Resenhas - Noite na Taverna

Hudson 14/03/2021

Grata surpresa da literatura brasileira
Sabe quando a gente não espera nada de um livro, (ou de qualquer coisa na verdade)?
Assim ocorreu com essa obra. Peguei num sebo, às pressas, pois tinha um compromisso e já estava lá há um bom tempo. O nome Álvares de Azevedo não me era estranho, lembrei das aulas de literatura que tive na graduação em letras (que tive de trancar). É fato que li pouca coisa da nossa literatura, o que pretendo reverter o quanto antes, e esse livro foi um bom pontapé para isso. Trata-se de contos bem ao estilo Edgar Alan Poe, carregado de referências, mas com grande dose de originalidade, entre o romantismo e o horror/terror. O livro não me soou brasileiro, inclusive, não digo isso por achar bom ou ruim. O que importa é que a leitura foi muito prazerosa, daquelas que a gente sente pesar quando acaba. Os contos vem dos relatos de cinco amigos bebendo em uma taverna, e em cada capítulo eles vão contando as suas histórias mais escabrosas. Tudo de mais pesado você encontra ali. Morte, canibalismo, necrofilia, incesto, e toda sorte de "imoralidades", vamos dizer assim, e há também algumas incursões filosóficas. Surpreendente também, pelo fato de o autor ter morrido com apenas 20 anos, e ter escrito desse jeito. Pesquisando depois vi que é uma das grandes referências da literatura brasileira e pra mim foi uma ótima descoberta, quase sem querer.

Dear.Manoel.Neto 21/11/2020

Contos confusos e desinteressantes
Pode até ter um início legal, uma ideia diferente, mas infelizmente a narração super parada, nem se quer se diferenciando entre cada conto, alguns confusos, outros chatos, quase sempre envolvendo algo sexual, não esperava nada e recebi menos.

mafer_lucena 16/09/2022

o que foi esse livro?
Rezumão pro cês:
Os cara tão tri beudo contando as histórias do passado deles com as muié, e meu deus é uma história pior que a outra. É um choque atrás do outro!!
Os narradores vão alternando de acordo com os personagens, o que eu particularmente achei muito maneiro.
Enfim, a gente começa com Bertram que fala das três mulheres do seu passado; a primeira mata o marido e o próprio filho só pra ficar com o cara, a outra é vendida num jogo de apostas por ele e a última ele mata e come a sua carne pra sobreviver (muito saudável emm).
Aí vamo ter mais um monte de cara contando umas histórias macabras de morte, necrofilia, estupro, traição uns par de coisas bizarras, e sinceramente eu acho que é tudo invenção desse povo, deve ser um bando de virjola criando essas histórias malucas. Mas gente do céu! O tanto de cara que cobiça a mulher do amiguinho nesse livro não tá escritoo.

Conclusão: livro louco porém daora. Recomendo turminha!!!

mpettrus 24/12/2022

O Amor Gótico Destrutivo Azevediano
??Noite na Taverna? é uma antologia de contos do autor ultrarromântico brasileiro Álvares de Azevedo, também, a exemplo de ?Lira dos Vinte Anos? (já resenhado aqui por mim), foi publicado postumamente em 1855, três anos após a sua morte. Embora seja um livro de contos, seus capítulos estão interligados como em um romance. Possui um ritmo frenético, rápida de ler e com uma estética gótica muito marcante. Possuindo essa dinâmica rápida modelada para provocar choque no leitor, os contos têm a presença de temas imorais como orgias, necrofilia, relações incestuosas e adultérios violentos.

Geograficamente, a história se passa em lugar não definido, ao contrário do ambiente que é em uma taverna, daquelas clássicas em que temos uma taverneira servindo bebidas aos seus clientes, que podem ser de aventureiros até amantes que vão lá para se embebedar até desfalecer. Vários amigos se reúnem em um encontro regado a muita bebida e são desafiados a contar uma história que aconteceu em suas vidas. O narrador é onisciente e o livro é composto de sete partes, com cinco contos interligados.


? A primeira estória é de Solfieri e confesso que fiquei boquiaberto com o talento do autor em descrever uma jovem cataléptica de maneira tão angustiante e, por vezes, amedrontadora me fazendo sentir calafrios. Cheguei a sentir simpatia pelo narrador, que é um personagem interessante e que verbaliza suas emoções sem medo de se expressar. Porém, no decorrer da leitura, um grande Plot Twist me é revelado, e tal não foi a minha surpresa ante a revelação. E toda a perspectiva que eu tinha do livro mudou num giro completo de 360º completos. E mudou positivamente.

