Watchmen

Watchmen Alan Moore...




Resenhas - Watchmen


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Samu 24/01/2016

Incrível!
Uma história de super herói com uma sátira de arrepiar. Não de uma forma humorada, mas na realidade de uma forma jamais pensada e que chega a machucar de tão mais próxima a uma realidade ela se apega. As formas de se perceber o mundo a volta, as soluções de problemas de cada personagem, tudo em uma trama incrivelmente envolvente e que hipnotiza o leitor! Arte, cor e roteiro de tirar o folego!
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Luciano Luíz 29/12/2015

WATCHMEN é um dos grandes clássicos do universo. Aquela leitura que até quem não curte quadrinhos devia dar uma fuçada. Escrito pelo ALAN MOORE e magistralmente desenhada por DAVI GIBBONS essa obra de arte vai muito além de tudo que se pode imaginar em termos de gibi.
Esse título é comumente eleito como um dos 100 melhores de ficção da história. Está sempre acima de muitos romances. Mas por quê?! O que faz uma HQ ser tão importante?! Por que essa?!

Justamente pelo fato de que em termos de enredo, Watchmen foi fruto de uma abordagem madura. Mesclou toda a alegria de personagens fantasiados com a dureza do mundo real. Um mundo onde os heróis se aposentaram. E os poucos que ainda se mantinham nas sombras começam a ser assassinados.

Ah, mas onde está a originalidade nisso?! Pois tem até um cara que é desintegrado e depois reconstrói seu corpo e se torna a mais poderosa criatura do planeta. Podendo ver inclusive o futuro... Me diz o que tem de especial nisso?! Além de outro que se veste de coruja e um que não tem moralidade e diz ser comediante da tragédia...

São as cenas de um cotidiano. A dor da saudade. Ser deixado de lado porque você não é bem-vindo por seu pai ou mãe. É você ser excluído da sociedade por ser considerado diferente, causador de males. É colocar a realidade fatal dos sentimentos (e também dos físico, claro) em forma de imagens e diálogos.

Mas Watchmen conquista por ir mais profundamente nestas questões. O mundo assolado por uma época de iminente guerra nuclear e a possível extinção da raça humana. Toda uma política que coloca em jogo quem nem tem ideia do que está acontecendo ou do que já está em execução.
E um dos fatos mais cruéis: ter de mentir para sustentar os alicerces da vida que engana boa parte da população... ou seja, você mente, mas para o bem da humanidade... é como uma família, um casal, que oculta seus erros, mas estes de alguma forma podem trazer algum benefício... porém, até quando?!

A edição definitiva contém os 12 capítulos com suas capas originais e mais um monte de extras. Como rascunhos dos personagens, esboços de roteiro, comentários dos autores e mais uns negocinhos.
Só que 460 páginas em capa dura e papel couchê colorido pesam pra cacete. O bom mesmo é procurar as edições fininhas. Pois o material extra não tem nada de espetacular...

Aliás, tem também ANTES DE WATCHMEN, uma série em 8 volumes com média de 108 páginas, capa cartão e papel LWC (um couchê mais fino). Muito melhor de ler nesse formato dividido. É boa e sem dúvida fica interessante conferir antes da saga original (não muda em - quase - nada qual ler primeiro). Tem algumas revelações e claro, repetições. São diversos roteiristas e desenhistas que a compuseram e fazem o legado de Watchmen continuar em frente.

Não duvido que um dia lancem DEPOIS DE WATCHMEN...
A série original é de 1985 (mas lançada entre 86 e 87) e a que a antecede, veio em 2012. E foi feito um trabalho primoroso.
Também teve o filme que é uma obra de arte. Se você assistiu e não leu, as diferenças são mínimas (principalmente no final - ou próximo dele). O visual dos personagens ficou não apenas fiel, mas extraordinariamente fantástico e deixa a HQ pra trás em vários aspectos.
Portanto, assistir ou ler Watchmen dá na mesma. Porém, se puder conferir a obra nas duas mídias, não vai se arrepender.
É mais do que recomendado.

PS - no original tinha um rapaz que ficava lendo um gibi ao lado da banca. De quando em vez, eram mostradas cenas dessa estória. Em ANTES DE WATCHMEN foi inclusa essa narrativa no final de cada volume.

Nota 10 pras séries e pro filme.

