A convidada

A convidada Simone de Beauvoir




Resenhas - A convidada


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Giacomet1 27/04/2024

Angústia de um relacionamento a três
A história que Simone conta nesse livro é absolutamente angustiante. Um casal parisiense, Françoise e Pierre, se envolve com uma jovem do interior, Xavière. Pierre extremamente machista e egoísta quer Xavière só para o casal, ou só para ele. Xavière tem ciúmes de Françoise. Françoise no meio desse jogo maluco, é dependente do que ela chama de amor por Pierre, mas Pierre e Xavière têm uma forma de se relacionar que deixa Françoise absolutamente angustiada e ansiosa. Por meio da sua excelente escrita, Simone consegue passar toda a angústia que Françoise sente nessa relação a três super conturbada. Em uma página, Françoise se sente diminuída e quer acabar com tudo; na página seguinte, ama os dois e fica tudo bem. O final é surpreendente, mas não poderia ser outro.
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Giulia 28/01/2024

Tenha paciência e fará uma boa leitura
Depois de ler a biografia de Simone, comecei lendo A Convidada tentando adivinhar quem eram os personagens na vida real. Uma rápida busca no Google já nos diz sobre quem a obra se refere. É interessante fazer esse paralelo, apesar de inútil em termos de enredo ?
De um modo geral, o que mais me pegou na leitura foram as referências frequentes ao existencialismo, ajudando muito a compreender essa corrente filosófica, como é a intenção da autora, inclusive.
No entanto, o foco na relação a três dos personagens é um pé no saco, especialmente quando gira em torno da convidada Xavière. É como se eu estivesse lendo uma novela onde o núcleo principal vai se mostrando cada vez mais chato conforme a trama avança. Dos três, a única que salva e gera alguma simpatia é a narradora Françoise. Dito isso, o final me agradou bastante apesar de ser esperado.
Por fim, o livro é também um ótimo documento histórico, uma vez que relata a atmosfera pré Segunda Guerra Mundial. Simone é uma romancista maravilhosa com suas descrições diferenciadas de situações comuns.
Acredito que o livro agrada quem deseja se aproximar ou já é próximo da filosofia existencialista e também rende um bom roteiro de viagem à Paris. Em muitos momentos, o livro exige paciência, mas ainda assim é bom. É o tipo de leitura que facilita o aproveitamento quando há um objetivo.
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renata1004 25/01/2024

Finalmente escolhera. Escolhera a si mesma.
Tendo de pano de fundo o início da segunda guerra mundial, "A Convidada", primeiro romance de Simone de Beauvoir, é um espelho, entre tantas coisas, das complexidades das relações femininas - Françoise e Xaviére são dois lados da mesma moeda, e a autora compreende isso ao tratar sobre suas questões pessoais, românticas e a amizade turbulenta entre as personagens. Pierre e, em menor grau, Gerbert servem de peões no jogo emocional de ambas as mulheres; ainda em dúvida se o livro é uma propaganda contra ou a favor da monogamia. A construção dos diálogos e os parágrafos que representam os pensamentos dos personagens constroem uma obra primorosa sobre a Paris dos fim dos anos 30 e os homens e as mulheres que fizeram parte de uma boemia artística e intelectual francesa.
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Dan 27/03/2023

Excelente!
Considero um livro bom, todo livro que me faz pensar. "A Convidada" é um deles. Escrito por uma filósofa existencialista, não poderia ser diferente. Não me aterei, entretanto, ao enredo da história, narrarei a minhas impressões. Se você for o tipo de leitor que gosta de variações ambientais e reviravoltas inesperadas, esse livro pode não te agradar. O livro se passa todo em alguns ambientes invariavelmente: o hotel onde residem os protagonistas, um teatro e em cafés/restaurantes. As situações vivenciadas parecem ser reprisadas em quase todos os capítulos devido às suas similaridades. Contudo, nada disso será encarado como um problema, caso você goste de perscrutar o "íntimo" dos personagens, diga-se de passagem, muito bem construídos durante a narrativa. O leitor poderá perceber durante a leitura, reflexos, aqui e ali, da filosofia existencialista de Sartre e Simone: a ausência de sentido e a falta de explicação diante da vida; o ser enquanto sujeito para si, e objeto para os outros; a inalcançável busca por identidade/essência; angústia; desamparo e desespero. Caso o leitor seja conhecedor da biografia de Simone, poderá também fazer vários links entre o que ocorre na história e o que ocorreu em sua vida real. Para além da ficção de entretenimento, o livro pode ser utilizado como leitura complementar para a melhor compreensão de algumas premissas do Existencialismo. Imperdível!
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eelianavz_ 08/02/2023

