A Normalista

A Normalista Adolfo Caminha




Resenhas - A Normalista


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Clio0 23/05/2022

Obra de cunho Naturalista, pode chocar aqueles que esperam que os clássicos sejam livres de perversões e crimes passionais. Pois é isso mesmo que ela retrata: a pedofilia, o desamparo e a desigualdade nas relações familiares.

É uma história tão nossa conhecida mesmo nos dias de hoje que é possível desvendar o enredo já no primeiro capítulo. A mãe morta, o pai ausente, e uma menina bonita criada por padrinhos sem relação consanguínea (algo que o pedófilo em questão faz questão de frisar).

Talvez descrever a sedução de Maria do Carmo como pedofilia possa parecer um pouco exagerado desde que ela só ocorre quando a personagem em questão conta dezesseis anos. Porém, a própria relação de poder de João da Mata sobre ela que já poderia implicar o estupro de vulnerável é também fundada na estranha obsessão que ele apresenta quando ela ainda é criança.

Os outros personagens - o irresponsável e sedutor Zuza, a madrinha alienada, a amiga mal-falada - apenas reforçam o abandono de Maria do Carmo, a ignorância e o descaso que perpetuam o abuso e a miséria.

É uma história pesada da literatura nacional que deveria ser mais discutida já que esse tema continua atual.
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Diego Lima 11/09/2022

A história ocorre na capital do Ceará do século dezenove, onde presenciaremos o desenvolver de Maria do Carmo, a qual precisou mudar-se quando criança para a capital e morar com o padrinho devido a soma de alguns ocorridos. Acompanharemos todo seu crescimento físico, intelectual e emocional, porém, numa jornada de dor, dúvidas e sofrimentos.

Além de passearmos por alguns locais ainda preservados em Fortaleza, vamos presenciar um pouco dos costumes do final do século XIX: a forma como enxergavam a convivência humana, o que era dito como certo e errado, como as informações eram repassadas, uma vez que não existia internet naquela época, enfim, é uma experiência excelente de comparação das épocas.

Sou de Fortaleza/CE e, foi bastante satisfatório a citação de alguns pontos turísticos e bairros os quais ainda existem nos dias atuais; é notória a mudança das relações atuais, bem como, ainda notar as algumas raízes preservadas. Sobre o livro é uma leitura um pouco diferente das contemporâneas no sentido da construção narrativa, não ficando claro o curso da história em alguns momentos, todavia, é uma história bastante interessante com momentos marcantes.
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Bia 31/08/2020

Nojo
Foi o que eu sentir lendo esse livro, é uma leitura bem difícil mas ao mesmo tempo fascinante. Foi escrita a muito tempo atrás , porém é tão atual ,o abuso sexual , a mulher sendo julgada pela sociedade e como uma casamento pode fazer a mulher ser bem vista e o homem sempre conseguir sair imune .

Eu já tinha lido antes, mas não tinha me apegado tanto a história como agora.

Com certeza uma leitura que vai fica marcada na minha memória.
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Lucas_Callisto 17/04/2023

Vou te contar o que não é normal.
Bueno, to até pensando se comento, acho que talvez preferiria esquecer. Tirando "O Cortiço", os clássicos que ja li até agora foi de enxerido mesmo, pois a história deles não me cativaram pela sinopse, o que me fez começar a ler sem saber do que se trata - e comecei logo com esse livro. O pior, é que odeio ler algo que me deixa com notas de repúdio, e aqui temos: uma pedofilia nojenta.

Não sei se o objetivo era causar incômodo, se foi me desculpe Adolfo Caminha, você gerou mais do que isso, mas em resumo é o seguinte: temos a Maria, um ADOLESCENTE de 15 anos, que vivenciou A Grande Seca, o pior período de uma no nosso Brasil, e aqui no nordeste. Ela ficou órfã, os pais morreram depois de entregá-la ao padrinho, indigente esse que futuramente começa a ter desejos sexuais pela própria afilhada.

Ele fica revoltado pois ela gosta do Zuza (que já é estudante de direito, que vida, coitada) e ele também gosta dela. Esse padrinho... é doente, fica com ciúmes e planeja conquistar a garota. Terminou com a mulher dele e ficou assediando a Maria. GENTE, ele a proíbe de ver o garoto e fica assediando ela, que simplesmente deixa pra poder conseguir ver o Zuza! NÃO, e quando ela soube que o Zuza tinha ido embora? Nesse momento frágil ele entrou no quarto delaaaaa, ASSEDIOU SEXUALMENTE E ELA ENGRAVIDOU DELEEEEEEE!