L. L. Santos

site: https://www.facebook.com/L-L-Santos-254579094626804/?fref=photo
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Gabriel 06/12/2015

Quem vigia os vigilantes
fascinante. Não existe palavra que descreva melhor a essência dessa obra, uma das melhores histórias já feitas. É provavelmente a obra de quadrinhos máxima.
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Joao.Oliveira 05/12/2015

A melhor hq já escrita,
A melhor obra da 9 arte, se vc leu só uma vez, pode ter certeza q c não pegou tudo q está nessa obra
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Andrey.Andrade 28/09/2015

O verdadeiro clássico.
Esse é um dos mais famosos clássicos dos HQs, a genialidade do senhor Alan Moore é representado nessa obra. Deixa de lado os heróis puramente bons e puros da Era de Prata da DC e mostra os desejos, medos e o cotidiano dos heróis numa era pré-apocalipse...
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fagnerluiz 07/12/2009

A menhor HQ de super-heróis de todos os tempos. Real, sombrio, mostrando através de super-heróis a complexidade da natureza humana e suas relações. O velho questionamento "os fins justificam os meios?" é levado a um ponto extremo nesta estória.
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Luan Simões 04/08/2015

Ácida, política, satírica e filosófica: Fantástica
Assisti ao filme e fiquei fascinado com tudo. Poucas vezes tive vontade de ler a obra original após ver um filme mas Watchmen merece.

Comprei a edição definitiva, é pesada, capa dura e vem cheia de detalhes sobre o processo criativo e a contextualização da época em que foi feita. Li muito rápido e, apesar de já saber o rumo da história, fiquei órfão quando terminei com a leitura.

Alan Moore e Dave Gibbons criaram um universo fantástico que se tornou referência no mundo das HQ's. E as cores escolhidas e refeitas por John Higgins para esta edição dão um toque rico. Afinal, a HQ é sombria e soturna mas as cores são vivas como eram na época em que foi lançada.

Além de tudo nos dão alguns dos personagens mais incríveis e reais que já apareceram em HQ's, inicialmente baseados em personagens da DC. Ninguém é mocinho e ninguém é vilão; não totalmente. O desfecho, seu causador e o motivo são melhores ainda.

Ao contrário de muitos radicais, acho a adaptação cinematográfica excelente nos fazendo entender tudo e imergir naquela atmosfera- principalmente a abertura fantástica - com poucas mudanças no desenvolvimento. No entanto, a HQ nos amplia ainda mais a percepção de elementos que podem passar batidos ao expectador do filme.

Super recomendo. Ainda quero ler as histórias separadas das personagens.
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Rafael 09/01/2010

As questões de Watchmen
(Texto publicado no blog http://na-vitrine.blogspot.com, com modificações)

É comum dizer que um bom texto, seja um livro, um filme ou uma HQ, é bom quando nos põe a pensar, suscita dúvidas e questões pertinentes e, de certa forma, apura nossa visão de mundo. A obra de Alan Moore e Dave Gibbons sem dúvida se enquadra nesse perfil. Aqui, escrevo para um público que tenha conhecimento do texto, pois podem haver spoilers (não muitos). Acredito que essa análise seja ainda mais valiosa para aqueles que apenas assistiram ao filme. Os que leram a HQ provavelmente já se confrontaram explicitamente com grande parte das questões abarcadas.

O principal objetivo de Watchmen chega a ser óbvio: a desconstrução do mito do super-herói, trazendo essas lendárias figuras para o mundo real. Não exatamente para o nosso mundo, mas para uma realidade paralela semelhante, diferindo apenas pelas consequências trazidas pela existência desses heróis. Tradicionalmente, o universo dos super-homens é o ambiente de personalidades linearizáveis, onde bem e mal não se misturam. Só de olhar é possível identificar bandidos e mocinhos. Na roupagem realista que Watchmen propõe, não há espaço para tais maniqueismos. Temos personagens humanas, nem sempre boas ou más, e sim tridimensionais. A primeira questão, então, que esse tipo de contexto propõe é: "Em um mundo como o nosso, qual seria o verdadeiro papel de um super-herói? Como lutar contra o mal quando ele não está mais tão convenientemente caracterizado por uma figura central, arqui-inimiga?"

Os diferentes mascarados têm particulares respostas para essa questão. Mas não vou começar por essa discussão. Ainda estamos começando.

Antes de mais nada, é preciso se perguntar: "Por que no século XX* precisamos de super-heróis?"

