BARATA, O ALIMENTO

BARATA, O ALIMENTO Elieser E Borba




Resenhas - BARATA, O ALIMENTO


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Luana Fuzzo 07/05/2024

5/5
Segundo livro que leio do mesmo autor e, assim como o primeiro, gostei muito da leitura deste último.

Coincidentemente, finalizei a leitura em meio ao caos do Rio Grande do Sul, também um desastre da Mãe Natureza.

Apesar da narrativa (ainda) ser tratada como ficção, é um assunto que merece a devida reflexão e atenção. Afinal, até quando a Terra aguentará os abusos descontrolados e desenfreados da ação humana?

Livro intenso, que traz à tona discussões ambientais, políticas e raciais.

Livro muito bom, merecedor de 5 estrelas!
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Lari @larissasantosrn 15/08/2023

Críticas sociais indispensáveis
Curti muito a leitura do livro, leve e ao mesmo tempo reflexivo. Nunca imaginei ler um livro assim, pra mim foi fora da minha zona de conforto, mas que bom que li o livro.
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Abduzindolivros 19/07/2021

Talvez só se alcance justiça nivelando os humanos por baixo
O quanto eu me surpreendi com esse livro, não consigo nem explicar. Forte, genial. Baita crítica social f*da, sem afetação, sem demagogia.

O final foi para explodir a cabeça, e fazer pensar sobre uma questão que muitos de nós (eu, sem dúvida) nunca vamos sentir na pele. Foi catártico, mas se você, leitor, assim como eu for parecido com Marcel (se ler, vai entender o que exatamente eu tô querendo dizer) vai ficar incomodado.

Faça algo com seu incômodo, ele provoca mudança e compreensão sobre um assunto que demanda um posicionamento urgente, e real, sem enganação ou fingimento. Não vou citar o que é para não dar spoiler ?, então corra, e leia.

Recomendo fortemente, e certamente irei reler.
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Aryane 13/04/2021

Perfeita alegoria da sociedade atual
Barata, o alimento é um livro surpreendente. Como o autor leu os diversos trabalhos de George Orwell, tendo forte inspiração em obras como A revolução dos bichos e 1984, percebemos que a obra se trata de um livro com um futuro distópico, no qual o único alimento viável aos seres humanos, são as baratas.
Todos os acontecimentos no livro são desdobramentos desta condição à sobrevivência humana, gerando cenas cada vez mais escatológicas. Cenas que não buscam apenas chocar o leitor, mas despertá-lo para reflexões mais profundas.
Recomendo a leitura para fãs de distopias e também para todos que queiram apreciar uma boa literatura brasileira.
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Renata 27/10/2020

Genial!
Uma conversa sobre a humanidade

Você “desperta” de um sonho estranho, e por meio de um noticiário descobre que o mundo agora se alimenta de baratas. Os mercados, restaurantes mudaram seus cardápios, agora substituídos por baratas congeladas, desidratadas, empanadas e criadas em viveiros. Os humanos tiveram que se adaptar incluindo você, suas aparências não eram nada agradáveis – palidez, abaladas tanto fisicamente quanto emocionalmente, doenças – e o número de morte por escassez de alimento cada vez aumenta.

Pela sobrevivência tivemos que ser frios, sobreviver a caça, pescaria de baratas do mar, iscas de restos humanos ou animais, as classes sociais mais baixas ainda sofriam e se viravam para comer, aqueles que ainda tinham riquezas se aproveitavam de seus privilégios e ostentavam com suas imensas quantidades de baratas.

A ganância pelo poder liderada pelo Mal, acarretou na liberaçaõ de um gás nocivo – invisível, insípido, indolor e inodoro – provocando o envenenamento de todos os organismos viventes, animais e plantas. Humanos foram mortos a cada dia por ingerir alimentos infectados, todos vítimas de uma catástrofe que colocava em risco o futuro de uma humanidade.

Os números de doenças aumentaram. Depressões, inúmeros suicídios e a escassez de baratas. Tornando uma luta pela sobrevivência e sanidade, casamentos “.. na saúde e na doença” rompidos, esgotos vistos para alguns de nós como uma forma de trabalho ou um lar. Pessoas escolhidas a dedo para sobreviverem, castradas e ameaçadas a pena de morte, o racismo e a ignorância dos homens mesmo em tempos tão cruéis não eram escondidas a faces. A fofoca ainda era entretenimento, as fraquezas e feridas rasgadas sem dó.

Percebemos a quantidade imensa de lixos, o desmatamentos, as queimadas vistas como nada em nossa sociedade atual. Toda tecnologia que servia para entreter os Presente – pessoas – foram esquecidas pela esperança de acordar mais um dia, de não morrer de fome. Eles tinham esperanças de uma cura, de uma nação mais justa e que o peso de ser negro na balança racial fosse igualitária.

