Complô contra a América

Complô contra a América Philip Roth




Resenhas - Complô contra a América


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JM_ 20/03/2024

Familiar...
Passei pelos 3 primeiros capítulos com a pulga atrás da orelha: já tinha visto em algum lugar. Aí eu me lembrei que não tinha visto uma vez, e sim duas. Estava em 2023
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Luiz Roberto Silva 18/02/2024

Atraídos pelo discurso do candidato Lindbergh, os norte americanos votam nele para evitarem entrarem em uma guerra de escala mundial e que seus filhos terminem mortos do outro lado do Atlântico, assim os EUA se alinham aos nazistas.

O aviador Charles Lindbergh, herói norte-americano na primeira metade do século vinte (e mesmo uma vítima da maldade humana e banal em comparação a imagem de idealizada dele) chegou a se referir a Hitler como “um grande homem”, lembrando que Hitler foi capa de uma edição da Times, o que demonstra a total miopia para o que ele era e significava.


Roth escreve uma fábula sobre a política no comando do ódio das massas, de como guiá-lo e endereça-lo, feito uma arma apontada para determinado alvo.

Os aliados de Hitler governam a Casa Branca. Multidões anti-semitas vigiam as ruas. Os judeus de classe média baixa escondem-se nas sombras de seus apartamentos.

Distopias como um foco semelhante, além do "Homem do Castelo Alto" de Dick, são várias na literatura norte-americana, desde Jack London com talvez o exemplo mais antigo "The Iron Heel" de 1908, mas temos Nathanael West "A Cool Million" e o livro que viria a forjar a frase que ironiza a pureza estúpida e ignorante de se acreditar que, aquele que nos faz bem, será bom para todos (ou ao menos para nós) ou, de certa forma, sobre como nos cegamos para os atos da maldade de alguém quando esse alguém os é útil: "It Can't Happen Here" de Sinclair Lewis de 1935. Mesmo John Updike e Gore Vidal parecem beber da fonte de paranoia de Lewis

Roth passou sua carreira a colocar lentes sobre as opressões e hipocrisias conformistas da vida burguesa e suas doutrinas sexuais, comportamentais, geracionais, sempre com uma veia cômica, antipuritanismo, e em “A Mancha Humana”, perguntava como o povo, como cérebro do povo, poderia ter aprendido tão pouco sobre a natureza humana ao longo dos anos, sobre o quanto a massa tinha aprendido tão pouco sobre ser massa.


No livro se lê:

"E, como a eleição de Lindbergh me ensinara muito bem, o desenrolar de um imprevisto era tudo. Visto de trás para frente, o imprevisto implacável era o que estudávamos na escola sob o nome de “História”, uma matéria inofensiva em que todo o inesperado no momento em que ocorrera surge estampado nas páginas como inevitável. É o terror imprevisível que a ciência da história encobre, transformando desastre em epopeia."


O fascismo tomou conta da maior parte da Europa continental durante anos, e este acontecimento foi aterrorizante não só pelas razões óbvias, mas também porque cada país da Europa parecia ter gerado um movimento/sistema fascista próprio, misturando a tradição do país à ideias preconceituosas, de ódio, como se o ódio e o preconceito fossem sua cultura.


Obra assustadoramente plausível.



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Angelica75 21/08/2023

Nota 4.
Sempre MUITO bom ler Philip Roth, sem dúvida um dos meus autores favoritos. A vitória de Charles Lindbergh nunca aconteceu, mas o livro é um exercício de "o que poderia acontecer" caso um apoaidor de hitler (!!) ganhasse a eleição do democrata Roosevelt. Paralelamente, percebemos tudo isso pela ótica de um menino judeu da vizinhança de Newark, o próprio Roth e suas vivências com parentes e vizinhos. Gênio demais.
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LairJr 28/05/2023

Demorei um pouco pra concluir. A leitura se tornou um tanto arrastada e lenta em razão dos inúmeros detalhes e fatos minuciosamente descritos. Quanto à temática, interessante e me motivou a concluir.
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Léo 22/02/2023

