Diário da queda

Diário da queda Michel Laub




Resenhas - Diário da Queda


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Euler 04/05/2021

Eu queria dizer pro Laub que eu dei uma chorada na p 147 porque não há história que mais me pegue do que de um pai que adoece e de repente a vida passa a ser a coisa mais importante da nossa vida e pouco importa se é clichê e o livro não seja sobre isso. Diário da Queda narra a história de três gerações, o narrador que deixa o amigo sofrer uma queda em pleno aniversário por não segurá-lo, do seu avô que sobreviveu a Auschwitz - a palavra se repete tanto num efeito de esgarçar e minimizar o significado já dado e é interessante acompanhar esse jogo -, e do pai na iminência do Alzheimer. Em comum, o trauma de um familiar que viveu o horror do nazismo e como isso reverbera nas próximas gerações, e a necessidade de tentar entender a vida, na escrita de um diário - inclusive, o texto é a versão do protagonista, com excertos do seu pai e avô. Com fragmentos curtos, o texto avança sem que a gente perceba. Acho que uma das coisas que mais gosto na escrita desse autor é a facilidade com que ele brinca com as micro narrativas do romance e como ele retoma as coisas numa brincadeira com a repetição, e o deboche. O tratamento não maniqueísta dado aos sobreviventes do Auschwitz é também uma coisa que vale muito a pena e que foge a rota de outros romances que tocam no tema. A metáfora da queda perpassa todo o livro, na relação com o amigo, da forma que o avô não consegue lidar com os traumas, no envelhecimento/adoecimento do pai, e na relação que o narrador tem com o alcoolismo.
como dizia meu tio: escorrego não é queda é jeito que o corpo dá. Ou seja, o corpo precisa cair pra continuar.Caiam nessa leitura .??
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Ocelo.Moreira 14/01/2020

Memórias Fragmentadas
Ficção e realidade se misturam nesse livro escrito de maneira simples e impactante. O livro se trata de uma reflexão pelo próprio autor a partir dos seus 13 anos.

Tal reflexão perpassa três gerações onde sua história parece ser uma só, apenas parece, mas são lembranças que se juntam de forma fragmentada.

O livro na verdade é uma viagem inusitada pela memória de um homem no momento em que ele precisa fazer a escolha que mudará para sempre sua vida.

Esse é o segundo livro do autor que leio, o primeiro foi "A maçã envenenada", muito bom também. Mas gostei um pouco mais desse por ser mais direto e conciso.
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Rodrigo1001 11/08/2019

Impactante e confessional (Sem Spoilers)
Uma das principais vozes da literatura brasileira contemporânea, Michel Laub é um escritor e jornalista gaúcho autor de oito livros publicados em treze países e dez idiomas. Leitura obrigatória do vestibular da UFRGS, Diário da Queda narra histórias de três gerações de uma mesma família - filho, pai e avô - que lidam de modos distintos com suas memórias, dilemas e conflitos.

Já nas primeiras páginas, o filho, que é o narrador principal, adianta para o leitor o tom em torno do qual o relato orbitará: um tom íntimo, confessional, particular. A memória é o que constrói a narrativa de "Diário da Queda" e a maneira como o enredo é construído coloca o leitor no papel de confidente. Você está lendo um diário, quase como um invasor, pois não há convite prévio.

Talvez seu ponto mais forte, os três personagens principais são muito bem construídos e terrivelmente críveis. Perpetuamente marcado pelo seu passado, os dramas do narrador principal transportam o leitor para as relações dessa família, em um compasso cadente e intempestivo.

O livro é muito bonito, apesar de toda a dor que carrega. A escrita de Michel Laub é contundente, com frases longas, sintaticamente trabalhadas, que adia por alguns momentos o clímax do enunciado, e a trama desemboca em um desfecho inesperado e trágico-barra-bonito.

Dito isso, esse não é um livro para todos. Como ele não entrega tudo de bandeja, cabe ao leitor interpretar algumas passagens para entender, de fato, o que se passa ali. Não é um livro Walita, que simplifica a vida. Mostra, pelo contrário, as entranhas de um relacionamento familiar conturbado, como muitos dos relacionamentos que vemos por aí. O autor se utiliza da repetição para realçar os sentimentos do narrador e deste para outros personagens. Há uma espiral de remorso, medo, arrependimento e desorientação que requer um certo olhar atento ao que não está escrito, ao que está nas entrelinhas.

