Juny K. 28/04/2011RESENHA: “A Escrava Isaura e o Vampiro ” (Jovane Nunes)Disponivel em: http://www.dear-book.net/2010/12/resenha-escrava-isaura-e-o-vampiro.html
Vocês já devem ter ouvido falar do clássico da literatura brasileira “A Escrava Isaura” do autor Bernardo Guimarães que até virou novela de sucesso na Globo. Agora esqueça todo o bom senso da história, insira elementos bizarros, vampiros e muito ironia por parte do autor.
Antes de conhecer essa versão é necessário saber mais sobre o clássico:
Sinopse do Clássico: Isaura é uma escrava branca, filha de um branco, ex-feitor da fazenda, e de uma escrava negra. Foi criada como se fosse uma filha abastada da senhora a quem servia. Há Leôncio, o único filho do Comendador Almeida, de caráter mesquinho e cruel. Acreditando que Isaura seja uma presa fácil para os seus caprichos, ele a persegue insistentemente. Isaura tenta superar a dor da perda de seu primeiro amor (Tobias) e, com a ajuda de amigos, foge da fazenda assumindo outra identidade, Elvira. Longe da maldade de Leôncio, ela se estabelece em outra região e conhece o abolicionista Álvaro.
Jovane Nunes utiliza apenas o básico da obra original, inserindo muito humor e mudando alguns fatos, dando outros rumos a estória.
Isaura é a escrava querida da mãe de Leôncio, que a trata como filha e lhe da uma carta de alforria, alguns dias depois ela morre e Isaura descobre que a carta ainda não tinha sido registrada em cartório, por isso não tem validade.
Leôncio é um vampiro (transformado pelo próprio Drácula em sua viagem pela Europa) bissexual, que sonha em montar um banco de sangue no Brasil. Ele mata um senador, que tem o projeto desse banco de sangue, no navio de volta para o Brasil e casa com a sua filha (para poder seguir os projetos do Senador), Malvina, grande fã de MPB e mulheres em geral.
Estava tudo preparado para a partida quando chegou a bancada do Partido Liberal. Os políticos queriam saber de Leôncio com quanto ele iria contribuir para a próxima campanha eleitoral e se podiam levar logo o dinheiro. O presidente do partido aumentou ainda mais a raiva de Leôncio quando lhe entregou um lindo bordado.
– Minha esposa ficou encantadissíma com a sua esposa. Outro dia, as duas foram passear de charrete no bosque e, para retribuir, a minha Helena pediu que entregasse esse bordado para a sua dona Malvina.
Quando o casal chega à fazenda de Leôncio, ambos se apaixonam por Isaura, a escrava branca que tem uma beleza que ninguém consegue resistir. A partir daí Isaura é assediada por ambos, o tempo todo, passa por diversas situações até que foge para Recife.
Em sua nova vida, na “Veneza Brasileira” escolhe um nome falso (Carolina Dieckmann) e conhece seu grande amor, Alváro, o “Rambo brasileiro”, dono da empresa de alhos “Alvaralho”.
Há também Belchior, o corcunda feioso, a principio amigo de Isaura, que depois se torna comparsa de Leôncio e o ajuda na busca pela escrava fugitiva. Tem até o presidente Abraham Lincoln, que também é um ser sobrenatural e aparece do nada, em uma cerimônia, junto com Imperador. Tem várias piadas, o comportamento de Leôncio e Malvina muitas vezes é bizarro.
– Boa Noite! Quem?
– Choupana velha, quem está?
– Não tem ninguém aqui não. Mister M desapareceu com as pessoas. Ah, Mister M, senhor de todos sortilégios. Você aí, volte mais tarde. – Malvina fazendo voz de Cid Moreira.
(...) Malvina respondeu jogando uma panela que acertou a cabeça de Leôncio.
– O que é isso? – Esbravejou Leôncio
– Jabulaaaaaaannnnnniiii
O autor faz muita piada com o excesso de descrições e demais características da obra, que pertence ao período do Romantismo, que exalta a natureza, a sensibilidade e a beleza.
Se você quer um livro descontraído, engraçado e despretensioso, para passar o tempo, tenho certeza que vai gostar (e rir muito) com essa obra!