?Esse livro é primordialmente belo e legitimamente grotesco me confundindo, mas sobretudo, me fascinando. Aqui, o autor conseguiu desenvolver uma unidade mítica de dores e paixões profundas com as histórias de suas personagens masculinas como Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann e Johann. Entretanto, são as personagens femininas que me marcaram: a cataléptica, Ângela, Nauza, Eleonora e Giórgia. Essas personagens unem o grotesco e o sublime, compondo assim a binômia azevediana.

?A personagem Giórgia é carregada de metáfora e tem um dos desfechos mais surpreendente desses contos. Como uma personagem da escola literária do romantismo, ela representa o inverno e a primavera cheia de sonhos. Ela é a andorinha moribunda. O que me deixou estarrecido é que a personagem, ao invés de entregar-se e morrer de desgosto como é próprio da escola romântica, ela volta e vinga-se, sem entregar-se ao discurso amoroso, decidindo o futuro do amante matando-o, como faria uma sacerdotisa ante a infidelidade do seu amante. Eu me perguntei se o autor era ultrarromântico ou era pertencente a escola do realismo, e digo mais, do realismo-naturalismo, porque em uma primeira leitura, os contos não parecem conter as características do romantismo. Mas na realidade elas contém e bastante, como o apego a morte, a evasão da realidade, os sonhos e o pessimismo.

? Nos contos, cada uma das personagens femininas leva os narradores a uma vida de perdições e angústias, vivem amores fora dos padrões sociais tido como normais e habitualmente cristãos, desafiando o que seria a ordem vigente. Especialmente, esse aspecto transgressor, que se guia pelo afeto, caracterizando o gótico e o grotesco. Eu relacionei isso muito com a presença das prostitutas, consideradas objetos de um prazer desprezível e momentâneo. A idealização da mulher não está na pureza, na inocência ou qualquer outra virtude, mas sim na devassidão.

Pude perceber na leitura que as narrativas dos contos se apoiam na vertente gótica do romantismo. Logo, notei uma série de elementos pagãos, símbolos da natureza e da contravenção romântica, além de cristãos, como a necessidade de encontrar a plenitude. Porém, paradoxalmente a esse objetivo, os narradores estão imersos não somente numa melancolia devastadora, mas acometidos por um efeito que só o reviver da memória pode causar: o sangrar cadenciado das feridas mal cicatrizadas. Os homens dos contos me pareceram jogados num fundo de um poço, metaforizado em fastio, desastre e a não consumação da plenitude, questionando as origens da transitoriedade de suas vidas.

?A leitura desse livro do Azevedo me mostrou uma perspectiva diferente do seu livro anterior que eu li, o famoso ?Lira dos Vinte Anos?. Aqui a prosa azevediana trouxe algo incomum na literatura romântica, que reside na sua abordagem do amor. O amor não romântico, mas o amor erótico, cheio de desvios, não necessariamente fechados nos moldes divinos, mas o amor expressado, verbalizado pelo e através do corpo, por meio do corpo, num processo de canalização constante. O amor azevediano é destrutivo e sua validade encontra-se na dor, pois é gótico, ou seja, obscuro e desregrado.

? O amor gótico azevediano é uma pulsão de vida ou de morte, diante da destruição mediante a mal-sucedida transformação de suas vidas, porque ela, a amante se vai e ele, que sobrevive, para nos contar depois, cai em desgraça, histerias e neuroses, em deturpações afetivas que carrega pelo resto da vida. Logo, a desgraça dos homens é ficar diante da doença amorosa mais explícita: o amor que é dado como cura, ao ser tirado, torna-se doença. Que ideia genial do Azevedo contar estórias de terror para falar sobre o amor, o terror dos homens do seu tempo, do mal do século. Extraordinário!

Aline Stechitti 12/07/2013

Bêbados reunidos contando suas histórias... Hmmm...
Alvares De Azevedo - 96 páginas - L&PM

Antes de ler esse livro, eu quis pesquisar sobre ele (coisa que geralmente eu sempre faço) e descobri algumas coisinhas que me fizeram acreditar que essa iria ser uma leitura difícil de ser feita, mas nem liguei isso ao fato de ter uma linguagem bem poética e por vezes, complicada, mas mais por seu conteúdo pesado, que incluía, entre outras coisas, incesto, necrofilia e assassinato.