Então, se você tem facilidade pra entender e gosta de livros que não entregam tudo de bandeja, esse livro vai te agradar. Se você se interessa por temas como judaísmo, alcoolismo, paternidade e relacionamento, também vai gostar.

Por fim, me pareceu claro o esforço do autor de não querer somente contar uma história de reavaliação da vida numa situação-limite, como se a perspectiva do fim de alguém próximo nos fizesse ver o quanto tudo o mais é desimportante. O livro vai além disso e me deu muito o que pensar.

Ironicamente, um dos pilares da narrativa é a relação do narrador com seu pai.

Hoje é dia dos pais.

Dia em que os tentáculos da saudade me agarram com potência máxima.

Os tentáculos desse livro, que me deu imenso prazer na leitura, ficarão comigo por um bom tempo também, até tirá-lo novamente da estante.

Pela lindeza de livro e sua profundidade, leva 5 de 5 estrelas.
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Wellington.Pimente 04/03/2021

Surpreende.
Um livro que me surpreendeu da melhor forma. Normalmente os livros que abordam sobre memórias do autor, na quase totalidade do que li até agora, são chatos, enfadonhos e há muitas palavras que não levam a nada. O autor Michel Laub consegue fugir de tudo isso e por isso tive uma leitura prazerosa e principalmente me sensibilizou ao adentrar a esse mundo tão singular.
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Sally.Rosalin 19/01/2015

Diário da queda
Escrita por um autor brasileiro, Diário da Queda é uma obra de ficção e autobiografia. Gira em torno de três gerações de uma família judia e o foco é o trauma pessoal que cada integrante dessa família carrega. O avô do personagem central foi prisioneiro de Auschwitz, sendo esse seu trauma. Ao cometer suicídio, torna o ato o trauma do seu filho e pai do personagem já citado. Já o trauma desse é a participação em uma brincadeira de aniversário entre alunos judeus com um aluno não judeu, por nome João. Após essa tragédia, ele muda de escola, mas passa a agora a ser perseguido por ser judeu em uma escola não judaica. O autor vai misturando passado e presente e aborda o tema alcoolismo, citando também o livro até então por mim desconhecido "É isto um homem?" Primo Levi. Temas conflituosos, mas escritos com leveza e possíveis de trabalhar até em sala de aula.
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Cris 02/11/2011

Doário da queda - Michel laub
A queda. Pequenos ou grandes gestos infantis que nos definiem por toda a vida. Não é que definam mas contiuem o que somos e seremos. Gestos que ficam escondidos até que um fato qualquer, profundo ou raso, desencadeie uma lembrança.
Uma mão recolhida na hora errada e a queda. Ou teria sido a hora certa? Segundo os propósitos e intenções daquele momento específico, não poderia ter sido na hora mais correta. Mas o que agora é certo, pode de um minuto para outro passar a erro. E depois o arrependimento dá conta de criar uma história e uma tentativa de perdão. Que pode ser frustrada. Ou não.
Infância e adolescência são as épocas da maldade. A maldade que não parece ser má. Não para quem faz parte daquele universo. Só mais recentemente é que os adultos invetaram o bulling. E com isso implantaram as suas leis a um outro universo. É algo mais ou menos como tentar aplicar a lei da gravidade a um universo paralelo. Pode funcionar, mas não faz sentido.
Não que o bulling seja algo "legal". Não é. E comc erteza causa muitos traumas. Mas como ouvi desde sempre: o que não mata engorda e nos faz crescer. É a infância e a adolescência com toda sua luta por sobrevivência que nos torna fortes. As vezes até parece que os adultos esqueceram por tudo o que também tiveram que passar. É como se não houvessem tido uma adolescência. Esquecem-se de que são o que são por conta de tudo que tiveram que passar e suportar.
Diário da queda é sobre a luta pela vida. Sobre como é difícil e fácil para um jovem sobreviver. Sobre ganhar e perder amigos. Sobre escolhas e revoltas. Sobre aceitação. Ou não. Talvez, sobre resignação.
É sobre a luta adolescente que nunca nos abandona. Sobre a farsa de ser adulto. Sobre o fingimento de uma mundo inteiro. E ninguém fala sobre isso.
A vida é cruel. Ou engraçada. É tudo uma questão de ponto de vista. A vida é uma caixinha de recordações. De recortes que guardamos do livro de nossa vida. Fotos coloridas e preto e brancas. Frases soltas anotadas nas beiradas das recordações.
A vida é um diário. Daqueles que escrevemos para mais ninguém. Daqueles que escondemos com a ânsia secreta de que alguém descubra. Não há motivo para o registro que não queriamos que alguém leia. Se é realmente um segredo, não precisa de papel.
Diário da queda pode ser também sobre a questão judaíca. Mas isso não me diz muito. O próprio personagem não dá muita atenção a isso. É outro tempo. E algumas memórias podem ser esquecidas. Não podem é ser repetidas.
(Cristiano Lenz)
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El Chengue Morales 05/02/2021