Como a manada se move
Impressionante como dá para tirar um parâmetro relativo à nossa realidade de hoje, não só no Brasil, mas no mundo, com o que o livro fala. Há vários momentos em que a percepção da realidade das ruas e de como as pessoas interagem e se agridem, por diferenças religiosas, culturais e de mundo, são flagrantes no livro. Independente de você ter a mesma visão que eu, você tem o direito de viver sua vida. Mas... O livro mostra claramente um momento da história dramático que parece que estamos querendo trazer de volta. E não... Não falo de política ou religião, mas sim da maneira que as pessoas querem forçar as OUTRAS a ter a mesma visão e atitude.
O começo é meio lento, mas aguente pois vale a pena.
Se você tiver paciência verá até mesmo que o autor mostrou que não há branco e preto. E sim, mesmo o cinza tem tons diferentes. Não há grandes vilões, apenas um grupo em massa, neste caso quase um país inteiro, direcionado para um lado ou para outro. Como uma manada sendo mobilizada para a direita, para a esquerda. Para onde é necessária
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Gabriel.Henrique 04/09/2022

Começa tenso e termina pior ainda
Este foi meu primeiro livro do Phillip Roth e foi uma experiência muito boa, o livro é chocante e pesado em várias passagens, e é incrível a sua semelhança com a realidade, chega a dar medo. Uma leitura que nos faz pensar e pensar cada vez mais.
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meninaloris 18/08/2022

Um EUA alternativo
A pesar de hoje em dia ser um pouco difícil acreditar em uma vitória do nazismo, isso podia ter acontecido e esse livro é uma boa representação do processo. Um político populista pode sim levar ao fim da democracia, mesmo que pessoas com o irmão do protagonista, Philip, achem difícil de acontecer. Só não gostei do final, achei que tudo se resolveu muito rápido. Não era só o Presidente Lindbergh o problema desses Estados Unidos alternativo, como o Trump o é no EUA atual; tal qual o trumpismo não acabou porque Trump foi derrotado nas eleições de 2020, o nazismo não teria acabado com o fim da administração Lindbergh.
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SaBCouto 09/05/2022

Então
O livro é muito bom, gosto muito da história tipo contada dentro dos "E Se", e se tudo tivesse sido de outra forma.
Senti que no final o escritor meio que mudou muito rapidamente de rumo, ficou muita coisa sem ser aprofundada, sem ser explorada, a reviravolta foi muito grande. Mas, ainda assim, entendo que talvez não houvesse muito a enrolar a história, a principal parte de como o ser humano pode ser manipulado por um ideal tão injusto quanto foi o nazismo foi bem detalhada. Por isso, cheguei, até mesmo, a sentir meio parado o começo do livro, quando o autor constrói lentamente, por meio das notícias da rádio e dos acontecimentos com a família, a chegada do antissemitismo na vida do estadunidense....
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Disotelo 30/03/2022

Grande, mas poderia ser maior.
Minha primeira tentativa de ler Roth foi com Casei Com um Comunista, fiquei impressionado com o estilo claro do autor, com a reconstituição histórica objetiva e muito bem caracterizada, mas o autor insiste demais em trazer certas características do personagem e a obra acaba se tornando cansativa.
Aqui Roth não comete o mesmo erro, o começo do livro é excelente, os personagens são bem desenvolvidos, a prosa é mais uma vez objetiva e clara, o único tropeço que eu identifiquei foi na questão sociopolítica.
Veja, temos aqui uma distopia na qual um candidato simpático aos nazistas vence a eleição de 1940 nos EA, atrasando a entra dos EUA na segunda guerra e colocando os judeus americanos em uma situação de risco, o livro foca numa pequena família de judeus em Newark. A reação da família ao candidato é sensacional, é espetacular ver como mesmo alguns judeus da trama passam pano pro candidato, os conflitos familiares resultantes disso.
Mas o autor opta por uma simplificação do contexto político que acaba afetando a verossimilhança do enredo; a facilidade com que Lindbergh chega ao poder, a falta de resistência do congresso americano, o fato da perseguição nazista nos EUA ser focada apenas nos judeus e não atingir outros grupos ainda mais marginalizados na sociedade americana como negros, gays e comunistas, a maneira banal como um certo personagem dá o golpe e depois, rapidamente, é neutralizado. Mas eu entendo que seria difícil que Roth atendesse a todos estes critérios sem prolongar demais o enredo.
É um livro bastante recomendável, inevitável ler sem traçar algum tipo de paralelo com a realidade sociopolítica dos últimos anos.
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Arruda 25/03/2022

