Aline 18/08/2022Escrita linda e cansativaSou amante de livros de não ficção e Eliane Brum é uma jornalista. Era para ser um casamento perfeito! Mas só que não.... O texto dela é sensível como o da também jornalista Svetlana Aleksiévitch (que eu amo!), ambas falam das coisas cotidianas de forma extraordinária, mas Eliane Brum tem uma escrita poética, que apesar de liiiinda, cansa!
Apesar da canseira, o livro provoca reflexões importantes. Por exemplo, antes de contar a história da menina Camila, de 10 anos, que pedia dinheiro no sinal, Eliane faz a incomoda descrição do motorista que ao ver a criança levanta o vidro e espera tensamente o sinal abrir. Eliane nós faz enxergar perfeitamente nosso papel como passivos observadores da miséria das crianças de rua. A história de Camila e de outras vidas que ninguém vê precisam ser contadas, conhecidas. Precisamos dessa provocação para criar empatia. Este é para mim o principal mérito do livro.