Bem... A verdade, a verdade meeeesmo... (rs) Foi que eu achei o livro lindo! É achei lindo, mesmo ele sendo bizarro.

A delicadeza das palavras, as citações e a forma poética como é contada é muito bonita. Também não achei uma história assim tão pesada. Talvez eu já esteja acostumada a ler histórias e assistir filmes desse tipo e não tenha visto nada "Oh! Isso é o fim!". Não, não achei.
A descrição doce de uma atrocidade é algo de louco! Fica, apesar de inquietante, uma obra de arte por causa da delicadeza e do talento do escritor. Noite na taverna me lembrou Bocage falando de um bosque acomodado a ternos crimes. Fala sério, esses poetas são demais!

No livro não dá p saber se as histórias são reais ou imaginárias já que os seus locutores estão caindo de bêbados, mas p mim, isso tornou o livro ainda muito melhor.

Eu acredito que na época em que foram publicadas, essas histórias devem ter feito um reboliço louco, mas hoje em dia poucas pessoas vão se assustar, ainda mais se já souberem do que se trata a leitura. Claro, que nem todo mundo é fã do "MACAAABRO", mas hehe, é uma leitura muito legal gente, apesar de exigir atenção às palavras, pois algumas são difíceis.

Enfim, eu recomendo a todos que gostam de histórias bizarras, inquietantes, rápidas, poéticas e sombrias. É um livro pequeno, tem menos de 100 páginas e com certeza é uma das obras mais interessantes da nossa literatura.

site: http://alinestechitti.blogspot.com.br/

Carina 15/03/2020

Resenha: Uma Noite na Taverna, histórias de amor e morte
Nunca se sabe o que pode acontecer numa noite de bar



Uma sexta-feira normal envolve ir com os amigos no bar, beber álcool e contar histórias longas de musas apaixonantes. Álvares de Azevedo como bom universitário também teve os seus momentos de libertinagem com os colegas da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, ao qual nunca se formou por morrer aos 20 anos de tuberculose. Entretanto, deixou um legado de poemas e romances que marcaram a história e a literatura, conhecida como movimento Ultrarromântico.



Esse movimento marcado pelo exagero sentimental, o egocentrismo e a idealização da mulher são características presentes no livro Uma Noite na Taverna. Nele cinco homens se encontram numa taverna para se encherem de vinho e começam a noite discutindo sobre o espiritualizamo e o materialismo com linguagem poética, presente em todo o livro, e filosófica até as suas histórias macabras de erotismo transforma-se no assunto principal da noite.



Todos os contos dos narradores envolve os pecados da carne, como brigas, orgias e cadáveres, e as suas consequências. Solfieri prática necrofilia com uma garota quase morta, Bertram tenta ganhar como melhor contador de histórias da noite narrando três contos de sua vida, o amor pela Ângela, a venda da filha de um velho e o adultério com a mulher do capitão, que o salvou. Ele ainda no final de seu capítulo compartilha o seu ato de canibalismo do samaritano e da sua esposa.



Após o trio de desastres de seu amigo, Gennaro compartilha uma lembrança da sua juventude quando era aprendiz de um pintor e viveu um trio amoroso entre ele, a filha e a conjugue do mestre. Essa tragedia se relaciona ao amor platônica sentido da menina pelo jovem, que estava apaixonado pela mulher mais velha. Logo depois foi Claudius Hermann, com a sua paixão a primeira vista pela duquesa Eleodora, uma mulher muito bonita casada com o duque Maffio, a quem ele não poderia ter e se satisfazia o seu desejo a drogando para estrupa-la a noite até um dia o ato não ser mais o suficiente e a sequestrou.



Por último representando o gosto dos homens dessa mesa da taverna de participar de jogos de azar, como Johann, que perdeu e ficou furioso acabando por desafiar o vencedor a uma batalha de vida ou morte. Logo, a sorte virou para ele ao sobreviver e encontrar no bolso do morto um endereço para ver uma mulher, que deitou-se com ela e depois ganhou outro duelo naquela noite. Ele descobriu que ela era a sua irmã e o seu segundo assassinato havia sido o seu irmão.