A Convidada
Este livro é um livro grande, e por essa razão demorei vários dias a lê-lo e é preciso lê-lo com calma para se perceber as várias cenas incrivelmente detalhadas. Achei um livro complicado de se ler pela grande quantidade de palavras que desconhecia mas é uma história muito interessante.
A forma como Beauvoir descreve os sentimentos que cada personagem está a sentir no seu mais profundo pensamento faz nos envolver a história como se estivéssemos realmente a vivê-la. O final é chocante e aflitivo. Recomendo o livro para as pessoas que gostam de obras muito detalhadas e revoltantes. Pois não é um livro simples e leve de se ler.
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laura 13/05/2022

incrível
tem algo de especial nesse livro. ele fala de muitas coisas ao mesmo tempo. o contexto pre guerra, e quando a guerra estava pra começar? os toques de recolher, os restaurantes fechados com cortinas escuras. isso tudo compõe um cenário único pra uma narrativa sobre relações entre os personagens e deles com eles mesmos. gostei muito do que aprendi lendo essa história. os personagens são bem diferentes e o final é muito interessante.
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Débora 19/12/2021

A não convidada
Nesta leitura Simone de Beauvoir constrói várias camadas. Triângulos amorosos, porém torna-se uma leitura densa, cansativa.

Não é possível uma leitura contínua de forma corrida. Nela os mais distintos sentimentos são reconhecidos. Em especial os mais cruéis, raiva, ódio, angústia, repulsa.

Se você gosta de uma leitura aflitiva, angustiante e que te revolta, recomendo a leitura.

Entretanto leituras mais leves que despertem boas experiências me são mais agradáveis.

Uma leite a que não pretendo repetir.
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Giovanna.Dias 23/08/2021

?A Convidada? é um livro que te causa muitas sensações, no meu caso, senti uma raiva e até um sentimento de querer ver os personagens ?tendo o que merecem? em grande parte do livro, tanto é que larguei ele irritada algumas vezes, mas isso me fez envolver com os personagens como se eu os conhecesse e convivesse com eles, me deixando cada vez mais curiosa em saber qual seria o desfecho da história. Se você não quer uma leitura cansativa, não leia ?A Convidada?, acredito que você desistiria da história antes de chegar a parte envolvente. Gostei da experiência de experimentar algo fora da minha zona de conforto, mas não leria esse livro novamente.
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Giovanna 15/08/2021

Uma experiência densa
Não é um livro para se ler depressa, num só fôlego, pois não é gostoso, leve... É uma leitura marcada pela intensidade.

O triângulo que se forma, fugindo completamente do que se espera de um triângulo amoroso, é algo que jamais havia visto na literatura ou mesmo em filmes e novelas. Me surpreendeu. É um romance que não envolve amor, mas angústias, ciúmes, disputas silenciosas... Em alguns momentos, odiei todos os personagens (a exceção de Gerbert) e em outros concordei com estes.

É incrível como esse livro me deixou dividida. Xavière é insuportável, Françoise é inerte. Não vejo como seria possível existir, nesse caso, sororidade ou qualquer compaixão. Para quem gosta, nesse livro encontra-se a genuína disputa entre humanos, o puro conflito de interesses visto, do ponto de vista psicológico, desde sua gênese até um desfecho surpreendente, porém coerente.