Um jornal entrevistou os candidatos à prefeitura para 2020 e perguntou qual era o livro preferido de cada um, com a condição de que este livro se passasse em Porto Alegre. Fiquei decepcionado comigo mesmo pois alguns candidatos desprezíveis citaram títulos enquanto eu não consegui lembrar de nenhum livro lido que se passasse na minha cidade, Porto Alegre.

Hoje finalizei este livro que tem Porto Alegre como a cidade onde diversas lembranças são narradas, e estou feliz comigo mesmo pela leitura e porque agora posso responder a pergunta do jornal, caso venha a ser candidato (não pretendo). Também agradeço ao Michel por escrever este belo livro, de modo que não sentirei vergonha ao dizer que este foi meu livro preferido baseado (parcialmente) em Porto Alegre.

O livro conta histórias de um avô em Auschwitz e de um pai e filho em Porto Alegre. No começo fiquei um pouco confuso com a maneira com que o livro é organizado, mas depois isso começa a fazer sentido e da dinamismo à leitura. Terminei o livro em um dia das minhas férias.
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Marina Fülber 12/05/2024

Devo ser das poucas pessoas que ama as leituras obrigatórias do vestibular. Normalmente já pegam os livros meio a contragosto pela obrigatoriedade, mas eu vou com todo o prazer possível e ainda me surpreendo, por ser melhor do que eu imaginava.
O Diário da Queda é simplesmente maravilhoso. O narrador conta sobre a própria vida falando da vida do avô, do pai e do amigo João, e usa a história de todos esses pra compreender sua própria vida. É uma análise psicológica dele mesmo, é um retrato de como a vida dos outros influencia na nossa, de como, mesmo sem perceber, temos traumas dos traumas dos outros que têm traumas dos traumas dos outros, que afetam de uma forma sem tamanho nossa existência.
Os capítulos têm nomes de "coisas que sei sobre meu avô", "coisas que sei sobre meu pai" e "coisas que sei sobre mim", mas, no fim, o livro todo é sobre ele próprio. O processo é incrível. A escrita é incrível. Sem linearidade, separada por parágrafos numerados, pulando da vida de um pra outro, de um acontecimento pro outro, ele nos leva a cada trecho construindo os motivos de ele ser hoje, aos 40 anos, com dois casamentos frustrados e tentando um terceiro, do jeito que é.
Eu não consigo ser muito objetiva quando falo sobre algo que me encantei tanto como esse livro. Ele mexeu comigo. Mexeu comigo porque o livro todo mexe com o personagem, o livro todo fala de traumas, de vivências, de acontecimentos fortes e marcantes da vida dos quatro, mas que foram, acima de tudo, marcantes pro narrador. Também me fez pensar sobre o quanto de mim é mesmo meu, e não algo proveniente dos acontecimentos com meus pais, com as pessoas ao meu redor, com meus antepassados que sequer conheci.
É o diário da queda de João no aniversário, da queda do avô no suicídio, da queda do pai no alzheimer, da queda do narrador no alcoolismo. Cada um, na sua queda, caindo mais fundo, por estar caindo, além de sua queda, a queda que o outro não sentiu.
Não sei me explicar. Apenas leiam. Vale a pena demais. Que, aliás, não é pena nenhuma.

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Aurélio prof Literatura 26/07/2019minha estante
Muito boa a análise, é isso mesmo. Parabéns!! Depois veja a resenha que fiz.