Tem umas coisas sobre a cidade de Recife (my city), falando das ruas, dos bairros, e eu "oh my God, i know these places", but, a problemática desse livro foi tão pesada que não deu nem pra sentir algo momentaneamente bom. As palavras desse verme me nausearam, as investidas dele me consumiram em raiva, odeio essa história.

Não sei se foi minha edição, mas algumas coisas sobre pontuação têm que ser revisado, principalmente nas falas dos personagens, ficou uma bagunça. A narrativa é ok, a escrita também e a ambientação é simples. Nenhuma característica do autor foi memorável para mim.

Mas o que me pegou foi quando eu vi pessoas falando de incesto, e ressaltando que isso É UMA REALIDADE DO NORDESTE.

Vou me abster.

A resenha contém spoiler, e não to nem aí, tchau.
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Léa Diógenes 27/12/2021

Um verdadeiro passeio por Fortaleza
Iniciei a leitura desse livro sem muitas expectativas, na verdade, a única expectativa que eu tinha era encontrar uma linguagem difícil e ultrapassada. Mas para a minha surpresa logo nos primeiros capítulos fiquei chocada pelo tema que o autor estava apresentando, fico imaginando o impacto que esse livro causou na época do seu lançamento.

Aqui o autor não só aborda o abuso sexual e pedofilia, mas também o papel da mulher na sociedade da época, além de várias críticas sobre o comportamento da sociedade fortalezense. É um livro perfeito para ser trabalhado na sala de aula das escolas cearenses, tanto na disciplina de literatura quanto na disciplina de História.

Amei conhecer uma Fortaleza Histórica, o autor fez questão de inserir no enredo ruas e locais que até hoje existem.

De fato, um livro surpreendente. O único ponto negativo é que o final para mim foi um pouco corrido.
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Luana 05/08/2023

Adolfo Carminha tem uma escrita limpa e fluida, é um clássico fácil de ler, mas difícil de digerir. O aspecto naturalista leva interesse ao teor da história, o que a deixa até certo ponto interessante, mas depois acaba ficando muito chata e monótona. O livro traz um sentimento de repulsa e nojo para os personagens e, nos leva a sentir pena da pobre Maria, mas confesso que esse livro não foi o mais repugnante que já li com esse tema. Odeio profundamente João da mata pelo que ele fez, e me deu ódio ler o que ele fez com a Maria, além do fato, de que a menina aceitou tudo com medo que fosse expulsa do único lugar que ela conhecia como um lar. É uma leitura difícil para quem tem traumas, tem passagens pesadas e nos mostra o ser desprezível que a humanidade pode se tornar.

?Duvidava às vezes, mas não perdia toda a confiança, porque amava deveras, e o amor transforma a pessoa ou objeto querido numa espécie de ídolo, que a gente adora como a um modelo de virtudes incomparáveis ?
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Lady Araujo 17/01/2011

Retirado do meu blog - antenaliteraria.blogspot.com
Apartir da segunda metade do século XIX, acontecimentos e novas teorias eram apresentados ao mundo. Os estudos de Charles Darwin modificaram o modo de pensar de muitas pessoas. A criação de uma nova escola literária fundamentada no evolucionismo e oposta a anterior (o romantismo) revoluciona as artes e choca o público. Esse era o Naturalismo, uma escola que está relacionada ao Realismo. Que tem como características a livre manifestação do sentimento animal presente nas pessoas, a demonstração da realidade nua e crua e a afirmação da influência do meio no homem.
No Ceará, Adolfo Caminha se destaca como escritor naturalista. Nascido em Aracati, ajudou a fundar o movimento artístico-literário Padaria Espiritual e publicou contos e poesias. Apaixonou-se e teve um caso amoroso com Isabel Jataí, casada, e por isso enfrentou muitas críticas e foi demitido do seu cargo na Marinha. Muitos afirmam que esse seria o motivo que levou Caminha a escrever e publicar no ano de 1893 o romance naturalista A Normalista.
No romance a intenção do autor fica clara, em muitos trechos ele critica abertamente a podridão da sociedade cearense do século XIX.
Maria do Carmo, a personagem principal, estudante da Escola Normal (daí o título) é uma moça recatada e ingênua que perde os pais na seca de 77 e vai morar com seu padrinho João da Mata, um homem asqueroso, e sua madrinha D.Terezinha em Fortaleza. Maria é constantemente assediada pelo padrinho e sua madrinha faz "vista grossa". Ela apaixona-se por Zuza, filho de um coronel, que gosta dela mas que não faz muitos sacrifícios para ficarem juntos. Diversas vezes, Zuza fala do atraso cultural de Fortaleza e de seus moradores. Maria sede às vontades de João da Mata, iludida com a permissão do seu casório com Zuza.Mas Zuza volta a Recife para terminar seus estudos e Maria se vê usada e sozinha.
O leitor se enche de compaixão e revolta ao ler a história de Maria do Carmo, a presença do realismo é tão forte que nos perguntamos, quantas marias da vida real já passaram por isso?
Quantas já sofreram caladas abusos por não terem saída, por não terem apoio de pessoas que sabiam, mais que preferiram fingir que nada acontecia?
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Afranio.Cunha 13/12/2020