Bom, Super Homem, Capitão América e companhia nasceram do interesse político de vencer ideologicamente os soviéticos. Inspirados, então, no sonho americano de Justiça e Liberdade, divulgados por esses metalinguísticos personagens, surgem os “watchmen” (vigilantes), os combatentes do mal transportados para um mundo menos preto-e-branco, prontos para enfrentar o mal que existe dentro da própria América. A compreensão fundamental aqui é a de que nem o sistema político apregoado como o correto, a Democracia e as Leis, nem a Religião e nem o setor privado, e nem nada foi capaz de vencer misérias, desigualdades, preconceitos e violência. A sociedade da forma como ela foi concebida é simplesmente ineficiente no combate aos problemas sociais reais que maltratam principalmente, mas não só, as minorias (minorias que, em números, não têm nada de minoria). Por isso a crença em seres superiores designados para resolver os problemas sociais que os poderosos (preocupados com políticas publicitárias) não se mobilizam para tratar parece plausível em uma realidade caótica. Por isso a necessidade dos “watchmen”.

Mas, se por um lado, os heróis parecem necessários, por outro, seria absurdo e incoerente designar pessoas, seres humanos, para esse tipo de serviço. E o que aconteceria se pessoas comuns se dessem a esse trabalho? A resposta de Moore para essa questão é o próprio cenário de Watchmen, realista por necessidade de ser coerente. E o é. A genialidade do autor é justamente conseguir apresentar esse cenário como uma realidade plausível. Para os combatentes, motivos sobram: uns lutam por suas ideologias, outros são patrocinados por empresas, outros buscam fama e prestígio, a maioria apenas não bate muito bem da cabeça. Mas, que benefícios reais esses heróis humanos poderiam trazer à sociedade? Mesmo que eles tenham notáveis habilidades marciais, mesmo que eles tenham a tecnologia ao seu lado... Voltando ao início, como combater o mal?


OS VIGILANTES E SUAS BATALHAS PESSOAIS

À primeira vista, o entre aspas “protagonista” Rorschach não parece lembrar nem de longe a algum herói dos antigos quadrinhos. No entanto, num universo menos complexo do que aquele em que vive o vigilante, teríamos na figura de Rorschach um super-homem fidedigno: em um mundo com a dicotomia bem-mal aparente e exposta, teríamos um personagem de código moral claro e inabalável, pronto para banir com as próprias mãos os indivíduos podres da sociedade. A visão de Rorschach é a de que não existem desculpas para os desvios de comportamento. Por sua história de vida, ele poderia ser o primeiro a se esconder atrás da máscara de vítima, como desculpa para qualquer mal que porventura viesse a cometer. No entanto, não é isso o que esconde a máscara de Rorschach. Nada, na forma como ele enxerga o mundo, lhe dá o direito de ser fraco. Ele faz o que deve ser feito (da forma como ele entende que deve). Ele não se dobra nem mesmo ao Estado, agindo na ilegalidade se preciso, por que acredita que sua missão precisa ser cumprida. Heroísmo? Obviamente! Dos melhores. Não agiria o Super Homem da mesma maneira? A impiedade e integridade de Rorschach aos seus próprios códigos é o que faz dele o mais heroico dos vigilantes. No entanto, colocando-nos frente a frente com nossas próprias fraquezas, esse personagem nos faz rever o conceito de Justiça. Qual o sentido de um código tão rigoroso quando todos somos mais ou menos fracos? Talvez seja o medo de aceitar nosso lado sombrio que nos impeça de compreender Rorschach em seu heroísmo, e perceber que todas as suas atitudes atrozes são motivadas pela concepção de justiça do mundo ocidental.

O que incomoda em Rorschach não é o fato de ele não ser o herói tradicional, mas justamente o fato de ele ser exatamente o que entendemos por herói. É claro que elementos compositivos importantes – sua aparência e seu total desprezo pela raça humana – fazem com que antipatias nasçam mais facilmente. Mas o importante é perceber que mesmo um Rorschach atraente e cheio de amor pra dar ainda cometeria erros terríveis, porque ele age centrado em suas próprias verdades e as leva adiante custe o que custar. Ninguém é dono da verdade, e um herói que faça sua própria moral valer, a despeito de outros, não passa de um intolerante e egocêntrico. Essa intolerância, no entanto, é a essência do herói, e a personalidade de Rorschach é uma peça fundamental no quebra-cabeça da trama.