Henrique 17/11/2017

Relatos dolorosos e vivos.
É difícil descrever o turbilhão de sentimentos que a leitura desse livro te proporciona. Me senti ansioso, angustiado, sufocado, nervoso, tudo ao mesmo tempo. A maneira como o autor consegue inserir o leitor na história é fascinante e convincente. Tu se sentes dentro da história, em cada momento, sendo narrando o passado do avô, do pai ou da infância do protagonista. É um livro que vale muito a pena ler.
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Aurélio prof Literatura 26/07/2019

Pode o perseguido se tornar o perseguidor?
[15:23, 26/7/2019] Aurelio : Diário da queda é uma narrativa contada por um jovem rapaz que é descendente de judeus e participa de um quase homicídio. Um de seus colegas de classe é jogado para cima por outros estudantes da mesma sala para comemorar sua passagem de ano - o aniversariante fazia 13 anos. Tal forma de comemoração é proveniente da cultura judia onde o aniversariante é jogado para cima até contabilizar o número de anos que fará na passagem de seu aniversário. O adolescente, chamado João, não é amparado pelos colegas na 13º vez, cai e fratura seriamente suas costelas, o que quase o deixa paralítico não fossem as cirurgias feitas bem como as fisioterapias. Além disso, o narrador conta a difícil relação que teve com o pai. Pois eles não se comunicavam muito bem, e tal falta de interação já vinha da época do avô que também não se comunicava com o pai do narrador, porque o avô paterno tinha sido um prisioneiro nos campos de concentração de Auschwitz, na Polônia. O genitor passa a contar sobre a vida do avô (o que é possível lembrar), bem como a referência ao campo de concentração de Auschwitz. Porém, como se tratam de gerações diferentes, o narrador parece não dar a mínima importância para o que o avô vivenciou até descobrir por si só o que era ser realmente judeu (na 2ª escola dele, o narrador é perseguido pelos colegas). Ao ir narrando sua vida e o relacionamento com o seu pai o narrador tenta entender o que aconteceu em Auschwitz, pois as informações são colhidas no diário - cadernos - do avô, mas sem muitas informações precisas do que de fato aconteceu lá. Tais informações não são elucidativas visto que fica nas entrelinhas que devido aos horrores vivenciados pelo avô no campo de concentração, ele não conseguiu por no papel o que testemunhou nos anos em que fora prisioneiro. Outra questão que é vista na obra é que o narrador quando estudava na sua primeira escola, que era voltada para judeus passou a perseguir e a maltratar o colega de classe chamado João. E o autor põe em debate e reflexão que o perseguido pode em determinado contexto vir a ser o perseguidor. Depois que o narrador deixou João cair e se machucar gravemente, ele começa a avaliar a crueldade a que chegou e começou a refletir que o seu avô fora perseguido, preso e quase morreu em um campo de concentração, enquanto o neto vivia em condições relativamente boas (seu pai era de classe média), perseguia e maltratava um colega não judeu de sua sala. Para tentar esquecer o que foi descobrindo sobre o avô, sobre Auschwitz e sobre João o narrador começa a beber.
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Adriana1161 29/04/2016

Diferentão
Achei interessante o fato do livro ser escrito em forma de tópicos. o autor vai contando os fatos ironicamente, com certo complexo de culpa.
A visão de um menino adolescente típico, o livro começa a girar em torno de uma Ideia fixa
Em alguns trechos, lembra a escrita de Carlo Ruiz Zaffon, espacialmente em O Príncipe da Névoa", seu primeiro e premiado romance.
Os únicos capítulos que não são em formato de tópicos são os denominados Notas!
Curioso!
É um livro em que o modo de ser escrito acaba sendo mais marcante do que o conteúdo.
Um pouco repetitivo, mas de alguma maneira surpreendente!
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Debora 30/01/2018

O ?menos bom? da trilogia
Da trilogia de Michel Laub (A Maçã Envenenada e Tribunal da Quinta-feira), este foi o último livro que li e tb oq menos gostei. Uma reflexão interessante, mas a história eh um pouco arrastada, com algumas repetições ao longo do texto (talvez propositais) mas que me cansaram um tanto.

Se tiver que escolher, escolha um dos outros dois q são muito bons!
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