Pela primeira vez, não sei como escolher um adjetivo de qualidade para a narrativa de um livro. A sensatez e inteligência do autor Elieser Eborba é impressionante. Como ele soube desenvolver fatos tão conectados a nossa sociedade atual, as críticas, o posicionamento aos governos, realidade de tantos negros e pobres. Populações morrendo de fome, trabalhadores que vivem em situações desiguais de salários. Tudo em um só contexto.

Leiam essa obra, e conheçam a escrita do Elieser e como a obra te remete a inúmeras visões. É uma honra acompanhar, um grande escritor da literatura Brasileira – rs – essa obra é uma ficção e submete você a uma reflexão.

site: https://www.instagram.com/p/CFj4roNjWaG/
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Louise 24/10/2020

Visceralmente necessário

Baratas, subordem de insetos. Sua existência é quase tão antiga quando a da própria Terra, sendo altamente resistentes. Diz-se que, caso um possível apocalipse aconteça e a raça humana seja extinta, as baratas continuarão vagando mundo afora. São consideradas pragas urbanas, e podem ser vetores de bactérias, fungos, vírus entre outros, portanto, a aversão – ou até mesmo medo – a baratas é algo comum.

Imagine se o tão falado apocalipse de fato aconteça, e toda comida está agora contaminada, exceto um único tipo de inseto. Isso mesmo. Você pode escolher entre definhar de fome ou....começar a caçar baratas para viver.

Este é a pavorosa e repulsiva realidade de Barata, O Alimento.

Marcel acorda em uma nova realidade. Ele não consegue interagir com pessoas ou objetos, as ruas estão mais vazias, as pessoas que ali vivem – os Presentes - parecem mais abatidas do que de costume, como se estivessem doentes. E a única coisa comestível são baratas. Empanadas, fritas, congeladas ou até mesmo vivas, são agora o único alimento comercializado nos estabelecimentos.
Tentando entender o que acontece, Marcel encontra Angie, uma moça que está na mesma situação que ele: Não consegue interagir com as pessoas que agora comem baratas para viver. Angie diz que eles são chamados de Despertos, apenas assistem aos acontecimentos, sem interferir. Não sentem fome, frio, sono ou tristeza igual aos Presentes restantes.
Nada, seja de origem animal ou vegetal, é agora próprio para consumo, exceto baratas. Vemos pessoas nas ruas caçando em bueiros, morrendo pela falta de comida e pelas doenças que as baratas comuns transmitem ao serem ingeridas. Quando alguém morre, seu corpo é utilizado como isca para atrair esses seres outrora nojentos. A desesperança é grande, e a fome e o desespero são maiores ainda.

O governo, fingindo cuidar de seu povo, adota uma série de medidas absurdamente restritivas e ditatoriais, piorando cada vez mais uma qualidade de vida que já era péssima. Além de lidarem com um alimento escabroso, precisam sobreviver a líderes genocidas, que disfarçam seus discursos com boas intenções.

Muito mais do que apenas uma distopia caótica (e bem realista, na verdade), temos críticas viscerais extremamente condizentes com o período atual. Mesmo com a narrativa intensa, a escrita de E.E. Borba é didática, conseguindo exemplificar situações cotidianas mesmo em um cenário absurdo e propositalmente impactante desses. Mostra como ignoramos e maltratamos a natureza sem pensar nas consequências futuras, o quanto nos importamos com consumo desenfreado e não valorizamos atos e sim status, o racismo velado que, silenciosamente e aos poucos se torna uma segregação de raças, a conivência com atitudes que deveriam ser consideradas inconcebíveis. E, é claro, o quanto os políticos estão 100% nem aí com a população em geral, se importando apenas com poder e seus próprios desejos, causando muito mais o “Mal” do que percebemos. Para os governantes, somos apenas gado, e quanto menos pensarmos e mais seguirmos ordens, melhor. O impacto inicial que a situação causa é um chamariz para questões muito mais profundas. Pessoas em situações deploráveis, a normalização de atitudes e falas autocráticas, o desprezo racial, a classe alta e poderosa tirando vantagem...não é preciso acontecer uma situação desesperadora dessas para observarmos tais coisas. Está acontecendo agora mesmo.

Barata, O Alimento traz reflexões profundas sobre o modo que agimos e escolhas que fazemos, tanto no âmbito pessoal quanto, especialmente, no social. A mensagem é bem clara: Se não tomarmos cuidado, se não resistirmos e reagirmos, este futuro pode não ser tão fantasioso e distante assim.