E o que dizer do Comediante? O Comediante é um pacifista do plano psicológico. Ele, ao contrário de Rorschach e da maioria dos outros vigilantes, aceita o mal como parte integrante da natureza humana. Por isso, ele prefere não lutar, porque lutar contra o mal é lutar contra si mesmo. Ao contrário, ele se junta ao inimigo, fazendo da crueldade motivo de piada. Ele se permite atrocidades para se sentir em paz com sua natureza humana. O Comediante é o perfeito anti-herói, que acha uma piada a luta dos outros vigilantes.

Adrian Veidt, o Ozymandias, em certo momento da narrativa percebe o tom das piadas do Comediante, e atenta para o fato de o mal estar espalhado em todas as criaturas. Até então, ele era como os outros, engajado como Rorschach, mas capaz de enxergar a complexidade comportamental humana. Em nenhum momento, ele abandona a luta contra o mal, mas, ao se dar conta da natureza intrínseca da maldade, graças ao Comediante, Ozymandias percebe que seria preciso abandonar velhos princípios. A guerra contra o mal é uma guerra desleal e só pode ser vencida abandonando a visão romantizada de moral do super-herói. Adrian, o homem dito mais inteligente da Terra, é o primeiro a perceber que o herói humano seria incapaz de vencer na luta contra o mal, porque o mal não respeita nenhum código moral.


IMPACTOS NA SOCIEDADE

Do ponto de vista social, a existência dos Homens Minuto (a primeira geração de vigilantes) é uma anomalia política sem tamanho. São pessoas que agem às escondidas, acima da lei e desrespeitando todas as conquistas democráticas históricas, ridicularizando o governo e a segurança nacional. No entanto, contando com o apoio da sociedade, são rapidamente incorporados ao sistema econômico, tornando-se celebridades e armas poderosas de publicidade. Espectral e Dollar Bill são perfeitos exemplos dessa nova tendência.

Não seria preciso nenhum grande evento para deixar claro que esses heróis eram, na verdade, grandes equívocos coletivos, motivados por ideologias artificiais. Logo começam os abusos e a dificuldade de identificar os homens por trás das máscaras cria uma casta social de irresponsabilizáveis; tiranos e nazistas fora da política. Mesmo que a maioria deles não agisse com crueldade, apenas a arbitrariedade que tinham poder para exercer já era suficiente para ameaçar a ordem social.


SUPER PODERES

A discussão precedente ganha nova dimensão com o surgimento do Dr. Manhattan. A pergunta agora é: e se um super-herói com super poderes realmente existisse? Alan Moore responde com outra pergunta: e se essa espécie de Super Homem fosse, da mesma forma como foram os Homens Minuto, incorporado pelo sistema político-econômico? Uma criatura super poderosa poderia, em teoria, funcionar como arma em uma guerra política, mas não na guerra contra o mal, porque, nas palavras de Jon, ela não possuiria o poder de “alterar a natureza humana”. É a visão do Comediante voltando à tona. A guerra contra o mal é uma guerra contra os homens. Apenas a humanidade poderia se salvar de si mesma.

É por isso que, na HQ, quem salva a Terra de uma 3ª Guerra Mundial é um herói humano, e não o Dr. Manhattan.

Além disso, fica clara na HQ a visão de Moore de que, quanto mais poder a humanidade detém, mais iminentes tornam-se os conflitos. Foi a existência do Dr. Manhattan que deixou a Terra à beira da guerra. O medo que Jon causava nos soviéticos era tamanho que não descartava-se a possibilidade de um ataque suicida. Fica no ar mais uma pergunta:

Que poderes um super-herói precisaria ter para garantir a paz? Mesmo no plano metafísico, esse perfil de herói existiria?


RORSCHACH VERSUS OZYMANDIAS

Todas essas perguntas não ficam sem solução. Ozymandias, com seu plano megalomaníaco e por métodos questionáveis consegue unir duas nações inimigas e acabar com a ameaça da guerra. Essa solução, no entanto, está longe de ser conclusiva. Personagens morrem, mas não ideologias. A breve mas suficiente discussão entre Ozymandias e Rorschach no final da trama é ainda repleta de quesões a serem pensadas. A forma como Ozymandias conduz os fatos baseia-se numa visão maquiavélica que não raro culminou em grandes injustiças históricas. Em verdade, apesar da Terra ter sido momentaneamente “salva”, não há garantias de que o mundo será um lugar melhor dali para frente. Aliás, não há sequer garantia de que ela vá durar mais dez anos. Terão, então, valido a pena todas as mentiras, todas as mortes, todas as arbitrariedades? Não estará a visão de Ozymandias apenas propagando os mesmos erros e preconceitos que deram origens à desigualdade e à guerra? O feito é notável, mas não haveria outra forma? A pergunta, na verdade, é secular: os fins justificam os meios?