Vale a pena ler.
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Lorena 28/10/2020

Beauvoir mostrando a que veio
Livro maravilhoso, história super envolvente. Simone de Beauvoir se utiliza da própria história para criar um romance cheio de camadas.
É incrível poder acompanhar o desenvolvimento intelectual dessa autora ao longo de seus livros.
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Livros da Julie 26/10/2020

Amarras psicológicas
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"nunca acreditara na possibilidade de uma guerra; um conflito armado era como a tuberculose e os desastres ferroviários: só acontecem aos outros."
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"É extraordinário o número de coisas que nunca veremos."
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"valeria a pena sonhar um amor que não queremos viver, na realidade?"
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"não sou feita da massa com que se constroem as vítimas."
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"muitas vezes, quando julgamos viver no presente, mesmo contra a vontade estamos comprometendo o futuro."
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"os táxis e os elevadores são os pequenos descansos das mulheres que vivem demais."
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"Tudo, afinal, era uma corrida sem objetivo. Somos lançados indefinidamente para o futuro, mas quando este se torna presente, é preciso fugir."
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"Viver era envelhecer, nada mais."
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"Bons momentos, maus momentos... O resto não será ilusão e literatura?"
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"Havia apenas uma soma indefinida de instantes indiferentes, apenas um pulular desordenado de carne e pensamento, com a morte no fim."
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"Acho horrível esta expressão: mulheres bem conservadas. Parece que ouço o homem do armazém quando quer vender lagosta em conserva: 'É tão boa como a fresca.'"
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"Ah! eu só queria poder, tranquilamente, gostar mais de mim do que dos outros."
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"Ela podia saber, com exatidão, o que não era. Mas doía conhecer-se apenas por meio de uma série de ausências."
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"Se eu tivesse verdadeiramente importância para alguém, talvez conseguisse valer um pouco mais para mim próprio. Assim, não chego a dar valor à minha vida nem a meus pensamentos."
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A Convidada é o terceiro livro do projeto #lendoBeauvoir, criado pelas @hecicandiani e @izabellasepulveda, e é o primeiro romance da autora.

Pierre e Françoise são produtores teatrais e vivem um relacionamento amoroso, mas livre, sem cobranças. A relação estável e intelectual entre os dois parece ser o complemento perfeito para uma vida dedicada à arte. Mas Françoise acaba se encantando pela provinciana Xavière e, interessada em seu jeito simples e em sua beleza juvenil, a convence a morar em Paris, onde a teria à sua disposição.

O que poderia ser uma aventura prazerosa e um ótimo passatempo para contrabalançar a pesada rotina do teatro se transforma em uma constante ameaça à paz de espírito de Françoise, devido ao difícil temperamento de Xavière e à atenção que Pierre começa a lhe dispensar.

O livro tem um início lento. Porém, quando já estamos devidamente apresentados aos personagens e enfim entendemos as razões das diferentes dinâmicas entre eles, a leitura passa a fluir melhor.

Ao mesmo tempo em que se debruça sobre as questões da representação teatral e trata das possibilidades de se romper com o tradicional e de demonstrar frescor às cenas sem se apoiar em clichês modernistas, Beauvoir planta a semente dos temas que viriam a ser tratados em seus livros posteriores: os eternos questionamentos femininos e as reflexões sobre relacionamentos. É quase impossível não nos identificarmos com pelo menos um dos aspectos abordados.

À medida que o tempo passa, Françoise percebe que nunca se conheceu verdadeiramente. Ela nunca havia parado para pensar a respeito de sua existência, questionar sua personalidade, seu papel no mundo. Françoise, como tantas outras, deixa sua individualidade para trás e se vê enredada em uma relação altamente tóxica, sofrida e desgastante, vendo o seu desejo se tornar uma maldição.

A Convidada (livro e personagem) desperta sentimentos de raiva, repulsa e impotência. Assim como na vida real, é angustiante ver alguém se deixando levar passivamente pelas circunstâncias, trilhando um caminho sem volta, sem conseguir mexer uma única palha para sair de uma situação que até pode aparentar um resultado positivo, mas que só traz infelicidade e dissabor.

Trata-se de uma história sobre a necessidade de se libertar dessa prisão cujo único responsável é o próprio indivíduo; sobre a dura lição de tomar as rédeas da vida nas mãos e traçar um destino sem amarras e sofrimento.

site: https://www.instagram.com/p/CGpsq-0j30_/
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Michele 17/08/2020

Para entender melhor "A Convidada"
Nos últimos dias, me dediquei à leitura de "A Convidada", de Simone de Beauvoir, uma obra complexa que requer o máximo de atenção aos detalhes e textos de apoio, algo que carece nesta edição da Nova Fronteira.

