Resenhas - Lessons in Chemistry

Thaís Brito 20/05/2023

Melhor que o esperado
Li esse livro participando pela primeira vez da Leitura Coletiva do Skoob. Adorei a experiência e amei a escolha desse título.

Pela sinopse e pelo design da capa, eu confesso que esperei encontrar uma história interessante que levasse a um romancinho clichê. Nada contra, eu adoro e sempre topo essas leituras! Mas o livro é tão surpreendente quanto a vida que a protagonista se propôs a trilhar. É uma jornada bem didática sobre as barreiras que uma mulher encontra quando não quer ser sufocada pela cultura dominante e pelo machismo.

Elizabeth Zott é uma heroína peculiar, comprometida com o próprio caminho e com as suas visões sobre o que ela merece desse mundo. Por isso, é dolorido passar por algumas situações pesadas que tentam tirá-la do lugar de destaque que ela merece ter. Na educação, na ciência, no mercado de trabalho, nas relações interpessoais. E é inspirador ver que ela faz tudo, menos baixar a cabeça.

Eu me apaixonei por alguns dos personagens que ela encontra pelo caminho e que vão se consolidando como uma rede na qual ela pode confiar. Destaque para o cachorrinho Seis e Meia, que me fez chorar (positivamente) na última página. Ele é um companheiro tão especial para essa protagonista, que me comoveu em várias passagens.

É uma narrativa muito bem construída e que nos leva a várias emoções diferentes em pouco tempo. Recomendo bastante essa leitura!

argni 19/05/2023

Luta por direitos
Fiquei surpresa com o quanto gostei, apesar de ter sido bem diferente do que eu imagina.
Li com a leitura coletiva do skoob, e foi bem legal participar das discussões e perguntas semanais.
A Elizabeth é uma personagem super séria e tudo o que ela faz e fala é baseado em fatos. Ela não brinca. Por isso é inconcebível para ela uma sociedade que a rotula e prende em uma pequena caixa de preconceitos baseados no patriarcado, impedindo que ela se expanda no mundo. O potencial dela é gigante, mas ninguém da crédito ou valor só porque ela é XX, e não XY.
O livro aborda muito toda essa dificuldade de inserção dela nessa sociedade, principalmente porque ela não quer criar os filhos e cozinhar para o marido. Ela quer ser cientista! Uma profissão que só os homens são capazes de exercer, afinal eles são muito mais inteligentes. Em vez de fazer, eles copiam de quem faz. Inteligência pura.
Além da questão do trabalho, o livro aborda salários, casamento, filhos ?ilegítimos?, família, abuso sexual, o lugar da mulher e todo tipo de quebra de paradigmas que se possa imaginar.
A melhor característica da Elizabeth é que ela não se baseia na opinião de ninguém, ela vai lá e faz por conta própria pra tirar as conclusões pessoais. E isso é o que está faltando em todos nós hoje em dia.

Recomendo muito!!

Aline Lima 07/05/2023

Uma história bastante densa e sensível
Uma questão de química é uma verdadeira jornada de persistência da personagem principal para conseguir seu espaço no mundo como cientista. Uma jornada bastante rica Sobre os principais dilemas e desafios normalmente enfrentados pelas mulheres em uma sociedade tão machista.

Por conta disso, a narrativa é densa e traz algumas situações pesadas, mas envolve o leitor de tal forma que é difícil interromper a leitura. Especialmente porque, embora aconteça entre as décadas de 1950 e 1960, os assuntos abordados são muito atuais.

É impossível não se emocionar ao longo da história de Elizabeth e dos personagens que fazem parte do seu núcleo. A leitura é uma verdadeira montanha russa de sentimentos para o leitor e nos conquista de uma forma bem especial.

É um livro incrível. Vale a pena cada página lida. ??

Robs 25/04/2023

Amei!
Só não dei 5 estrelas pq 5 estrelas tem que pegar na alma.
Mas o último é maravilhoso!
A visão do cachorro é linda demais!

Bia 04/04/2023

É sério que esse é o livro que todo mundo elogia?
Pequenos spoilers

Quando eu ouvi falar desse livro pela primeira vez ele parecia genial. Ainda gosto da ideia de uma apresentadora de TV usar programa de culinária para ensinar ciência para quem normalmente não teria tanto acesso a isso, só que de uma forma muito mais... Sutil. Mais ficção histórica e não seja lá o que eu acabei de ler.

