PorEssasPáginas 05/04/2016
Resenha: O Palácio da Meia-noite - Por Essas Páginas
Ultimamente ando meio travada nas minhas leituras, tanto que tenho aparecido pouco aqui no blog. No meio de duas outras leituras que não estavam progredindo, resolvi resgatar O Palácio da Meia-Noite da minha estante. Afinal, se Zafón não conseguisse me animar, quem poderia? Mas eis que, pela primeira vez, um livro dele me desapontou. Não é um livro ruim, mas já li outras obras infinitamente melhores dele. O que fazer quando um dos seus autores favoritos decepciona? Bem, ninguém é perfeito.
O Palácio da Meia-Noite faz parte da coleção de livros juvenis de Carlos Ruiz Zafón, segunda obra da Trilogia da Névoa (mas, aparentemente, após ler duas obras da série, posso dizer que nenhuma das histórias está relacionada). Também faz parte das obras juvenis dele, não da trilogia, o maravilhoso Marina, até agora o meu livro preferido do autor. Portanto, talvez os problemas que encontrei na obra dessa resenha tenham algo a ver com o fato de que este seja apenas o segundo livro de Zafón, quem sabe?
A história dessa vez é sobre Ben e Sheere, dois irmãos separados ainda bebês. Enquanto Sheere foi criada pela avó, Ben viveu em um orfanato, onde fez amizade com outros seis órfãos e, juntos, eles formaram a Chowbar Society. Quando completam 16 anos, a idade que precisam deixar a instituição, a avó retorna com Sheere e, através de uma cadeia de eventos, os irmãos se tornam amigos e começam a investigar seu passado sombrio, descobrindo, aos poucos, a verdadeira razão por que sua avó separou-os e escondeu a verdade por 16 anos. No meio de tudo isso, eles precisam enfrentar um inimigo monstruoso e sobrenatural que deseja não apenas se vingar, mas talvez algo ainda pior que a morte.
Parece uma ótima premissa e é, de fato. Porém, as páginas foram passando e passando, enquanto deste lado eu ainda não me sentia envolvida na história. Talvez seja o fato de que os personagens são muitos e não foram suficientemente cativantes; talvez o problema tenha sido na própria trama, que demora a evoluir e, quando acontece, tudo parece rápido e apressado demais. Mas tudo isso poderia ser compensado no final, pensei, afinal Zafón tem o dom de surpreender ao término de seus livros. No entanto, dessa vez, isso não ocorreu; o final também me pareceu apressado, com alguns clichês enervantes e a solução final foi superficial e repentina, tão fácil quanto mágica. Sobraram algumas pontas soltas e, claro, fiquei decepcionada. Não o suficiente para pegar receio do autor, jamais, Zafón continua brilhante para mim. Mas até os mais brilhantes podem escorregar.
A edição da Suma de Letras é simples, mas confortável e competente. Apenas não me agrada a capa, que parece clara e singela demais. Nunca gostei muito dela, mas comprei porque Zafón é Zafón e, afinal, não se julga um livro pela capa. Infelizmente, dessa vez, a obra foi como a capa: apenas mais ou menos.
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