Rafa
25/06/2020MaravilhosoEu já li esse livro umas 5 vezes no mínimo. Sempre que achava um tempinho, estava nele.
Então aqui vai: a história é sobre Sofia, uma feminista em suas ações do nosso tempo. Ela, magicamente vai parar em um Brasil antigo (vou chutar século XVIII, porque real não lembro rs), no qual encontra Ian, por quem se apaixona loucamente.
A primeira coisa é que eu acho maravilhoso como o livro explora as coisas inexistentes com as quais ela estava acostuma: PRIVADA GENTE, teve que se acostumar a ir em uma casinha longe da casa para fazer suas necessidades em um buraco. E devo dizer, nesse quesito, é maravilhoso como ela enfrenta o machismo e faz seus projetos: ela mostra o mecanismo de privada e vai atrás de construir.
Em um tempo em que mulheres não trabalhavam, se casavam virgens e eram submissas, surge ela: começa a vender condicionador caseiro porque gosta de ser independente, tem conversa explicando sobre sexo (e expondo os limites que devem ser respeitados) à irmã de Ian, deixa claro que não é virgem, expõe sempre suas opiniões...
Fora essa parte maravilhosa dela sempre se impor e ser um puta exemplo de mulherão da p*rra, tem o romance. AI GENTE, O ROMANCE! É maravilhoso, de verdade. Aquele tipo de amor que você lê e vai ficando com o coração apertadinhos e quentinho e você tá com um sorrisinho idiota sem nem perceber. O jeito como um é capaz de fazer de tudo um pelo outro, mas sem deixar isso impedir que cada um defenda suas opiniões e crenças. Porque é isso, o amor é maravilhoso, mas ele não é tudo para um relacionamento: tem discussões, tem que ter sinceridade, tem que ter conversa, diálogo... E isso é demais, o livro mostra exatamente como muitos dos problemas deles são causado por tentarem esconder algo ou não comunicarem quando estão incomodados... Mas sempre se resolvem, e defendem um ao outro...
A única coisa que tem de problema (e tenho quase certeza que no final do livro a autora tenta explicar o motivo): apesar de estar tratando de uma época de escravidão no Brasil, esta é inexistente na história. E isso é grave, não podemos nos dar ao luxo de apagar um pedaço crítico da nossa história nacional (aliás, mundial) para facilitar a escrita. Foi horrível, sim. Vergonhoso. E por isso mesmo que isto deve ser exposto, para que não se repita. Si que a autora fez isso porque queria uma história leve e afins, mas mesmo assim, não achei certo.