Nicolly RS 05/03/2022E vamos para mais um livro que estava prometendo muito e não entregou (falo da minha experiência). Grady Hendrix era um autor que eu tinha muita curiosidade de conhecer desde que descobri o livro do pêssego (aka southern book club's guide to slaying vampires), que pelas resenhas e feedbacks de amigos também decepcionou bastante.
A história começa com um ritmo bem bacana, contando o início e desenvolvimento da amizade entre a Abby e a Gretchen através dos anos, o que eu particularmente adorei acompanhar. As duas se deram bem praticamente de cara, e o desenrolar dessa relação foi bem natural. Destaque aqui para um ponto positivo do livro, que são os títulos de cada capítulo sendo músicas da época e que tinham relação coma história, achei uma sacada incrível!
Seguindo a história, com o passar dos anos, vemos que uma amizade se formou entre as duas, Glee e Margareth (duas chatíssimas inclusive), e o grupo vive o auge de suas vidas. Aqui já conseguimos ver mais claramente o peso das diferenças sociais entre elas, principalmente na vida de Abby.
Depois que ocorre a possessão, ou melhor, a partir do momento que ela se inicia, é que podemos dar o start na história. Infelizmente não consegui me apegar o suficiente para me importar com nenhuma das personagens. A "amizade" entre elas não convence muito, e mesmo entre Abby e Gretchen tiveram alguns momentos que me fizeram duvidar um pouco. Quando a Gretchen chega no auge da possessão eu voltei a me animar com a leitura, e realmente essa parte trás momentos muito bons, mas também gerou expectativas que não foram cumpridas (quem mais esperou um puta embate na noite de halloween?).
O plot dos marombas de Jesus foi um alívio cômico bem vindo na história, e gerou algumas cenas bem divertidas (gente, eu JURO que só consegui imaginar o ator que faz o Johny Lawrence em Cobra Kai fazendo o exorcista kkkkkkk), mas o exorcismo em si - O QUE FOI AQUILO??? Eu entendi a intenção do autor, mas não sei se foi a execução da cena, se foi a ideia em si, mas não teve jeito daquilo funcionar ou convencer.
Outra coisa que me incomodou bastante e me deixou bem desconfortável durante a leitura foi essa sensação constante de violação do corpo da Abby e de abuso (implícito e explícito) que rolou em vários momentos, chegando até a acontecer com a Abby durante o exorcismo. Era tão necessário assim ficar forçando essa situação durante a história? O buraco na história sobre como aconteceu o exorcismo e o que aconteceu naquela noite na floresta (estando relacionado ou não) também fez bastante falta pra mim.
Ainda assim, eu gostei bastante do jeito que o autor terminou a história, com o fato de que independente do que acontecesse em suas vidas ou de quanto tempo passasse, elas sempre estariam ali uma pela outra. Queria muito que elas tivessem conseguido ver o cometa Halley de novo juntas. Por fim, deixo aqui minha indignação pelo fim que deram ao bom cachorro Max, ele merecia bem mais. Não tenho intenção de ler mais obras do autor (já publicadas ou futuras), mas valeu a experiência.