Carlos Nunes 08/10/2018
A saga RAMSÉS - volume IV
Após a Batalha de Kadesh, os impérios egípcio e hitita chegam a um acordo de paz, depois de muita diplomacia e reviravoltas. Mas, no Egito, duas situações vão surgindo na surdina: a conspiração dos opositores de Ramsés, liderados por seu irmão Chenar e o retorno de Moisés, que se diz enviado por Jeová para guiar o povo hebreu para a Terra Prometida, e com isso pondo em dúvida sua amizade e obediência ao faraó. Durante esses acontecimentos, Ramsés continua dedicado a fazer um bom governo e manter o Egito unificado e em paz, coroando suas ações com a construção de mais uma obra monumental: um templo duplo, dedicado a ele e à sua esposa Nefertari, nas fronteiras da Núbia, como lembrete de sua autoridade sobre as Duas Terras do Egito.
Esse volume já tem uma narrativa mais diversificada, com o foco narrativo mais diluído entre grupos de personagens e cenários diferentes, com maior quantidade de acontecimentos, e com isso, consegue manter o interesse pela história bem ativo. Mas o autor não mantém uma coerência em relação à narrativa mais realista ou fantasiosa, utilizando ambas a seu bel-prazer. Exemplo: enquanto tenta explicar as pragas do Egito e o Êxodo (incluindo aí a passagem do Mar Vermelho) de forma real e até um pouco científica, em outros momentos apela para poderes mágicos e/ou manifestações divinas para solução de dificuldades. Outros detalhes, mesmo bobos, me chamaram a atenção (animais com raciocínio humano, ou a referência à região como Oriente Médio - algo totalmente ilógico para alguém vivendo no Egito, muito menos naquela época). Os problemas de escrita pobre e revisão falha também não ajudam.