Uma Paixão Simples

Uma Paixão Simples Annie Ernaux




Resenhas - Uma Paixão Simples


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Sarah 22/01/2024

"Medi o tempo de outra maneira, com o corpo todo."
Neste relato autobiográfico mergulhamos nas memórias e sensações de uma mulher que sofre de paixão. Estar apaixonado é, na maioria das vezes, oscilar entre êxtase e dor. Na condição de amante, como vem a ser o caso aqui, estar apaixonado é dor com pitadas de uma felicidade precária, efêmera e clandestina.

Se renunciarmos à tentação do julgamento que pode surgir por parte de nós leitores, adentraremos num dossiê do que é que poder ser sentir paixão. A autora se abdicou do sentimento de culpa para que pudesse trazer essa experiência com a maior sinceridade.
Sendo assim, com uma honestidade desconcertante, Annie expõe e desvenda a pungência de desse sentimento que, como um furacão, passa por cima de tudo aquilo que era essencial até então, muda o foco, muda as prioridades, atropela o senso de amor-próprio e dignidade de que se deveria ter. Assim ela descreve: "Descobri do que podemos ser capazes, ou seja, de tudo. Desejos sublimes ou mortais, ausência de dignidade, comportamentos que achava insensatos nos outros porque nunca me tinha acontecido recorrer a eles."

Acredito que todos aqueles que já tiveram a sorte de se apaixonar algum dia irão se identificar em alguma medida com esse relato.

Livro curto, com narrativa fluída, deliciosa e daquelas que ficam com a gente.

Obs: Recomendo também a adaptação cinematográfica, que foi inclusive o meu primeiro contato com essa narrativa.
Sol 62 24/02/2024minha estante
Qual o nome do filme?


Sarah 26/02/2024minha estante
Oi Sol! O filme se chama Pura Paixão. Está disponível na Netflix


Sol 62 26/02/2024minha estante
Obrigada Sarah!


Sarah 26/02/2024minha estante
Por nada!




aline 03/04/2024

Pensando pensamentos pensantes
Nunca serei tão honesta, louca e hiperbólica quanto annie, na medida em que a ficção imita a vida da autora aqui. mas é verdade que também espero por um homem, me visto para que ele veja, durmo fazendo planos onde ele invariavelmente figura. falo isso com uma certa vergonha, que me pegou durante todo o texto. dela, de mim e dessa identificação. pois essa mulher piegas não parece em nada a mulher insubmissa e sofisticada que me esforço pra ser desde menina. é como se eu a traísse. no entanto, foi libertador descobrir que essas duas faces não se excluem. e que é um privilégio amar desmedidamente. uma espécie dádiva invertida também. tenho sorte.
Iza.Boia 03/04/2024minha estante
Amg q texto é esse??? Amei


aline 04/04/2024minha estante
?


Vitoria Maria 05/04/2024minha estante
Dps de ler isso já quero ler o livro tbm aaaa




mallulândia 23/12/2023

"o homem que amamos é um estranho"
Sou uma mulher mesquinha, e, com toda a sinceridade do mundo, não queria escrever uma resenha sobre este livro. Em verdade, o mero pensamento de outra pessoa lendo este livro (sendo minha conhecida ou não) é o suficiente para me encher de uma raiva infantil e profunda. Mas, este livro foi a melhor leitura do meu 2023, mesmo que tenha sido feita entre os dias vinte e dois e vinte e três de dezembro, mesmo que eu tenha lido outros livros encantadores ao longo do ano; "Uma Paixão Simples", da Annie Ernaux foi de longe a estrela mais brilhante. Assim, adianto, esta resenha é sobre mim e o que este livro me evocou, não fala muito sobre o livro em si, mas muito sobre mim e sobre Annie (que nesse ponto, já considero quase uma amiga)

Annie e eu temos alguns pontos de semelhança; somos duas mulheres brancas, heterossexuais, apaixonadas por homens (enquanto o homem dela, o A., é loiro, o meu é moreno, mas isso são detalhes). Annie passa o livro todo descrevendo a espera, o desejo, o cuidado e a sensibilidade da mulher apaixonada. E isso é um fato que confirmo e assino embaixo; a ideia de me maquiar para que ele veja, me vestir com cores para que ele repare, coisas assim. A mulher apaixonada por um homem é assim. Bem, nem todas as mulheres, apenas as mais loucas, obsessivas e poéticas, como Annie e eu.

Annie e eu vemos e vivemos a vida pensando nos homens que amamos. As coisas são meros intervalos entre um telefonema e outro, entre um encontro e outro, entre uma comunicação e outra, etc. E a priori, a ideia de que a minha vida tinha se transformado nisso quando me descobri apaixonada me foi terrível. Quis me matar. Como seria possível uma mulher independente como eu, emancipada como eu, viver a vida assim? Acontece que, o que este livro me mostrou é que estes dois fatos são distintos e não são mutuamente exclusivos. Ainda vivo a minha vida, faço coisas, sou excelente nas coisas, sou uma intelectualóide emancipada e mesmo assim, me apaixonei por um homem.

Um homem que, como o homem de Annie e como todos os homens do mundo, é um estranho. Sim, é fato, todos os homens que amamos são estranhos. Ela mesma diz isso. Os nossos homens não pensam e nós da forma que pensamos neles; eles não se vestem pensando em nós, não veem a vida pensando em nós, e definitivamente não pensam nos fatos como um mero interlúdio entre um momento conosco e outro. Isso tudo porque eles jamais foram socializados como mulheres.

