Helder 30/09/2020E não é que desta vez o Senhor Bryndza realmente me surpreendeu?E não é que desta vez o Senhor Bryndza realmente me surpreendeu?
Precisei chegar no sexto livro, com nossa Erika Foster entrando na menopausa, para ele conseguir criar uma história cheia de reviravoltas, e por mais que ele tire alguns coringas do bolso, para mim a conclusão da historia foi plausível e realmente surpreendente.
E gostei !
Segredos Mortais é o sexto e até agora último livro com a Detetive Erika Foster.
Os livros desta série são livros policiais. No começo Bryndza tinha uma fórmula que quase me afastou de seus livros, mas o terceiro livro conseguiu me surpreender com uma solução bem diferente.
Porém nos livros 2 , 4 e 5 da série, a gente logo conhece o assassino e a intenção do livro era sempre saber como Erika Foster chegaria até estes.
Acostumado com isso, segui lendo Segredos Mortais crente que mais uma vez Bryndza já tinha me contado quem era o assassino e esperando Erika chegar a mesma conclusão.
Porém...
Em Segredos Mortais, logo no primeiro capítulo assistimos ao brutal assassinato de Marissa Lewis por um homem com uma máscara de gás.
Ela é assassinada no próprio jardim de casa na véspera do Natal.
Erika, que esteve até pouco tempo envolvida no caso do livro anterior, não sabe, mas tem havido diversas queixas de pessoas que vem sendo atacadas por um homem com um sobretudo preto e uma máscara de gás. Este homem sufoca suas vítimas até quase morte enquanto se masturba e em alguns casos as ataca sexualmente, e sem nenhum grande padrão, já que ataca pessoas de ambos os sexos e de diversas idades.
Já Marissa era uma bela garota que usava seu corpo para conseguir diversos “favores”. A noite ela era bailarina em espetáculos burlescos, algo que acho que não temos por aqui, mas durante o dia ela trabalhava fazendo faxinas em algumas casas, onde acabou se envolvendo com os maridos das patroas e também como cuidadora de uma rica idosa. Sendo assim, ao começar a investigação nossa veterana detetive percebe que ela tinha diversos inimigos e seguindo por esta linha de investigação, ela demora a unir ambos os casos.
Mas quem é o homem da máscara de gás? E por que ele faz isso com as pessoas? E porque nem todas suas vítimas são assassinadas.
Desta vez Bryndiza criou uma estória muito bem amarrada e conseguiu levar o leitor para diversas conclusões aleatórias.
O mais legal é que ele usou o seu histórico padrão de narrativa para nos enganar. Ele deve ter lido resenhas de seus livros onde as pessoas citavam seus cacoetes e decidiu: Já que vocês esperam por A, eu vou guia-los até lá como sempre fiz, mas no final eu vou mostrar que a solução está em B.
E tenho que dizer que ele fez isso com maestria. É difícil de explicar como fui enganado, mas tenho que dizer que adorei.
Ao terminar a leitura, eu pensei que ele tinha sacaneado o leitor, pois tinha tirado algumas soluções do bolso na última hora, mas repensando o que li, vi que não foi tudo assim não.
Ele tinha sim plantado muitas pistas verdadeiras durante a estória e desta vez tenho que bater palmas para ele.
Erika Foster continua bronca como uma mulher das cavernas, mas desta vez ele fez algo que também nunca esperamos da personagem: deu um protagonismo maior para Moss, que também trouxe ótimos momentos para o livro, pois Moss já é nossa amiga.
Se você é fã de Erika Foster e já está acostumado com suas atitudes, tem tudo para gostar deste livro.
Se você nunca leu nenhum livro da série, este aqui traz alguns spoilers de livros anteriores, mas pode ser lido sem ter lido os anteriores, pois é um caso com início, meio e um super fim.
Parabéns Robert Bryndza!
Você escolheu uma boa maneira de nossa detetive entrar na menopausa, mas se por um acaso ela realmente decidir se aposentar, vai fazer isso com orgulho, pois desta vez ela pegou um peixão!