Maria19642 16/03/2024
A mulher insignificante mais significante para a literatura brasileira
Ler Macabéa, Flor de Mulungu, é voltar para dois anos atrás, quando eu conheci pela primeira vez a história de Macabéa, a não estrela, e fiquei triste não apenas com o seu final, mas também com o seu início. O Apostólo Paulo descreve, em uma das suas cartas, os mártires cristãos como: "homens, os quais o mundo não era digno", pois bem, Macabéa era a mulher, a qual a literatura brasileira não era digna. Sozinha demais, triste demais. Não é a toa que o Rodrigo S.M. se deixa perder.
Conceição Evaristo, porém, viu naquela mulher solitária algo além de tristeza, a esperança. Dizem que esses dois sentimentos andam juntos e, até certo ponto, eu acredito nessa teoria. A Macabéa Conceição não é uma vítima, é uma mulher e tem vida, história e tem a capacidade de escolher.
Eu amei essa leitura, porque eu amei a primeira Macabéa e, de todo o meu coração, gostaria que Clarice pudesse ler o que Conceição escreveu. Tenho certeza de que teria gostado dessa nova versão da sua heroína. Enfim, uma pergunta: Macabéa é aqui revista ou, apenas, continuada?