A visão heróica e romântica de Rorschach é terminantemente contra essa “salvação” sangrenta e mentirosa; “sem acordos”, ele diz. Mas, estaria errado o seu ponto de vista apenas por parecer utópico? Afinal, quantas vezes ao longo da história os grades impasses tentaram ser resolvidos de forma honesta? O problema político de ações como o de Ozymandias é que, quase sempre, busca-se por meios imorais alcançar interesses particulares de poderosos. O mesmo não pode ser dito de Adrian Veidt, contudo, colocando na forma de outra pergunta secular: um erro justifica outro? É uma imagem forte quando Rorschach refere-se à morte como “mais um cadáver em sua fundação”. Talvez ele esteja propondo que um mundo melhor não se construa por grandes revoluções, mas por atitudes íntegras. Os fins não podem justificar os meios, porque todo final é uma ilusão. O futuro perfeito de Veidt é uma ilusão, e o que ele fez simplesmente não está correto.

Tantas questões filosóficas e existenciais em apenas 12 capítulos é realmente um mérito à parte, e, apesar de haver falhas, tanto no filme quanto na HQ, é mais que merecido o reconhecimento de Watchmen como uma grande obra, um marco na história dos quadrinhos. Àqueles que assistiram o filme, recomendo fortemente ler também a série impressa. A ambientação é feita de forma espetacular e essas questões todas são tratadas com muito mais cuidado que na versão cinematográfica, que, apesar de ser uma excelente adaptação do enredo de Watchmen, perde em profundidade de interpretação.

____
* Período da trama.
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Nanda Lima 15/12/2014

Quem vigia os vigilantes?
Watchmen é nada menos que a obra-prima de um gênio. Em 1983 Alan Moore publicou, na revista britânica Warrior, a série V de Vingança [resenha aqui], que chamou a atenção de todos, inclusive do mercado americano. E após ir para os EUA trabalhar para a DC e revitalizar o título Monstro do Pântano, decidiu escrever uma maxissérie com heróis secundários da editora que não interferisse no universo regular. Com as ilustrações do talentosíssimo Dave Gibbons, com quem Moore tinha uma grande facilidade em trabalhar, e colorização de outro cara brilhante, John Higgins, em 1987 era lançada a maxissérie mensal em 12 edições que mudou, para sempre, o jeito de se fazer quadrinhos de super-heróis.

Li e assisti a várias resenhas dessa graphic novel, tanto antes quanto após lê-la, e nenhuma, absolutamente nenhuma, consegue passar para o leitor/espectador sequer uma parte das inúmeras nuances que estão contidas na obra. Acho que isso se deve, em parte, à característica humana de se deixar tomar pela emoção ao falar das coisas que mais admira. Resenhar uma obra de Alan Moore, especialmente esta, é uma tarefa muito difícil e perigosa para qualquer fã de quadrinhos. Outra dificuldade tem a ver com o fato de existir dentro da obra várias histórias em camadas, e ao resenhar a HQ deve-se escolher quais delas devem ser comentadas. O que é uma tarefa árdua. Penso que falar de um clássico – seja do cinema, da Literatura, dos quadrinhos – é difícil porque, resumindo, ele não apresenta apenas uma visão de mundo, mas encerra em si UM mundo. E mundos são complexos demais.

Watchmen trata, fundamentalmente, da humanização e desconstrução dos heróis. Alan Moore pensou e passou para o papel como seria, de uma forma bem realística, se os super-heróis existissem realmente: como isso afetaria a sociedade, a política, a religião, os costumes, a tecnologia, a corrida espacial e tudo o mais. Como todos nós reagiríamos a justiceiros encapuzados que saíssem por aí lutando contra o crime? E se algum, ou alguns deles, tivessem super-poderes de verdade? Seria considerado um deus? Uma abominação? Um perigo para a humanidade? E quais seriam as verdadeiras razões para pessoas se vestirem de maneira espalhafatosa e arriscarem suas vidas para praticar heroísmo: um desvio psicológico (ou sexual), nobreza de espírito, tédio, desafio às autoridades?

