Jardim de histórias 04/05/2024
"Um bom livro é um livro que lamentamos ter que terminar"
Pensem em um romance policial bem robusto, com um potencial de fazer o leitor se envolver totalmente com os personagens, com a investigação, etc. Esse é o caso Alaska Sanders do autor Joël Dicker.
Uma história investigativa ficcional, mas com componentes que criam um clima de história real, devido à forma de escrever do autor, que consegue criar uma conexão impressionante, com personagens cheios de características, em uma ambientação impecável, que certamente fará com que o leitor ao findar esse thriller, fique totalmente sem palavras.
Um assassinato em uma cidade pequena dos Estados Unidos, alguns suspeitos, alguns motivos aparentes. Ingredientes fundamentais para uma novela clichê, porém o autor, mestre das reviravoltas, consegue te envolver de uma forma, que praticamente, nos dará vontade de auxiliar nas investigações e certamente, avançar a cada capítulo, atordoado pelo conceito de crime perfeito, que segundo o contexto criado pelo autor, "o crime perfeito é aquele o qual os elementos são criados para despistar sistematicamente, os meios investigativos, tornando o verdadeiro algoz totalmente invisível". E é justamente o que Joël Dicker consegue perfeitamente fazer, trazendo como poucos, o clima de surpresa e imprevisibilidade.
O livro é incrivelmente fluido, com várias referências às outras obras do autor, até porque temos o retorno de Marcus Goldman e Perry Gahalowood, para quem não conhece, são os personagens principais do fantástico livro: A verdade sobre o caso Harry Quebert, que até virou série televisiva. O livro não é uma trilogia, cuja se faça necessário a leitura da obra citada, a história de Alaska Sanders é totalmente independente, porém, para quem leu O livro dos Baltimore e A verdade sobre o caso Harry Quebert, livros citados, podem sim contribuir para que, o caso Alaska Sanders, ganhe mais profundidade, no que se refere aos personagens e seus dramas pessoais. É possível ler o caso Alaska Sanders sem ter lido os outros? Sim, mas, caso não tenham lido, vocês não sabem o que estão perdendo.
O ponto fraco é porque o livro acaba, deixando um gostinho de quero mais. Já o ponto positivo é que a cada obra do autor é perceptível uma evolução literária, tornando suas obras maravilhosas. Porém, nada supera o livro dos Baltimore, que na minha humilde opinião é a melhor obra do autor.
"Um bom livro não se mede somente pelas últimas palavras, e sim pelo efeito coletivo de todas as palavras que as precedem. Cerca de meio segundo após terminar a leitura e ler a última palavra, o leitor deve se sentir invadido por uma sensação avassaladora. Deverá admirar a capa e sorrir, com uma ponta de tristeza, pela saudade que sentirá de todos os personagens".
Ass: Joël Dicker???