Não tem nada de sutil nesse livro. Tudo é extremamente caricato e raso. Elizabeth é o tipo de pessoa inteligente que só funciona em desenho animado. Eu posso acreditar que Jimmy Neutron é um menino gênio, mas em um livro escrito para adultos fica mais difícil engolir que alguém que supostamente é especialista em uma área da bioquímica também sabe tudo sobre química aplicada em culinária, consegue aprender a remar lendo um livro de física e cria uma filha que é simplesmente genial em todas as áreas. Isso sem falar que a personalidade dela é extremamente clichê de cientista que não sabe como interagir com qualquer coisa que não seja ciência. Ela fala que "quase perdeu um átomo" (?) enquanto cozinhava e que água é "mais comumente conhecida como H20". Tipo, por favor...

Acho que se fosse só a protagonista eu teria aproveitado mais o livro, mas não. O par romântico também é o mesmo tipo de gênio. E a filha. E o cachorro (sim, o cachorro é super inteligente também e se comunica telepaticamente com um feto ou sei lá). As pessoas que assistem o programa também começam a usar termos científicos sem nenhuma razão ou necessidade só para a autora deixar claro que elas estão aprendendo alguma coisa. Até mesmo pessoas religiosas duvidam de suas fé porque claro, ciência e ciência precisa sempre estar brigando com religião. Tudo é escrito sem nenhuma entrelinha e depois explicado mais duas ou três vezes para ter certeza que o leitor não corre nenhum risco de fazer uma interpretação por conta própria.

Foi extremamente difícil acreditar na história. Toda vez que um tema importante aparecia era como se os personagens estivessem falando discursos ensaiados e não tendo conversas espontâneas. Situações completamente absurdas só existem e é esperado que as aceitamos. Em uma cena, Elizabeth, que trabalha há pouco tempo no programa e nunca tinha feito nada na TV antes, simplesmente deixa a plateia subir no palco e roubar partes do cenário porque ela "precisa de mais espaço". Não, ela não é demitida depois disso.

Foi mais difícil ainda acreditar que esse livro se passa nos anos 50/60. A escrita é super contemporânea, as linhas de pensamento são super contemporâneas, o programa por completo é literalmente impossível de existir na época (e hoje, esse programa nunca funcionaria, muito menos faria sucesso). Elizabeth não se involve com lutas feministas, ela só sabe magicamente todos os pontos que nos debatemos hoje, vê um comportamento sexista, fala para a pessoa que ela está tendo um comportamento sexista e é isso. Espera que toda a estrutura que a envolve mude porque ela disse e é assim que o mundo tem que funcionar. Boas mensagens empoderadoras e tudo mais, mas assim... Vazio. Completamente vazio.

Além da ciência e de discursos prontos, também tem um drama familiar envolvido que eu consegui gostar menos ainda. Elizabeth, no começo do livro, deixa extremamente claro que não quer viver na sombra do namorado famoso, que quer ter os méritos dela por conta própria. Aí chega na reta final do livro e o passado do namorado famoso se torna super importante e define o livro. O que aconteceu com não depender da associação com o Calvin para ser bem sucedida mesmo?

Bom, dito isso tudo e apesar dos pesares, eu gostei do cachorro gênio. Acho que a voz dele é a que foi mais bem narrada de todos os POVs. As estrelas são para ele, parabéns Six-Thirty (sim, o nome dele é 6:30, o horário, porque o casal de gênios não pode dar um nome normal para o cachorro, claro, eles são cientistas).

Amanda 19/03/2023

Perfeito
Comecei a ler esse livro achando que era mais uma história de casal e fiquei muito feliz é surpresa e ver que é muito, mas muito mais que isso. Todo mundo deveria ler, mas acho que pra mulheres ele é ainda mais especial. Tirando a parte em que a autora diz que se come temales no Brasil, o livro é perfeito.

Ju 01/03/2023

Meu coração está quentinho
O misto de coisas que eu senti lendo esse livro é sem igual. Elizabeth Zott é completamente espetacular e alguém que eu queria que existisse de verdade.