O livro Barata, O Alimento fez sua estréia no VIII Festival Cultural do Brasil em Viena, que ocorreu entre os dias 25 e 27 de setembro.
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@Meuslivroseleiturass 15/10/2020

Gostei muito!!
Como seria se de uma hora para outra, o único item que pode ser utilizado para alimentação fossem baratas?
Já se fez essa pergunta? Tenho quase certeza que, assim como eu, vocês nunca tenham feito, até ter conhecimento desse livro haha! Uma premissa diferente, mas que, até por isso, a capa chamou minha atenção e quis conhecer a sinopse ou alguma resenha. Depois disso, veio um grande interesse em conhecer o livro.

Uma leitura muito interessante! Vi uma entrevista do autor antes de ler, então estava um pouco ambientado sobre como seria o ?contexto? da história, mas mesmo assim, me surpreendeu positivamente. Contada de forma a prender totalmente a atenção e o interesse do leitor, apresentando personagens e conceitos de maneira bem fácil de compreender e possibilidando a visualização das situações e ambientes. Depois de lido, você lembra das cenas como se fossem de um filme, pois são bem detalhadas, porém, sem tornar a leitura maçante, digamos, que dá todos os detalhes necessários pra uma imersão super bacana na leitura na medida certa.

Sobre a história em si, ótima. Uma visão que soa bem realista de como as coisas decorreriam em uma situação semelhante, no mundo real, mostrando como se organizariam os sobreviventes, cada grupo, os diferentes tipos de pessoas que se juntariam formando diversos grupos, o governo montando formas de subjugar os mais fracos, cada região com seus interesses particulares em primeiro lugar e o povo como sempre, principalmente os desfavorecidos, ficando em segundo plano, a transformação de algumas pessoas em verdadeiros animais durante períodos de crise extrema, o desespero da situação, as tentativas de sobreviver mesmo assim, a luta de algumas pessoas por, ainda que, nesta situação manter a dignidade. Um livro bem forte e ao mesmo tempo muito divertido de se ler, com um contexto social bem relevante, mostrando o lado do racismo também, que se torna ainda mais latente numa situação extrema como a relatada no livro, onde vivenciamos uma gradativa degradação da sociedade como um todo, e junto com ela um aumento do individualismo, algo que podemos presenciar recentemente, inclusive (embora felizmente em um nível muuito mais baixo) nessa crise que ainda estamos enfrentando com o Corona Vírus, isso torna a leitura ainda mais atual e as situações ainda mais críveis.


Recomendo a leitura, muito, muito interessante.
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mimosliterarios1 02/10/2020

Uma reflexão atual e necessária! Surpreenda-se!
Acompanhamos Marcel e Angie a cada canto escuro e sombrio desse mundo em colapso total. Uma grande catástrofe assolou a Terra, que sucumbiu ao clima distópico e surreal: vidas dizimadas, inversão de valores e poderosos manipulando tudo ao seu belprazer.

Toda comida, seja de origem vegetal ou animal está contaminada e é mortal, só resta o único alimento: barata. Independente de sua classe social, só barata dá sobrevida.

Vemos o desespero, os absurdos em nome da "paz e ordem" cometidos descaradamente em prol da busca da cura ou da solução global, para situação degradante da humanidade.

Temos 2 grupos nesse mundo apocalíptico: os Despertos, que assistem a tudo, mas são invisíveis e os Presentes, que sobrevivem nessa nova realidade e tem viver na "normalidade".

O Mal governa com punhos de aço, numa grande ditadura, lançando decretos descabíveis em prol do bem-estar coletivo.

Confesso que fiquei perplexa como o livro nos transporta para uma realidade com a quantidade de reflexões que o autor nos propõe e todas as páginas são recheadas de críticas políticas e sociais cruas, diretas ao capitalismo, ao preconceito étnico-racial, a exclusão, o grito assombroso das minorias, à margem da sociedade, ao profundo dualismo que divide o homem do homem.

O autor nos presenteia com uma obra que reflete a nossa realidade e é assustador analisar como a humanidade está sob o poder de governos autocráticos, que através da opressão constroem uma sociedade impensável com a exploração do imbecil coletivo, banalização da violência, do ódio ao diferente, devastando a população ainda mais, massacrando e desumanizando.

O mais cruel, é que a sociedade reduzida a pó, aponta culpados, rotulando-os como impuros e descartáveis, assim ocorre um branqueamento social. Também exploram a natureza à exaustão, sem respeito à qualquer forma de vida, em prol da sobrevivência.

Uma grande reflexão filosófica!
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Joana235 28/09/2020

Muito bom!
Diferente de tudo o que eu já li: assim defino essa leitura... De repente, o mundo é invadido por criaturas horripilantes: as temidas baratas, que estão em todo lugar e acabam dividindo a sociedade, entre aqueles que são impassíveis e os que querem erradicá-las.
Com uma narrativa rápida e cheia de detalhes, o autor traz diversas críticas sociais que nos fazem refletir e pensar em nossas ações.

Mergilhe você também nesse universo inovador e surpreenda- se!
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