A Maçã no Escuro

A Maçã no Escuro Clarice Lispector




Resenhas - A Maçã No Escuro


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Edna 02/04/2020

Ñ colha nada antecipado
A Maçã no Escuro ? escrito em 1956 publicado em 1961 é 4° romance de Clarice Lispector e o mais longo com 334 pag.

"Ñ ter esperança era a coisa mais estúpida que podia acontecer a um homem."

Este é sem dúvida o livro de Clarice que mais entrei em questionamento, sofri e me entediei com o caminhar reflexivo do Personagem.

Martin é o único hóspede de um hotel cuja rota principal fora desviada e seus proprietários insistem em mante-lo por razões diversas como em Psicose que ocorre um fato bem parecido em ambos os personagens estão em fuga por um crime.

Em uma manhã Martin percebe que o carro do dono do Hotel ñ está no lugar e se inquieta com a idéia de que fora descoberto e foram entregá-lo, foge pela janela e sai caminhando pela floresta, pela areia, muito sol, fome e o remorso o consome, reflexões, tortura e angústia.

Toda a narrativa fica cansativa, com toda a reflexão dele, que é inconstante, pelo enorme vazio que o acompanha, as questões existenciais vem à tona, desencadeando um fluxo de consciência no leitor ao mergulhar na história de Martin.

Quando Ele chega a uma fazenda, conta uma história a melhor que podia para conseguir se instalar, e como um ajudante é contratado e vai conhecer Vitória, Ermelinda, e vão se aprofundar nas histórias que envolverão suas vidas, questões amorosas, família, memórias e saudades, Ele passa a se sentir outra pessoa, como se todo o caos tivesse desencadeado nele outros valores, ñ mais a questão do homem traído, sentimentos de baixeza e sim como sentir o sol, o calor do fogo, o sentir vivo, e conquistar a liberdade interior, uma história de recriação.

Um livro profundo, filosófico e com desfecho inacreditável, o qual envolve todo um suspense sobre o crime e ao final vc descobre que é o fato menos importante, como se a trajetória que importa e não o destino ao qual você quer chegar e todas as lições apreendidas literalmente.

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salomaocar 17/05/2020

Clarice como sempre incrível
Com personagens rebuscados mesmo num pacato cenário rural, Clarice nos envolve nos mistérios da mente humana.
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Elion.Gabriel 07/10/2020

Analogia: a criação e a epifania do homem.
?Respirou devagar e com cuidado: crescer do?i. Respirou muito devagar e com cuidado. Tornar-se do?i. O homem teve a penosa impressa?o de ter ido longe demais.?
Trecho de A mac?a? no escuro; LISPECTOR, C - 1961.
Nessa obra, acompanhamos o desenvolvimento de Martim, a partir do momento em que ele resolve fugir da cena de um crime. Vagando pela imensida?o de uma densa vegetac?a?o arbo?rea, em crises existenciais, ate? se deparar com uma fazenda, onde moravam Vito?ria e Ermelinda. Essa primeira, rude. A outra, doce, meiga e cheia de vida.
Essa trama, quase filoso?fica, apresenta ao leitor a ascensa?o dos personagens. Como suas personalidades foram criadas, como seus modelos de mundo sa?o trac?ados a partir de seus contatos entre si. Ela descreve a profundeza da alma, a amplitude dos sentimentos, a lo?gica das ac?o?es e a dor das conseque?ncias.
E? um livro difi?cil, onde questo?es muito superiores a compreensa?o do senso comum sa?o abordadas. O que nos resta e? aprender humildemente com ele.
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Silvana (@delivroemlivro) 05/01/2021

Não ser humano
"E um dos indiretos modos de entender é achar bonito."

Espantada, não sei o quanto entendi mas achei bonito! A leitura desse livro exercitou "músculos" que eu nem sabia que tinha: direto para a lista de favoritos! Que maravilha Clarice, obrigada!
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CarolBapt 16/01/2021

Que experiência interessante!
O livro é dividido em 3 partes e evolui grandiosamente por entre elas. A primeira parte, para mim, foi a mais difícil de ler, mas a terceira foi maravilhosa. Aos poucos, eu me envolvi cada vez mais com a história e com as epifanias dos personagens. E que final! Mais uma vez, Clarice me deixa confortavelmente desconfortável!
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lara rayssa 22/02/2021

o livro traz uma ótica existencialista e intimista capazes de proporcionar momentos epifânicos ao leitor. apresenta um grande grau de complexidade (para mim) com recorrentes fluxos de consciência. ótima experiência de leitura.
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Rodrigo 24/02/2021

Um mergulho na alma humana
Impressionante como Clarice consegue nos transbordar de sentimentos através de sua escrita. Impossível passar incólume após essa leitura! É um verdadeiro mergulho, de ponta cabeça, na psique humana.
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HeloAsa.Oliveira 01/04/2021

A maçã no escuro
O romance lançado em 1974,tem mais de trezentas páginas recheadas de símbolos e questões existenciais, a leitura é densa,mas libertadora. A obra tem como protagonista uma figura masculina e se divide em 3 partes: "Como se faz um homem", "Nascimento do herói" e " A maçã no escuro".

No começo da narrativa a leitura é bem fluída, já que o leitor acompanha a fuga de Martim depois de cometer o crime que vai ser ponto de partida para todo o desenvolvimento da história(mas já aviso que o crime só vai ser revelado na última parte).A partir da fuga de Martim,depois de cometer o crime, com 0 arrependimentos, ele foge por medo de ser preso. O crime significa o desprendimento do que a sociedade julga como certo e moral,Martim entra em um processo de libertação, em que o autoconhecimento, o isolamento e o pensamento vai render uns bons parágrafos de fluxo de consciência.

Depois de peregrinar, tendo contanto com a natureza e os animais , Martim procura abrigo e encontra uma fazenda, comandada por Vitória, ela vai contratá- lo para trabalhar ali.
Vitória representa o poder e a razão, enquanto sua prima, Ermelinda, representa a sensibilidade e a emoção, acontece entre eles uma espécie de triângulo amoroso.

É na fazenda que o homem vai reconstruir a sua humanidade, aliando o pensamento ao corpo, aqui Clarice trabalha com a ideia de corpo e alma, o corpo físico agora se cansa e sente desejos sexuais, além de tentar dar nome ás coisas que sente,deseja e tem medo. O que faz alguém mais humano do que a linguagem?

Por fim, o seu crime é relevado e a sua volta á civilização da qual fugia, é inevitável, já que ele será preso. Sua humanização foi reiventada com o crime e suas consequências. No final há uma concepção de que o corpo e a alma são prisões, ser humano de uma maneira geral, é viver sem compreender o sentido da vida e o desmaparo do criador.

A maçã em sua concepção bíblica, é o fruto proibido que trás o conhecimento, Martim está na escuridão e come do fruto, comete um crime, para que ele se encontre e se descubra humano de novo.
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26/04/2021

Por algum motivo, essa não acabou por ser minha leitura mais fluida de Clarice e eu só o recomendaria a quem já está verdadeiramente acostumado com o estilo da autora.
Dito isso, quanta poesia! O estranhamento inicial por se tratar de um protagonista masculino- algo incomum para a autora- logo é substituído por um encantamento narrativo por meio das divagações e indagações impostas à Martim sobre a vida e o seu significado.
"O coração daquele homem bateu grande e confuso, reconhecendo. Ser uma pessoa era ser isso tudo."
Trata-se, por fim, de um romance denso, grandioso. É preciso, porém, estar pronto para tamanha grandiosidade.
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