Essa leitura é bem indicada e o final não será revelado nessa resenha.



Nesse livro também pertencente a literatura gótica, o autor mostra o pior do homem em cada personagem capaz de amores avassaladores e expor os piores pecados e calunias da vida. Assim caracterizando o ambiente da taverna, escuro e sombrio, onde se expõe os piores pecados e calunias da vida. Esse lugar não seria nada mais ou nada menos do que um limbo para se confessar por meio da bebida, fumo e algazarra os erros do passado. Logo, cada um dos integrantes da mesa apenas está naquele momento se condenando prontos para entrar no Inferno de Dante.


Cada um daqueles homens reconhece os crimes que cometeram contra as pessoas a sua volta, mas os utilizam como forma de entretenimento. Esses cinco homens mostram que por meio da desgraça do próximo surgem as melhores histórias, a qual a visão individualista de satisfação se sobrepõe para realizar a própria vontade a cima de todas as outras.



Contudo o livro não representa apenas uma grande herança literária e uma noite no bar com os amigos, mas a representação do inferno no ambiente da taverna. Esse lugar faz as pessoas mostrarem o seu lado verdadeiro cheio de pecados, diversão pela desgraça aleia e a valorização da voz individual como a mais alta de todas, que mesmo havendo consequências faz qualquer homem realizar as suas vontades criminosas de sequestro, assassinato, estrupo e outras.


Caso queiram entender melhor o livro, ex-estudantes da FAAP fizeram um trabalho de curta-metragem independente baseado nesse livro, ao qual teve uma estreia limitada por festivais de cinema ao redor do Brasil em 6 de março de 2014. Ele foi dirigido por Yghor Boy e ganhou o Prêmio ABC de Cinematografia, na categoria Melhor Direção de Fotografia para Filme Estudantil, em maio de 2019.

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=h5Pe-o3K_BU

site: https://olhardareportagem.blogspot.com/2020/03/resenha-uma-noite-na-taverna-historias.html

Douglas Finger 08/05/2022

Sombrío
Uma noite em um bar onde se reunem bebidas, gente esquisita e diversas historias macabras, só poderia resultar em um livro cinematografico.
Sou um admirador do Alvares de Azevedo, um jovem singular de muita erudição que foi capaz de escrever esse opúsculo, tão rico em palavras novas e muito conhecimento.
Gostaria muito de ver este livro na forma de miniserie na tv, sendo cada capitulo um episodio!
Obrigatoria a leitura desse autor brasileiro que viveu apenas 21 anos de vida. Conheçam tambem!

g4b5 01/03/2022

descobri esse livro por um video de recomendaçoes no tiktok kkkkkkk antes so tinha ouvido falar do autor nas aulas de literatura mas nunca soube sobre o que eram as historias dele e etc, mas ainda bem que descobri.
nunca li nada de Alvarez de Azevedo, mas acho que esse foi um bom inicio (se bem que nem sei se existem mais obras do autor publicadas...), gostei bastante da escrita (em alguns momentos foi meio cansativa, parada e dificil de compreender, mas no geral é facil), das historias e de como as historias sao contadas pelos personagens.
os "contos" repletos de amores, mortes e dos mais diversos crimes me entreteram bastante, porém duas coisas me chamaram bastante a atenção:
1- em uma resenha vi alguem comentado sobre a questão do sexo nas historias e de como é retratado, e eu concordo com essa pessoa, mas tambem acho que essa talvez tenha sido o objetivo do autor, já que as historias estão repletas de crimes, violencias e mortes, como se tudo tivesse sido escrito pra deixar o leitor desconfortável;
2- no inicio do livro, é introduzido o romantismo (escola literaria da qual Azevedo fez parte) e o autor em si, contando um pouco de sua história, o que me incentivou a pesquisar mais sobre ambos, o que tambem rendeu diversas anotaçoes pelo livro, ora sobre o que tal termo ou nome é/significa, mas tambem muitas sobre como as caracteristicas do romantismo,ou no caso da escrita de Azevedo, o ultrarromantismo, está presente em sua obra.