Um digno representante do Naturalismo Brasileiro
Adolfo Caminha descreve em seu livro a Normalista um Fortaleza provinciana do final do Séc. XIX com seus ares de cidade pequena e suas fofocas familiares. Uma sociedade em formação que a vida privada ainda despertava interesses bem maiores que a vida pública. Encontramos os traços de uma cidade que ainda reconhecemos nos dias atuais, mesmo ficando cada dia mais distante, pois Fortaleza hoje é uma cidade muito grande e profundamente desigual e daí muito das suas mazelas atuais. Mas o que mais me chamou atenção nesse romance foi Maria do Carmo a morena com olhos cor de azeitonas. Uma Normalista muito bonita que não teve a mesma projeção da Capitu de Machado de Assis.
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otxjunior 09/03/2021

A Normalista, Adolfo Caminha
De cara pulei o texto de apresentação para escapar de spoilers e estava certo, mas não esperava uma crítica tão mordaz à obra quando retornei à introdução de Samir Savon ao final da leitura. Sei também que muitos leitores torcem o nariz para a escola literária naturalista. O que me deixou perguntando se há defensores deste movimento, que marcou um importante período da literatura brasileira do Século XIX.
Hoje não deve haver muitos adeptos, pois muitos dos temas (clichês, segundo Savon) do naturalismo científico devem acionar gatilhos nos leitores contemporâneos ao girarem principalmente em torno de crimes sexuais; e A Normalista abusa deles. Ou pior, é abusada. Não só por seu padrinho asqueroso (não foi fácil ler que "um bom útero é tudo na mulher: equivale a um bom cérebro!" no dia internacional da mulher), mas por seu pretendente a noivo (com quem simpatizei levianamente em sua opinião favorável a Recife em relação a Fortaleza) e até em sonho, atacada pelo esteriótipo injusto do negro violento. A irresponsabilidade de todos os envolvidos, inclusive da vítima, é só uma entre as perversidades provocadoras da filosofia de Adolfo Caminha.
A crítica ao velho jeitinho brasileiro que aparece justificado pelo meio "tranquilo e dormente" está presente em toda a narrativa, no âmbito público e privado de cada personagem, até pouco sutilmente. São nas descrições de cenas e cenários típicos que o autor brilha: uma festa de casamento abarrotada ou um enterro de um aristocrata, ou ainda a paisagem rural a partir de um "êxodo urbano" forçado. Aliás, tentar reconhecer pontos da capital cearense, bairrismo à parte, foi particularmente delicioso. Digo tentar porque nas poucas páginas do romance o ambiente passa por profundas transformações que ajudam a compreender o estado atual das instituições. Muito e pouco mudou. Neste ponto, os naturalistas estavam certos, em suas teorias, a noção de evolução é gradual.
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Samira_santos 06/11/2022

CAMINHA, A.
A Normalista é um romance que se passa no Ceará, em um contexto pós-seca e conta história de Maria do Carmo, uma jovem órfã que é criada pelos padrinhos, tratada como filha e etc. Até a chegada de sua mocidade, quando Maria do Carmo começa a ser vista como mulher, as coisas mudam e ela passa a se encontrar em uma situação delicada.
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Ulissis Henrique 20/10/2021

Um romance real
Para quem gosta do clássico brasileiro, indico muito A normalista. O escritor apresenta um panorama de costumes da sociedade cearense da época. Com foco em Fortaleza, ele mostra características como a sordidez e mesquinhez presentes na vida social da cidade daquele período.
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Lia Trajano 01/04/2021

1 /04/2021
Com essa história o autor ilustrou coisas que aconteciam muito na sociedade da época.
Época que muito chamam de "bons tempos, quando havia respeito" Sim, muito respeito.?
A protagonista achei muito fraca, mas tem que levar em consideração a época e o contexto da vida dela.
Gostei do final. Acho que a única coisa que me identifico com João da Mata foi sua opinião sobre a proclamação da república.
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Sara 01/07/2020

Nostálgico ler sobre Fortaleza de antigamente. Gostei da abordagem sobre a seca, que aconteceu antes dos acontecimentos envolvendo o arco principal da normalista. É uma história triste, mas importante.
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