Escrita em um momento de clímax da Guerra Fria, em que pairavam sobre a cabeça do mundo a ameaça de uma Terceira Guerra Mundial – desta vez nuclear – e a perspectiva de aniquilação total, a HQ transpira o medo, a desesperança e a neurose dos anos 1980 (assim como V de Vingança). E um quadrinho tão adulto, com temas adultos e linguagem adulta, mostrou para o mundo que a 9ª arte poderia – e deveria – ser também voltada para o público adulto. Sua importância e qualidade são tamanhas que foi considerada, pela revista Time, uma das 100 obras da Literatura mais importantes do Século XX (a única HQ da lista), ao lado de livros como 1984 de George Orwell (que exerceu grande influência sobre a obra de Alan Moore, como ele mesmo admitiu), dentre tantos outros grandes clássicos.

A edição publicada pela Panini Comics há alguns anos e republicada este ano – estava esgotada em todo lugar – tem o preço de capa de R$ 110, mas pode ser encontrada por muito menos (paguei R$ 66 na minha, comprada na editora FNAC). É uma edição definitiva e de luxo, com um acabamento fantástico, contendo papel especial, capa dura e extras fenomenais (que te permitem entrar na cabeça de Alan Moore no começo do processo de criação e entender de onde ele tirou muitas das suas ideias para os personagens e roteiro). É uma edição que vale muitíssimo à pena ter na estante e que recebeu o tratamento gráfico que merece (a recolorização digital feita pelo próprio John Higgins ficou espetacular).

Acho que não preciso nem dizer que recomendo a leitura de Watchmen. Levanta logo dessa cadeira e vai comprar/baixar e ler!


site: www.umaleitoraassidua.blogspot.com
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Rafa 03/10/2014

Filosofia, capitalismo, metafísica, religião, loucura, política e heróis com roupas extravagantes
A melhor História em Quadrinhos de todos os tempos. Fim.
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Matt 28/08/2013

História Alternativa trágica como a vida
Essa narrativa conta como o mundo seria diferente se, na década de 1960, os super-heróis *realmente* tivessem existido.

Claro que não estamos falando de super-heróis poderosos como a mulher-maravilha. Mas homens e mulheres com habilidades específicas, uma fantasia, máscara e poderoso senso de justiça, socando criminosos nas ruas imundas da cidade grande.

Nesse universo, de fato aparece um herói super-poderoso, praticamente invencível, chamado Mr. Manhattan. Um homem feito de energia, tão poderoso quanto um deus.

Ao invés de salvar o mundo - como provavelmente um Super-Man canônico dos quadrinhos faria - ele aumenta a tensão entre a URSS e os EUA. Ao invés de ser a salvação da *Humanidade*, ele é a salvação dos *Capitalistas*, e portanto, ameaça ao bloco Vermelho.

O resultado disso é previsível como 2 + 2. Vitória dos americanos no Vietnan, reeleição de Nixon, fortalecimento dos USA no oriente, aumento da tensão da guerra armada, e o Holocausto Nuclear à um botão de distância.

É aí que entra a genialidade da história. Os personagens inicialmente insignificantes diante da Guerra Atômica eminente, se completam, se inspiram, e se levantam - quase sem querer - contra o fim da Humanidade.

O paranoico e sociopata Rorschach e o sádico Comediante são inicialmente os pilares desse levante. Mas conforme a história avança, percebemos que o Grande Plano vai muito além do que os personagens poderiam sonhar.

E logo descobrimos que os super-heróis são pessoas incomuns, que transcendem parcialmente a trágica realidade humana de auto-destruição. Como o próprio Comediante deixa bem claro, ao partir para cima de civis junto com o vigilante Coruja:

- Precisamos protegê-los - diz Comediante.
E Coruja responde:
- Protegê-los de quem?
- De quem? - diz o Comediante, em risos - Ora! Deles mesmos!

Como se sabe, o livro foi transformado em filme pelo diretor Zack Snyder. Apesar dos geeks dos quadrinhos mimimirem sobre filme, ele foi uma adaptação muito boa. Poderosas referências aos anos 1960, com músicas que se encaixam perfeitamente nas cenas, e um visual extraordinário. Compensa ler os quadrinhos junto com o filme, porque a história se complementa. Fica mais fácil entender tudo o que se passa nos quadros da HQ Watchmen.
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gugadomal 22/05/2024

Leiam!!
Eu não teria lido se não fosse meu primo, porem eu nao me arrependi quando li, acho que esse é um dos meus quadrinhos favoritos, nao tenho palavras pra descrever essa maravilha
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