qual contos — em romances de época — não funcionam tão bem pra mim: eu devoro todos os meus casais de época, ainda mais quando eu gosto deles mais do que gosto de respirar.
A escrita da Sabrina Jeffries tem todos os elementos que eu gosto em um bom romance de época: diálogos divertidos e envolventes, personagens com profundidade emocional e cenas de sexo que me fazem corar sozinha durante a leitura.
O único problema de “Um Par Perfeito” é que esse livro acaba.
Eu queria muito mais cenas e diálogos entre Heywood e Cass, sabe? E, infelizmente, por ser um conto, o livro não consegue aprofundar muito no passado e nas experiências que ambos tiveram antes de se conhecerem.
Sinto que ainda existe muita coisa a ser explorada nesse romance, mas acabou ficando de lado por conta da estrutura na qual a história foi contada.
ME RENDI AOS PERSONAGENS NAS PRIMEIRAS PÁGINAS
Eu não sei colocar em palavras o que realmente me atraiu no Heywood como protagonista. Porém, o fato de ele ser um major do exército britânico e ainda assim conseguir manter uma personalidade que chega a ser acolhedora e ao mesmo tempo muito sexy me surpreendeu.
Consigo entender perfeitamente como Cass acabou se tornando fascinada por esse homem antes mesmo de colocar os olhos naquele corpo másculo que ele tem. Sabe aquele tipo de herói que não só é lindo de morrer, mas tem “algo a mais” que deixa a gente completamente rendida? Heywood.
E Cass não fica muito atrás como heroína.
Gostei muito do fato de ela ser uma excelente julgadora de caráter e muito empática com a prima, que não tinha a mesma inteligência que ela — embora fosse uma doçura de personagem.
Apesar de não ser exatamente “teimosa”, Cass faz questionamentos extremamente pertinentes e desarma qualquer argumento que Heywood possa ter. Essa dinâmica entre eles faz com que a atração fique ainda mais evidente, afinal, o próprio Heywood admite que Cass parece ter sido feita sob medida pra ele.
E O ROMANCE NÃO DECEPCIONA
O fato da trama se desenrolar de uma forma um pouco mais simples não afeta o quão envolvida no romance você vai ficar. Pelo contrário, a cada página cresce a ansiedade em saber como Heywood vai reagir ao descobrir a verdade sobre a situação financeira de Cass e o fato de que é ela quem escreve as cartas.
Fazia muito tempo que eu não lia um romance sem slow burn e ter personagens se entregando ao desejo sem fazer muitas perguntas foi uma experiência gostosa.
Acho que colocar a nossa heroína numa posição onde ela não iria deixar de viver aquele momento por conta de convenções sociais foi muito importante. Até certo ponto do livro, nós sabemos que existe desejo e atração, mas não temos certeza nenhuma se Cass vai apostar todas as suas fichas em Heywood.
E isso não impedi-la de se entregar, pra mim, foi perfeito.
As cenas quentes entre os dois são simplesmente maravilhosas. Eu consegui sentir na narrativa que eles simplesmente não conseguiam tirar as mãos um do outro. E, honestamente? Heywood é um boy muito maravilhoso pra gente conseguir ter presença de espírito.
Um Par Perfeito foi uma experiência de leitura maravilhosa e me deixou ainda mais imersa dentro do universo de Dinastia dos Duques. Eu mal posso esperar para ver como a autora vai desenvolver os outros personagens desse livro, principalmente Sheridan.
Tenho certeza que ainda temos muitas coisas para descobrir sobre os filhos da Lydia.
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