Regiane 06/03/2012
Não superou minhas expectativas
“ Sua garganta se fechou. A voz dela, preenchendo sua cabeça, era delicada, musical, sexy em sua inocência. Mikhail não sentia nada há séculos; seu corpo não havia desejado uma mulher em centenas de anos. Agora, ouvindo a voz dela, a voz de uma humana, ele estava impressionado com o fogo nas próprias veias. ”
A história do livro descreve sobre Os Cárpatos: um povo com uma sabedoria sem igual, que possui poderes incríveis - eles têm a capacidade de se transformarem em lobos, corujas, etc, além de se comunicarem mentalmente entre eles, com seres humanos e até mesmo com os animais.
Essa raça ancestral é liderada pelo Príncipe Mikhail Dubrinksy: o qual andava desesperado, com medo de se perder para sempre na escuridão, pelos anos vivenciados de pura solidão. No mesmo momento que sua esperança se esgota, ele é resgatado das trevas pela bela voz, cheia de amor e ternura de Raven Whitney. Uma jovem delicada e gentil, que através do incrível dom de telepatia que possui, sempre ajudou na captura dos mais terríveis serial-killers.
Quando Mikhail e Raven se conhecem, eles instantaneamente se sentem atraídos um pelo outro e por conta disso, torna-se impossível de resistir aos desejos de suas almas. Mas essa união promete ser perigosa, pois forças sombrias tentarão de todas as formas destruir esse amor. Será que mesmo sendo de mundos tão diferentes, um Cárpato e uma humana poderão vencer todas as barreiras e construir um futuro juntos?
Quando eu vi que a editora Universo dos Livros iria lançar esse livro, eu fiquei super empolgada para lê-lo. Apesar de ter gostado da leitura, infelizmente não superou minhas expectativas, mas de qualquer forma, fiquei curiosa para ler a continuação da série.
A narração de Christine Feehan é bem desenvolvida e rica e detalhada. Por ser em 3° pessoa, o leitor tem o privilégio de ver a história em visões diferentes, isto é, do ponto de vista de mais de um personagem. Os diálogos entre Mikhail e Raven que me incomodaram um pouco, pois tive a impressão - em diversas ocasiões - de soarem um tanto forçados, além disso, no início do livro, eu fiquei confusa por eles se comunicarem apenas por telepatia, portanto eu tive que reler para entender o que estava se passando. Depois eu me acostumei.
A maioria dos personagens é agradável e me chamaram a atenção. Raven é doce e tem um coração enorme, porém me irritou praticamente o tempo todo, por ser tão teimosa e estar sempre se metendo em perigo. Mikhail é misterioso, sedutor e totalmente apaixonante, mas ao mesmo tempo bastante obsessivo. É a maneira que ele tem como proteger as mulheres - já que elas representam a luz para o seu povo - mas me incomodou um pouco. Gregori é até mais fiel aos seus costumes, porém ele tem um charme que é até difícil de explicar. Pelo que eu andei lendo sobre a série, ele vai ter um destaque maior no 4° livro. Não tenho muito o que falar de Jacques, pois não apareceu tanto quanto eu gostaria, mas o que a autora apresentou sobre ele, me fez admirá-lo. O inimigo principal me deu nojo, de tão maldoso e repugnante que ele provou ser, mas tenho que admitir que a autora o construiu muito bem.
Eu achei que o romance entre o casal de protagonistas aconteceu muito rápido. Eu sei que se sentiram atraídos imediatamente, que o desejo entre eles é até surreal, mas mesmo assim, eu preferia que Raven tivesse sido um pouco mais "difícil" e que Mikhail ralasse nem que fosse um pouco, para conquistá-la - mesmo ele tendo um poder de sedução sobre-humano.
A revisão do livro ficou muito a desejar. Eu encontrei diversos erros que me deixaram espantada, além disso, dificultou muito a leitura e a compreensão de algumas partes. Já li outros títulos da editora, mas nenhum outro chegou a ponto de ter essas falhas em relação à diagramação.
As cenas que envolvem ação, são esporádicas, mas quando ocorrem, são capazes de prender totalmente a atenção, pois são bem intrigantes. O relacionamento de Raven e Mikhail é o foco principal da história, portanto o romance vivenciado no livro é completamente caliente - com descrições de sexo explícito. Só que não se preocupem, pois não são vulgares. A autora tomou cuidado quanto a isso. Em todo caso, eu não recomendaria para menores.
Umas das coisas que mais me chamaram a atenção, foi a mitologia que a autora criou em torno dos Cárpatos: A sensibilidade que eles possuem em relação a natureza, o poder de contato com animais e o quanto eles valorizam suas mulheres. Feehan sabe onde está pisando quando se trata de temática sobrenatural. Ela é bem criativa, e deve ser muito mais além do que eu possa imaginar, já que essa série conta com mais de 20 livros. Só não sei, se consigo acompanhar algo tão longo, até o fim.