Muito bom!!
Texto de ficção de Roth onde supõe que o presidente americano é aliado de Hitler. Momentos importantes da suposta história são emocionantes. Recomendo !
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Diego 17/02/2022

Gostei
O livro tem um enredo que lembra ?O homem do Castelo Alto?, de outro Philip, K. Dick, sendo porém muito mais realístico, uma vez que mistura personagens reais com situações fictícias.
O que aconteceria se os EUA tivessem um presidente simpático ao Eixo à época da decisiva entrada daquele país na II Guerra Mundial? Este é o mote principal do livro, exposto a partir do ponto de vista da população judia americana.
Em alguns momentos achei a obra um tanto quando maniqueísta no sentido de que os democratas eram os bonzinhos e os republicanos, malvados, mas creio me faltar base, no momento, para aprofundar tal crítica.
De toda forma, um livro muito bom!
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Gerson91 08/11/2021

Entre os meus favoritos!
Como fã de Philip Roth, sobretudo sobre sua Pastoral Americana, jamais pensei que ele se superaria com uma ficção. Jamais imaginei que a visão de um menino de 9 anos em um bairro judaico de Newark pudesse dar tanta verossimilhança em um cenário fictício, mas possível, principalmente nos tempos atuais.

Há tempos, um livro não me fazia chorar com um episódio.

Roth nos deixou em 2018 e o mundo ficou menos inteligente.

Em tempo: há uma minissérie na HBO MAX baseada no livro. Vou assistir.
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regifreitas 01/10/2021

COMPLÔ CONTRA A AMÉRICA (The plot against America, 2004), de Philip Roth; tradução Paulo Henriques Britto.

Escrito no começo dos anos 2000, o romance de Roth, autor falecido em 2018, não deixa de ter ares premonitórios, nestes tempos estranhos em que vivemos, nos quais, mais do que por golpes de estado, têm chegado ao poder governantes declaradamente antidemocráticos, valendo-se do instrumento mais democrático possível: o voto.

No livro, Roth constrói uma história alternativa (ucronia) à história oficial: em 1940 Roosevelt perde a eleição para presidente dos EUA para Charles Lindbergh - herói nacional, e o primeiro aviador a voar sozinho de Nova York a Paris em um monomotor. Lindbergh vence defendendo ser contrário à entrada dos EUA na guerra europeia, além de demonstrar traços de antissemitismo e simpatia para com o regime nazista. Como não poderia deixar de ser, a população judaica dos EUA nutre sérias desconfianças em relação ao novo ocupante da Casa Branca.

Mas o objetivo de Roth não é construir uma distopia tradicional, um EUA marcado pela opressão e pelo autoritarismo explícito do governo em relação aos seus cidadãos. O autor foca mais no microuniverso de uma família judaica, e em como ela sente e reage às mudanças que vão sendo implantadas no país. Lindbergh não se declara publicamente contra os judeus ou toma medidas drásticas contra eles, mas algumas pequenas e sutis resoluções do governo apontam para uma gradativa segregação desse povo dentro dos EUA. O que a presença de Lindbergh realmente faz - assim como a de um Trump ou de um Bolsonaro -, ao ocupar o maior cargo de um país, é estimular e avalizar os discursos de grupos que se sentem confortáveis em alardear seus ódios e preconceitos. Nesse sentido é uma obra muito atual.

É uma boa leitura. Contudo, Roth peca na resolução. Ele acaba caindo em facilitações pouco inspiradas. Nas últimas páginas há uma aceleração de acontecimentos, e até a forma de narrar muda consideravelmente, destoando bastante do restante da obra.
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