Cada um dos personagens sabe cativar e envolver a gente de uma maneira sem igual. Até pelo cachorro eu fiquei totalmente encantada. Eu ri, eu chorei, eu me emocionei, eu senti raiva. Eu só queria pegar a Mad no colo e abraçar uma criatura dessas tão inocente e inteligente. Eu queria ter uma longa conversa com a Elizabeth e estar em uma aula dela.

As voltas que às vezes a história dava ainda assim não me incomodaram porque a escrita é maravilhosa. Um livro brilhante.

Que livro, senhoras e senhores.

Stella 22/02/2023

É tudo que me prometeram? Não
Mas a protagonista é foda e eu dou graças a Deus de não viver nos anos 50

Aline 20/02/2023

Achei que seria um livro de romance mas a autora foi além, retratando a forma como as mulheres eram tratadas nos anos 50,60,70 com uma escrita simples e direta que faz com que o leitor veja o quanto precisamos melhorar

Bia 20/02/2023

Nunca mediana
?Once a research chemist, Elizabeth Zott was a woman with flawless skin and an unmistakable demeanor of someone who was not average and never would be.?

Foi uma história tão boa de acompanhar, valeu muito a pena o tempo. Tem uma escrita inteligente e bonita, só ficando um pouco denso com os termos químicos, o que não foi incômodo pra mim. Não é clichê, tudo fica conectado e os personagens são incríveis. Queria tanto que essa mulher fosse real e de certa forma ela é. Recomendo extremamente.

najma0 10/02/2023

É inovador e revolucionário? Não. Mas...
É uma obra de ficção contemporânea. Vendo por esse lado, uma grande parte do impacto da protagonista ser uma cientista obstinada na década de 60 pode se perder. É muito fácil escrever sobre uma sociedade do passado e soar revolucionária quando as ideias radicais que mulheres são pessoas e têm direitos já estão estabelecidas (geralmente).
Mas, acompanhando a Elizabeth Zott, é inacreditável o quanto eu acabei me apegando e torcendo muito por ela. A história é difícil de acompanhar em alguns momentos, é injusta, revoltante e triste. O livro aborda a opressão de mulheres em meados do século passado (especialmente no meio acadêmico).
A protagonista é muito dyva e tem uma filha que lia William Faulkner com 8 anos e um cachorro que ela ensinou quase mil palavras da língua inglesa. É um livro engraçadinho às vezes, pelo menos o humor me conquistou.

"Durante aquela meia hora, cria ali um lugar tão aconchegante tão reconfortante... tão capaz de reconstruir a sua fé na humanidade (a minha anda bem abalada nos últimos tempos) que não tem preço."

Não tem muita discussão de classe, muito menos de raça, mas é uma ficção feminista despretensiosa que me cativou bastante.
Fica aí a recomendação.

Marja 30/01/2023

Achei o começo devagar, mas depois me apaixonei pela história. Incrível hoje pensar em quão diferente a sociedade era nos anos 50, apesar de ter ainda muito o que mudar

Mariana Macabú 30/01/2023

Genial
Esse livro foi uma delícia de ser lido. Apesar de ter lidos alguns comentários de como a primeira parte foi lenta, eu não achei. Pra mim, o livro como um todo foi consistente e muito envolvente. A Elizabeth é uma mulher a frente do seu tempo e aqui acompanhamos todas as injustiças sofridas por ela e como ela lida com tudo de maneira muito resiliente (Elizabeth é meu ícone ??). Temos um inusitado cachorrinho compartilhando seus pensamentos em alguns capítulos e foi simplesmente fantástico. Recomendo bastante a leitura.

Flavia Pedroso 06/01/2023

Adorei a personagem principal, que apesar das adversidades sempre diz o que pensa e quer ser uma cientista por seu próprio mérito. Gostei da forma como a autora levanta a questão do sexismo no ambiente de trabalho.

stephmonnerat_ 19/08/2022

Comecei a ler esse livro depois de vê-lo ser indicado em ?similares a?? Marvelous Mrs. Maisel. Confesso que a princípio demorei um pouco para desenvolver a leitura, talvez porque não consegui empatizar com um personagem central, mas, depois que ele sai de cena, a história funcionou muito mais e fluiu muito melhor, ao meu ver. Ainda que passado nas décadas de 40 - 60, os questionamentos de Mrs. Zott continuam bem atuais. Amei muito a personalidade de Elizabeth e o quanto sua ingenuidade era capaz de deixar as pessoas constrangidas em diversas situações!