Daniel 11/06/2017

UMA OBRA IMATURA
Resenha no link abaixo!

site: http://blogliteraturaeeu.blogspot.com/2017/06/noite-na-taverna-de-alvares-de-azevedo.html

Ju 12/11/2021

Interessante, considerando a época
Noite na Tarvena tem muito do segundo período romântico. O teor chocante de morte e a melancolia carregam a narrativa das histórias ao longo da reunião dos mancebos mais virjões que eu já li na vida. Ele é rapidinho de ser lido e eu recomendo para conhecer mais deste período na literatura (mas só se você não se sentir engatilhado com mulheres nuas dormindo/mortas e homens fazendo o que bem entendem).

No final, fica a dúvida de se todas as histórias são reais ou apenas a de Artur/Arnold.

Guto 18/08/2020

Surpreendentemente acessível
Como muitos tenho um pé atrás com os famigerados clássicos nacionais. Álvares de Azevedo é um nome de grande importância na história da literatura do nosso país ( Brasil). Então fica evidente o temor em ler algo de alguém assim, vide que não se tem uma tradução reformulada de pt-br para pt-br. kkkk

A grande surpresa é que é possível sim compreender o texto aqui feito pelo Álvares de Azevedo. Claro, não é simples e nem direto. É bastante rebuscado e traz muitas vezes um excesso de referencial teórico que me faz pensar
que o autor gostava de se gabar de seu acervo intelectual de grandes escritores e filósofos. A grata surpresa é que não é necessário grande esforço para a compreensão. Claro, não é provável que um leitor sem grande bagagem literária entenderá tudo completamente, mas a base do texto e oque o autor quer contar naquela história é bem acessível sem depender de dicionários.

Minha sugestão para a leitura é utilizar um texto que possua notas de rodapé a respeito dos referenciais teóricos de Álvares de Azevedo, mas que não se preocupe com o vocabulário do autor e no uso de expressões que não são costumeiras de nosso século. Caso queria depois fazer um estudo dos termos e vocabulário do autor (seja feliz), todo o material explorado por ele em suas referências parece ser muito rico.

Mas vamos falar da obra em si, ela trata de um grupo de amigos em uma taverna contando histórias mórbidas. A primeira parte ou capítulo do livro, trata de ambientar essa visão de bons amigos bebendo e falando bobagens discutindo e filosofando a respeito da morte e da vida. Esse primeiro capítulo é o principal entrave para continuar a história, não se deixa derrubar por ele e tenta seguir. Os demais capítulos são verdadeiros shows de morbidez e demonstração do pior que o autor consegue extrair da humanidade.

Para quem se interessa em contos de terror do Brasil, vale muito a pena a visita a essa obra. Para quem se interessa por Álvares de Azevedo é indispensável, é um estudo pronto de seu referencial literário.

Sobre a minha nota, gostaria de apontar que apesar de ser um livro muito bom não vejo nele histórias incríveis, apenas um ensaio ou um resumo de um estudo sobre a morbidez e desgraças da humanidade. Ele prende e é lembrado mais por essas questões chocantes (e sim que ainda chocam mesmo sendo lido no século 21) que pela qualidade da história em si. Seria como um filme de terror com cenas chocantes, mas cuja história em si não é grande coisa e nem te assusta, mas que todo o grafismo funciona muito bem e lhe marca um pouco.

Freitas 14/01/2009

Muito legal imaginar todo o espírito assutador e aventureiro dos contos. O modo de contar é maravilhoso, como toda obra do Álvares de Azevedo. O que dificulta um pouco é o vocabulário, devido à época em que o livro foi escrito, mas com o dicionário do lado e um pouco de dedução se torna uma ótima pedida.

Maya 16/05/2021

ai ai
Mais uma história para expor o homem como um ser violento, egoísta, que se acha dono da razão e do corpo feminino. Azevedo descreveu muito bem esse perfil. Bom seria se fosse só história. É uma desgraceira atrás da outra (kkk?). Descobri agora que essa história foi publicada pós a morte do autor. Na época as pessoas devem ter ficado chocadas. Afinal, o autor morreu com 20 anos, obra nacional e pesado.

Daughter Of Hermes 26/01/2022

A escrita é excepcional
Mas os personagens são nojentos. Claro, para a história da vida boêmia e libidinosa faz sentido, mas se você tem gatilhos com es*up*o eu recomendo não ler. Mesmo assim, esse livro é uma ótima leitura, infelizmente você precisa "entender" as ações dos personagens (que são horrorosas e nem um pouco compreensíveis)