Zus 03/06/2024
Profundidade! Dualidade!
Hibisco Roxo é uma leitura importante que desperta muitas emoções. Faz com que o leitor sinta raiva, medo, tristeza e pequenos lapsos de calmaria. No entanto, ao mesmo tempo, é tão melancólica que às vezes não se quer terminar. Essa dualidade, na minha percepção, é um traço muito relevante e interessante para a construção da história, mostrando atenção aos detalhes.
O livro é desenvolvido de uma forma que consegue abordar muitos aspectos complexos simultaneamente, mesmo tendo um tema central claro. Entretanto, ele exige muito da capacidade de interpretação do leitor para que se possa captar as diversas críticas presentes, sem se limitar apenas à principal. Essa característica me agrada muito. Embora possa ser argumentado que esse estilo de escrita faz com que as intenções completas da autora não sejam necessariamente alcançadas devido ao seu caminho mais indireto, isso me faz admirar e identificar uma profundidade que deixa a leitura mais realista e rica.
Além disso, um fator que explora a capacidade de complexidade do livro é a protagonista ter uma ingenuidade extremamente aguçada. Ela consome muita da energia do leitor ao longo da obra por não ter noção de muitas coisas que acontecem, e a falta de dimensão dela te faz refletir ainda mais sobre os acontecimentos, já que você precisa identificá-los e julgá-los por conta própria. São poucas as vezes em que as pautas são explicitamente abordadas.
Os personagens são bem desenvolvidos, mas, se fosse para adicionar uma crítica, diria que algumas personagens e algumas relações entre eles poderiam ser melhor trabalhadas.
Por fim, esta leitura foi relevante para mim. É interessante navegar pela história e realmente emociona, mas acredito que não a leria novamente. É uma obra para absorver o conteúdo e seguir em frente.