Pâm Possani 02/10/2021Eu gostei demais!Vou contar pra vocês: quando vi o livro disponível no netgalley, não pensei duas vezes! Irmã Brontë, clássico e que eu sempre ouvi falar e estava ouvindo ainda mais? Não podia deixar de conferir. Mas aí eu me peguei pensando e puf! Comecei a ler. As leituras de clássicos confesso, nunca são leituras rápidas pra mim: linguagem um pouco mais rebuscada que o comum, tento entender um pouco da época e sempre me traz palavras novas. E ao mesmo tempo? Sempre são histórias que me trazem lições e eu aprendo muito com a época, os costumes... Analiso como algumas coisas se foram e outras continuam bem aqui. E levo pra vida, sabe? Sempre são leituras que me marcam de alguma forma.
Com a inquilina isso não aconteceu de forma diferente. Em uma narrativa epistolar, isto é, em formato de cartas, vamos conhecer a nova inquilina da mansão Wildfell Hall através de Gilbert Markham: uma mulher misteriosa, que chegou com seu filho, mas sem um marido. Todo mundo está curioso sobre essa nova inquilina da mansão e talvez ela não seja o que todo mundo imaginou de início. Gilbert se vê cada vez mais curioso e interessado nessa mulher e a sua curiosidade, o leva se aproximar, aos poucos, e talvez descobrir coisas das quais não estava esperando.
A inquilina de Wildfell Hall é uma obra primorosa e mostra a escrita da Anne Brontë em uma ótima fase. Eu nunca tinha lido nada da autora e só ouvido falar bastante de Charlotte e Emily, porém devo dizer que foi CADA TAPA NA CARA! Gosto como ela diz que um livro é bem escrito e considerado bom independente do sexo do autor ou autora, acusa o casamento e como a mulher era diminuída (e ainda é, né? muitas vezes) dentro desse relacionamento. Gostei muito das construções, dos tapas que a Helen dá nos egos das pessoas e como ela é uma mulher forte em meio a uma sociedade tão retrógrada, muitas vezes.
Essa edição da Penguin está um verdadeiro capricho: tem um texto de apoio no início do livro, assim como todo livro da editora, o que ajuda a ambientar e entender um pouco da história e também do momento da escrita e como impactou a vida da autora e dos personagens. De uma forma magistral, Anne deveria sim ser mais lembrada nas indicações porque trouxe aqui temas que poderiam ser considerados polêmicos para a época como divórcio, importância do casamento e do papel da mulher na sociedade.
Aquele clássico que vale muito ter!