spoiler visualizarBellac2 09/05/2024
Um livro bem escrito e com personagens cativantes. Mas...
Uma questão de Química conta a história de Elizabeth Zott, uma mulher extremamente inteligente e obstinada a ganhar seu espaço na ciência, apesar dos impecilhos colocados por seus colegas de trabalho (homens e mulheres) que tentam a todo custo diminuí-la, seja por inveja ou por machismo, pois ela sabe quem é e o que quer e não aceita ser desrespeitada. Com isso, ela sofre muitos ataques sexuais, morais e fraudes.
Porém, ela encontra o amor e se permite ser amada quando o Dr. Calvis Evans entra em sua vida. Um cientista renomado, que tenta ajuda-lá de todas as formas possíveis, impedindo ataques do Dr. Donnati, chefe deles que tenta atrapalhar o crescimento dela e do seu estudo sobre Abiogênese.
Porém, o pior acontece, ele morre e a deixa grávida. A partir daí ela tenta se virar para sustentar a ela e sua filha, pois foi demitida por estar nessa condição.
Dedicando-se ao lar, a suas pesquisas e a culinária, sua vida dá uma reviravolta quando ela conhece Walter, o pai de Amanda, colega de sua filha Mad e que tem comido o almoço dela. A patir daí, precisando de dinheiro, ele a convense a apresentar um programa de tv "A hora do Jantar", e ela enfrentando todas as adversidades possíveis impostas pelos homens e costumes da época, torna o programa sua cara e rompe com os padrões "machistas", empoderando as mulheres a terem objetivos de vida, carreira e se sentirem inteligentes e capazes.
É uma história com muitas reviravoltas e vemos na vida de Zott os impactos que as ações de outras pessoas causaram em sua vida, como: a rejeição, a mentira, a aversão pela religião, a dificuldade de confiar e ser dependente. E os mesmos sentimentos são passados para Mad. Mas apesar de tudo, ela consegue formar uma pequena rede de apoio, após o falecimento de Calvin, que a ajudam a suportar as dificuldades. É uma bela história.
Tenho que dar destaque a ideia genial de colocar na vida dela um cachorro, o qual deu o nome de seis e meia. E o original do livro é que ela deu voz aos pensamentos do animal, que obviamente não fala, mas ama e protege a dona e a filha, aprende tudo que é ensinado e trás reflexões enriquecidoras ao texto. Sensacional!
Mas apesar de todas essas qualidades, mesmo sabendo que os cientistas de fato refutam a existência de Deus, a autora deixou a desejar ao por um personagem pastor que é condescendente com a incredulidade dela e de sua filha. De fato os cientistas não se dão o trabalho de conhecer a palavra de Deus, pq só confiam em si mesmo e nas descobertas que conseguem comprovar ou refutar com evidências. Eles não sabem ser dependentes e isso é algo que nós cristãos precisamos ser. Dependentes de Deus, pois ele sabe o melhor pra nós e nos ama. E claramente Elizabeth, com as frustrações que a vida trouxe a ela e o mal exemplo dos pais, criou aversão a religião e nunca foi amada, até encontrar Evans. Tendo um vazio dentro de si, que só Cristo pode oculpar. Faltou conhecimento mais aprofundado do evangelho. Mas a intenção era essa mesmo, ter um pastor permissivo e não que confrontasse o pecado e fazer uma crítica a igreja católica.
Inclusive a autora foi contraditória em algumas falas com relação a religião que não posso escrever pq já é muito spoiler. Mas resumindo, as pessoas querem culpar Deus por algumas coisas que aconteceram em sua vida, mas esquecem de que a responsabilidade é totalmente do homem. Deus nos deu o livre árbitro e cabe ao homem escolher o caminho que quer seguir, fazer o bem ou o mal! E muitos usam do evangelho para tirar vantagem e se esconder! E eles pagarão por isso. Lembrem-se sempre, Deus ama o homem, mas odeia o pecado!