Maisa @porqueleio 16/12/2022Resenha / Nós Somos Inevitáveis /@porqueleioAaron não está bem. Os livros sempre foram seu refúgio, a possibilidade de viver tantas coisas. Dono de uma livraria, vive com o pai, sem a mãe e o irmão. E isso dói tanto, que sua fé no poder dos livros arrefeceu.
Com os negócios indo mal, numa cidade que parece também ter perdido o amor pelos livros, não vê outra saída que não vender o negócio da família. Até encontrar um grupo improvável de amigos...
Primeiro Chad, um conhecido da época do colégio que agora é cadeirante. Como a livraria não tem acessibilidade, um grupo de lenhadores aposentados, vendo a dificuldade de Chad para entrar, resolvem entrar em cena. Como se fosse pouco, Hannah, uma musicista, aparece e coloca todas as certezas de Aaron por terra. Muitas coisas acabam sendo inevitáveis na vida dele.
Foi difícil me conectar ao Aaron. Ele vive o luto tão intensamente, que tudo ao seu redor se torna cinza. Ele sente muita raiva, rancor e tristeza. Mesmo entendendo sua dor, me pareceu em alguns momentos birra de menino. Faltou diálogo.
Mas, Chad e os lenhadores, além do pai de Aaron, Ira, fazem tudo! E as referências literárias? Estão espalhadas por todo o livro, e a autora ainda fez a gentileza de listá-los ao final.
Como se fosse pouco, Hannah tomou uma atitude tão surpreendente, que me conquistou – lá pelo segundo tempo, já que aparece pouco no início. Que autoestima tem essa mulher!
Enfim, ao final, a autora explica a negação em que Aaron se encontra, e diz que ele fala tanta bobagem, porque é alguém que precisava de ajuda – e de amadurecimento. O luto pode ser uma nuvem carregada que torna impossível enxergar o arco-íris, mas ele está lá, só esperando que se esteja pronto para admirar a beleza.
Se eu indico? Sim, porque são muitos livros, muitos discos, e muito aprendizado!
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