Esses fatos antes muito me assombravam. Na minha cabeça de criança, existiam homens como os homens dos livros, que a todo tempo pensariam em mim, viveriam em minha função, etc. Homens assim não existem, não de verdade. A sociedade faz questão disso. Por isso que este livro me foi tão espetacular, tão essencial. Como Annie mesmo disse: "eu tinha mais sorte do que ele."

É verdade. Eu tenho mais sorte que o homem que eu amo. Eu posso viver a vida numa bela expectativa, num belo sonho, num breve interlúdio entre um encontro e outro. Ele não pode fazer isso. Ele não pode ver a vida nos mesmos tons de cor de rosa que eu vejo. Por isso, tenho mais sorte do que ele.

E a sorte é maior ainda porque eu sei que um dia, quando a minha paixão por ele acabar, viverei a vida lembrando dela, a todos os cantos, até outra me aparecer, e tudo recomeçar.
Sol 62 24/02/2024minha estante
Que resenha!!!! Parabéns!




Bebel.Aroeira 20/08/2023

Meu primeiro contato com a literatura honesta e realista de Annie Ernaux, esse pequeno romance discorre sobre o entregar-se a uma paixão através de um caso entre uma mulher madura e bem sucedida e um homem casado
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Nati 29/08/2023

Apesar de gostar da escrita da autora, muito íntima, direta e despida de qualquer pudor, a obra em si não me despertou tanto interesse quanto imaginava.

A história é realmente simples, o caso de uma mulher com um homem casado. Mas são as nuances, os sentimentos e pensamentos da narradora que interessam. Nem o homem em si é um personagem que interessa: e sim o espaço que ocupa na vida e na mente da autora. Já ela nada recebe. Não há lugar para ela, e seu existir está limitado a um par de horas quando é chamada através de subterfúgios.

O início é logo impactante e nada e é escondido de nós. Eu compreendo porque aqui não existe uma dimensão de história linear mas uma profusão de sentimentos, sentidos, objetos, pensamentos dispersos. Mas admito que o que me faz não amar a história foi o desenvolvimento em si. O final também me pareceu descolado de todo o contexto da obra com um desfecho simplório e em nada coerente com o restante da obra.

Não achei ruim, mas não achei tão bom quanto imaginava . Mas acredito que vale a pena conhecer mais coisas da autora.
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Adélia 03/09/2023

Annie Ernaux tem uma escrita que gosto muito, sempre de uma honestidade que pode até assustar o leitor. Neste romance curto ela tenta expressar os sentimentos de uma paixão arrebatadora, um sentimento complexo por si só, com o agravante dela ser uma mulher mais velha e já divorciada e com filhos, tendo um caso com um homem casado mais novo. Acho seus livros interessantíssimos por estarem sempre à frente de seu tempo, como mulher independente e segura de suas ações e sentimentos.
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oipedro 29/09/2023

A paixão como arrebatamento
Cada leitura nova que faço dos livros da Ernaux, mais me sinto convocado pela letra e pela forma de escrever. É impossível esquecer um amor, este se inscreve a partir do vazio, é impossível esquecer essas rasuras deixadas. O livro Paixão Simples é a tentativa de escrever com essas rasuras, com isso que sobra.
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Daniella.Mancino 12/11/2023

Um conto da autora
Nesse conto, a autora relata uma paixão avassaladora e fugaz. Talvez por ser impossível. Seguindo o mesmo traço dos seus outros livros.
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isa :-) 17/12/2023

Como pode alguém escrever exatamente oq eu senti. um amor confuso, uma paixão simples.

" Transformei, simplesmente, em palavras ? que ele não vai ler, sem dúvida, que não lhe são destinadas ? aquilo que a sua existência, só por si, me trouxe. Uma espécie de dádiva invertida. "

caralhooooo annie ernaux!!!!!!!!!!!!
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Sophia.Campos 17/05/2024

Um amor nada simples?
Cai de paraquedas nesse livro. Sempre quis conhecer o trabalho dessa autora e estava precisando de um livro curto para voltar ao ritmo de leitura então depois de ver uma recomendação em redes sociais, dei uma chance.

Que experiência. Esse amor de simples não tem nada, na verdade nenhum amor é. Gostei muito como ela viveu intensamente tudo o que estava sentindo e assumiu pensamentos que muita gente já teve, mas se envergonha de admitir.

Gostei bastante do final, acho que a história foi fechada perfeitamente. Adorei a visão dela sobre algumas coisas.

Uma leitura curta e intensa, com certeza vou atrás de outras obras da autora.
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Duda Garcia 31/12/2023

Último do ano
Como me viciei na obra, escolhi esse livrinho dela pra finalizar o ano! Mais um tema polêmico da gata.
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yasm1m_ 01/01/2024

Impressionante
"Não conto a história de uma ligação, não conto uma história [...] com uma cronologia precisa [...] ou aproximativa [...]. Não há disso nesta relação, porque eu só tive presença ou ausência."

Esse pequeno livro me fez refletir muito sobre o labirinto obscuro que é amar alguém. Em um relato cru e singelo, a autora narra suas ações e pensamentos em relação a uma paixão fora de controle, mas que, ao mesmo tempo, muda naturalmente com o decorrer dos dias, meses, anos. Acredito que é necessária uma coragem extrema para se abrir tanto em um livro, a sinceridade e transparência da autora é dolorosa e desconcertante, levando-me a uma reflexão que eu nem sabia que precisava fazer sobre mim e sobre o outro. Recomendo muito.
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collereading 10/01/2024

3,5 ?
"A partir do mês de setembro do ano passado, não fiz mais nada a não ser esperar um homem: esperar que ele me telefonasse e que viesse a minha casa."
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