Depois de pesquisar, decidi expor esta resenha de um jeito diferente, dando algumas pistas para quem quer chegar a uma interpretação mais aprofundada.

Personagens principais
Françoise- uma mulher de 30 anos, intelectual, parceira de Pierre nos negócios (teatro) e com ele vive um relacionamento de plena confiança, aberto, estável e duradouro.
Pierre- ator bem sucedido em sua carreira, ensina teatro e produz peças.
Xavière- uma jovem que vem do interior e é acolhida pelo casal. É mal humorada e antissocial. É a convidada do título.
Gerbert - jovem "adotado" por vários pais, incluindo Pierre. É ator.

Situação inicial:
Françoise e Pierre sempre foram felizes dando a liberdade um ao outro de se relacionarem com outras pessoas. Mas com a chegada de Xavière, Françoise se sente ameaçada, pois até então nunca havia percebido uma paixão verdadeira da parte de Pierre por outras mulheres.

O que você precisa saber:
- Beauvoir é uma referência para o feminismo e esta obra não é uma exceção;
- O romance apresenta traços autobiográficos - só traços.
- Beauvoir era casada com Jean-Paul Sartre, filósofo existencialista. Este romance ilustra alguns de seus conceitos filosóficos, como a consciência, o "ser-para-o-outro" e a liberdade, que traz em si a responsabilidade.
- A trama é ambientada nos anos 40, às vésperas da entrada da França na 2° Guerra. Esses personagens estão vivendo a tensão de trocar a vida boêmia de Paris pelo front.
- Françoise é a protagonista e sobre ela incide quase todo o foco narrativo, ou seja, seguimos na história sob o seu ponto de vista.
- Xavière é mencionada o tempo todo, mas sempre sob os olhares alheios.
- Pierre é homem, seja lá o que isso signifique.
- Tanto Xavière quanto Gerbert possuem um vínculo de dependência com o casal.

A narrativa é um pouco cansativa por ser extensa, com muitos diálogos e pormenores, mas vale a pena seguir até a última frase, pois também é uma daquelas obras que nos fazem ficar por tempo refletindo.

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Kirley 12/06/2020

Acho que a Simone não era muito afim da sororidade, pois a rivalidade feminina nesse livro é forte.
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Nath Moraes 15/05/2020

Primeiro livro escrito pela Simone de Beauvoir e minha primeira leitura da autora, A Convidada conta a história da relação entre Pierre, Françoise e Xavière, a convidada, no caso. Essa leitura me exigiu paciência, por conta dos costumes da época. Em muuuuitas situações eu pensava: não é possível que vocês estejam chateados ou com raiva porque "o outro" está dançando ou deixando de dançar ou está no quarto ou comeu demais ou de menos. 

Saber que a história é baseada na relação real entre Beauvoir, Sartre e Olga Kosakiewicz deixou o livro bem interessante. Os personagens são muito reflexivos e você consegue acompanhar a linha de pensamento de cada um. Em certos momentos me identifiquei muito com Françoise e sua angústia de ver seu relacionamento invadido e colocado em xeque e em outros momentos me identifiquei com a vulnerabilidade de Xavière. Enquanto Pierre foi só mais um omi fazendo omice, zero surpresa.

Outra reflexão que surgiu conhecendo mais o tipo de relacionamento que Beauvoir e Sartre tinham lá em 1943 eu fico me perguntando: em que momento a gente encaretou tanto?

O final me surpreendeu muito. Terminei o livro de boca aberta e buscando amigos que já tinham lido também para conversar sobre.
Karla Lima 29/08/2020minha estante
ao longo de uns dez anos eu li este livro (sempre o mesmo exemplar) umas dez vezes. ele foi enterrado por acidente na praia, ficou encharcado de cafe, um dia caiu na piscina. tinha sublinhados a caneta e lapis e marca-texto e codigos diferentes pra que eu dialogasse comigo a cada releitura. mas nao me lembro do fim :O




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