chxsenoir 24/10/2023
O livro que eu queria ter lido aos 16
Preciso confessar que quando me deparei com esse livro, o que mais me atraiu até ele foram as referências e as inspirações. Não sou a maior fã de filmes e séries de terror, embora eu tenha um apreço a parte por sobrenaturalismo e histórias que não conseguimos explicar de maneira lógica, tudo isso muda quando é colocado em páginas de um livro, e pra mim, OQENS também é sobre isso.
Os elementos sobrenaturais e o suspense inseridos no texto são muito bem calculados e construídos com cuidado, e enquanto a leitura avança, você se surpreende mesmo já tendo uma leve noção do que esperar (afinal, tem um glossário de fantasmas logo no início, e essa é uma das minhas partes favoritas também).
Quero dar um destaque especial aos quatro protagonistas (okay, oficialmente são duas, mas tudo o que acontece ali não aconteceria sem Sofia e Constantino).
A começar por esses dois, que são o exemplo perfeito de que fantasmas já foram humanos, e de que morrer não anula a dor que sentem. Embora Constantino parecesse um fantasma menos ameaçador, é evidente que ele ainda carrega a dor de quando era vivo e do modo como se foi; por outro lado, Sofia carrega sua dor em forma de loucura, um sofrimento grande de quem quer voltar a viver mesmo que seja uma vida desconhecida.
Agora, sobre Samanta e Thalia (com quem eu mais me identifiquei por sinal), que carregam tantos traumas para a pouca idade e que lutam todo dia para sobreviver apesar deles, quem poderia ser mais humano do que elas? Sei que o romance que nasceu ali pode parecer apressado pra alguns, mas elas são jovens, e estão vivas, e quem nunca se apaixonou com tanta intensidade durante seus 16 ou 17 anos?
A escrita é fluida e tornou a leitura fácil de entender, além disso, ela também te instiga a continuar lendo pra descobrir o que ainda vai acontecer, te faz esperar por momentos específicos de tensão extrema ou de resoluções que chegam na hora certa, passei pelo menos três madrugadas lendo pra poder acabar e ter tempo pra escrever essa resenha, e confesso que até chorei um pouco. Alguns fantasmas sempre vão estar com a gente, mas merecemos finais felizes apesar deles.